Diamantes

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Olá! Dois capítulos este mês! Não esqueçam de favoritar e comentar. Os próximos capítulos já começam a desenrolar o que realmente vai levar o relacionamento para frente. Boa leitura.

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Algumas horas se passaram. Camila continuava no fundo do túnel, no escuro, e ela estava familiarizada com o escuro, com o nada e a solidão daquele lugar. Era arrepiante para Lauren pensar no inacreditável motivo. Aquela era a Deusa da Boa Morte se recolhendo em seus traumas totalmente humanos e silenciosos. Arrepiante e assombroso.

No entanto, isso durou poucas horas também. Camila retornou com uma caixa antiga e empoeirada demais. Uma caixa de ouro com entalhes antigos em Grego Antigo e não parecia pesada e nem era grande. Parecia uma caixinha de colar. A deusa estendeu o objeto para Lauren serenamente.

— O que é isso? – Lauren arqueou uma sobrancelha.

— Apenas pegue isso, antes que eu mude de ideia. – Camila trincou o maxilar.

— Você deve lembrar melhor do que eu, mas veja só... Quando foi que uma história grega envolvendo caixas deu certo? Todas que consigo me lembrar agora, acabou em punições, castigos e mortes. Gregos e caixas não rolam. – Lauren apontou para a caixa.

— Você tem um ponto. – Camila quase sorriu com isso. — Mas não estou trapaceando. Apenas pegue.

Camila empurrou a caixinha no peito de Lauren que segurou antes que caísse no chão. O ouro esquentou no toque de Lauren, mas ignorou e colocou no bolso de dentro de seu blazer. Foi no mesmo momento que escutaram Altair gritando seu nome, procurando por ela.

Mais tarde, Lauren estava gesticulando com o policial e o segurança. Camila observava tudo de braços cruzados, já que não tinha vontade de explicar mais nada no dia de hoje. Seu humor estava obscuro e não muito bom. Ela ainda teve que passar horas presa com Lauren no mais profundo silêncio porque nenhuma fez questão da cordialidade.

Camila ser uma deusa não mudava nada para Lauren.

— Você e a minha mãe não se gostam, não é? Por quê? – A voz do menino entrou pelos seus ouvidos, fazendo Camila olhar para o lado brevemente e então voltar a olhar Lauren falando com o policial e seu segurança. Não entendeu a demora para o policial ir embora, o que mais tinha a falar ali?

— Não deveria estar conversando comigo. – Se limitou a responder, rigidamente.

— Por que minha mãe não gosta? – Altair voltou a perguntar.

— Exatamente! – Murmurou Camila, ainda sem olhá-lo.

— Eu estou apenas curioso e ela não está olhando. Por que vocês se odeiam? – Altair insistiu em perguntar.

Sua mãe não era uma pessoa fácil, e ela era raivosa com muitas pessoas, mas nunca a viu ter tanta raiva de alguém como tinha de Camila. Era curioso. Pouca gente conseguia arrancar tanta reação de Lauren de uma vez, que ele sabia. Nem mesmo seu pai, nunca viu a expressão de sua mãe se contorcer para ele.

— Por que não pergunta para ela? – Sugeriu Camila, se virando para o garoto. Por alguns instantes, novamente, ela se impressionou com o quanto o menino era parecido com a mãe dele, mas ao mesmo tempo não.

A Boa Morte olhou para ele de olhos atentos, tentando descobrir o porquê dele estar quebrando as regras daquela megera que ele chamava de mãe. No mesmo momento que Camila teve sua atenção toda em Altair, Lauren começou a andar rapidamente na direção dos dois, mas estagnou no caminho.

Então Camila sentiu.

Parte de si, foi puxada. Sua pele inteira formigou com uma sensação de poder que estava esquecido no fundo de sua mente, de quando era imortal, poderosa e imparável. De quando ela tinha domínio sobre a morte. Camila fechou os olhos e estalou o pescoço, a sensação viciante de poder era um puxão em seu estômago.

A GregaWhere stories live. Discover now