Divindades

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Oi! Não demorei e ainda voltei com um capítulo de 14k de palavras. Comentem e favoritem. Eu não sei se tirei todos os erros do capítulo, mas se encontrarem algum, apenas relevem. Boa leitura!

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Divindades

A deusa da Boa Morte pairava no mundo dos mortais o tempo inteiro. Não dizia que amava sua função, mas havia nascido para isso, era a princesa dos olhos do Imperador do Mundo Inferior, mesmo não sendo a mais velha. Doce e bondosa, de uma forma que chamou a atenção de Tânatos. Bobagem, é claro! Hades jamais permitiria que sua filha acabasse nos braços de um dos deuses mais terríveis... Não que o próprio Hades fosse menos temível e terrível que o filho da Noite. Tânatos era o deus que os raios solares de Hélio jamais iriam iluminar.

A Boa Morte não se importava e era um pouco indiferente aos meios de Tânatos de chegar até ela. Ele não conseguiria, nem mesmo com a ajuda de seu irmão gêmeo, Hypnos. Andava com a cabeça na lua, dizia Melinoe. A Boa Morte observava o mundo mortal e imaginava como seria não ser tão poderosa como era. Sua irmã ria e falava-lhe: tedioso. Imaginava não ter o poder que temos, querida irmã? A civilização é feita para nos adorar, não nós adorarmos eles.

A deusa fantasma estava certa, e a Boa Morte sabia disso. Eram seres feitos para governar a natureza, para ter controle e reger os mortais. O ponto de fé em suas crenças, seus protetores para quem ousava vir até eles. A Boa Morte não deveria adorá-los e ela jamais seria adorada por mortal algum por ser a personificação de um aspecto da morte. Não como Tânatos, mas ainda era filha do deus que os mortais não faziam oferendas e tinham medo de pronunciar o nome. Mas ela via e entendia que a morte por si só era temida.

Dificilmente, os mortais seriam capazes de ver a presença de Macária como um bom presságio, e para os mais crentes, era: ela levava os mortais dignos de morrerem sem dor, prontos para passar pelos juízes do Mundo Inferior e então serem destinados para a Ilha dos Afortunados. Eles teriam alegrias, caso fosse Macária a buscá-los. Eternamente na felicidade pura e genuína nas Ilhas Afortunadas, sem dor, sem tristeza. A morte não era o fim, apenas o começo para aqueles que foram bons de coração.

Uma vez, caminhando entre os rios dos Campos de Elísios, Macária foi notada por uma pequena e adorável criança. Como ela foi parar ali, não era uma história agradável, então o mais importante era que o sofrimento da menina acabou. Sempre se lembrou de todas as almas que segurou as mãos para guiá-las a um julgamento. A deusa sorriu, mas não era mais que um feixe de luz confuso que a menininha achava ser uma forma humana. Deuses não tinham formas.

— A senhora também morreu? – A menina perguntou, alegremente. Macária negou com a cabeça. Não era de carne e osso, mas tampouco estava morta.

— Não, pequena! Eu trouxe você. – Macária esclareceu. É claro que ela não se lembrava. As memórias de medo e dor se perdiam ao entrar nessa Ilha. — Algum problema?

— Não! É que parece tão sozinha e todo mundo aqui é seeeeeempre muito, muito feliz. – Ela girou os calcanhares com os braços abertos, as flores caindo em seus cabelos castanhos e arrancando um sorriso afetuoso da deusa.

— Ah, mas eu estou feliz agora. Como é seu nome? – A Boa Morte perguntou. Conhecia-a, mas não sabia seu nome e isso era estranho. Era a primeira vez que interagia com uma alma que levou para os Campos de Elísios.

Ao contrário de sua irmã, Macária era mais parecida com sua mãe, Perséfone. Ela cheirava a dias primaveril e romã, e também era bonita na maneira que era vista pelos outros. A beleza nem sempre ajudava a não ser temida também. A garotinha não parecia assustada, apenas sorridente e feliz. Era um bálsamo ver que as almas recolhidas por ela, eram mais felizes do que poderiam ser em vida.

A GregaWhere stories live. Discover now