Anjo Dourado

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Olá! Estou de volta. Neste capítulo, não temos a abertura fria porque a cena passou para o final do capítulo. Comentem e favoritem para incentivar a autora. Boa leitura!

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Eu estava sentindo uma dor dilacerante nas costas. Não soube dizer se era eu ou Camila, no início, mas passei a presumir que não porque a sensação era de algo estar se rasgando na minha pele e crescendo. Quando eu olhava no espelho, não havia nada. Sua dor começou a me deixar impaciente em algum momento, mas ela deixou minha sala tão chateada que não queria incomodá-la sem saber se ela ao menos queria a minha presença.

Eu cheguei em casa, tomei banho, e me arrumei. Não pensei em colocar roupas de dormir, apenas sentei no sofá e olhei o relógio do meu celular por horas, esperando a ligação. Floros era menos orgulhosa quando sentia dores do que eu. Ela sempre me chamava, não importando se ela estava irritada comigo ou não (e venhamos que Floros fica irritada comigo com frequência demais para ser levada em consideração). Esperei ela me chamar. No segundo que atendi sua ligação, eu já estava entrando no carro.

Não sei o que esperava, mas com certeza não esperava o que vi. A cena foi extremamente chocante e me apavorou até os ossos porque o chão do quarto estava ensanguentado, Camila estava no chão e imensas... Asas douradas estavam abertas e cobrindo seu corpo com impaciência, se movendo como se estivesse tentando responder aos comandos. As plumas douradas estavam ensanguentadas, e Camila gemia de dor. Não tive tempo para parar e analisar toda a situação.

(Play) Angels like you - Miley Cyrus

Corri e me ajoelhei ao seu lado, tirando os cabelos de seu rosto para ver as lágrimas descendo livremente, recheado de dor e tristeza. Eu respiro fundo e tento trancar minhas reações com as emoções dela que não eram racionais. Impossível ser racional nessa circunstância. A dor sentida é humanamente insuportável.

As asas ocupavam metade do chão do quarto que é bem grande por si só. Eu tento, gentilmente, fazer aquele... Membro de Camila, se comportar adequadamente. Fechando-o para então tentar movê-la gentilmente. Eram realmente imensas, e apesar de eu não ter a capacidade de sentir o verdadeiro peso, é visível que as asas têm ossos, musculaturas, nervos e carne, apesar de cobertos por plumas feitas de ouro macias. Se eu for chutar um peso, deveria ser cerca de 150kg, apenas as asas, fora o peso do corpo da própria Camila. É aterrorizante ver como as asas parecem maiores do que deveriam ser para esse corpo delicado, e ainda parecem exatamente proporcionais nas medidas.

A mulher sente tanta dor, que paro no meio do caminho, e a deixo deitada nas minhas coxas, tentando explicar para ela o que eu tinha de fazer. Meus braços estavam passando ao redor de sua barriga, tentando acomodar as asas ensanguentadas contra o meu corpo, e sustentar Camila. O problema não é o peso, é o quanto de espaço essas asas ocupam. Mesmo não querendo causar mais dor, eu consigo movê-la para a cama.

Camila grita e se encolhe. Eu estreito os olhos ao ver sua pele terminando de se abrir e rapidamente eu pego uma camiseta jogada na penteadeira e pressiono a ferida que jorra sangue. Eu estou tão ensanguentada agora, quanto o chão do quarto e as asas douradas. Eu tiro meu blazer e também coloco por cima a tempo de ver um último osso sair da base das costas de Camila e se encaixar perfeitamente.

Deuses... O sangue precisa ser estancado porque Camila está começando a ficar pálida. Só estou supondo que seu corpo conseguiria recompor o sangue sozinho, mas ela precisa parar de perder. Eu aproveito que Camila parece conseguir respirar agora, e me movo pelo quarto, pegando duas toalhas limpas para pressionar até a ferida estancar. Quando eu olho para o rosto da historiadora, ela parece ter desmaiado.

Eu tenho o cuidado de ver se ela respira bem, verifico o sangramento nas costas dela, tendo que, várias vezes, afastar as plumas que se arrastam no chão para não pisar. O sangramento está diminuindo tão rápido quanto o osso terminou de sair das costas de Camila, no entanto, ela apagou de tanta dor. Dessa vez, consigo dizer que foi exatamente isso que aconteceu antes porque os sentimentos dela se tornam brandos, apesar da agonia, por isso ela não me ligou antes.

A GregaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant