Tragédias Gregas

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Olá! Eu gosto de contrariar, então estou de volta ainda esse mês. Bem... Talvez eu poste o próximo início ou meio do mês que vem, mas isso depende totalmente de vocês e dos comentários e favoritos. Espero que se divirtam, boa leitura.

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— Eu não quero filhos. – Lauren respondeu com a voz suave. Ela tinha dezoito anos, mas estava decidida quanto a isso. Nem mesmo esse casamento obrigatório poderia mudar sua mente.

Lauren sempre foi a primeira em tudo o que se propôs a fazer, desde a escola até sua vida em aspectos pessoais. Ninguém nunca a venceu sequer em uma queda de braço. Ela nasceu para vencer, todos diziam. Sua proteção da deusa que servia era tão forte... Cresceu com a pressão de ser um gênio e agora estava sendo pressionada naquele casamento.

Seu marido, Heitor, tinha 23 anos, e a olhou resignado por isso. Ele ainda não foi capaz de perceber que a vontade de Lauren era muito maior do que sua criação sobre mulheres serem feitas para servirem seus maridos. Bem... nem mesmo acreditava que Lauren gostava de homens, e muitas vezes, conseguia registrar as feições dela quando ele estava dentro dela.

— Para que eu quero uma esposa que não vai me dar filhos? – Zombou Heitor. — Faça seu trabalho como mulher e não reclame. Você já é suficientemente frígida.

Eu não sou frígida. Você não é bom o bastante e nunca vai ser. Lauren pensou com amargura, porém era capaz de saber que estava sendo considerada daquela forma apenas porque ela não se excitava nas relações sexuais, e doía tanto... Todas as suas relações com Heitor eram experiências terríveis. Além de rude, não era atraente e consequentemente gerava dores em sua intimidade.

Ficava grata quando não era procurada para sexo. Heitor tinha amantes, e ela não se importava com isso porque não era capaz de satisfazê-lo. Nem queria. Tinha certeza sobre sua preferência a mulheres, mesmo não estando desesperada por sexo na maior parte.

— Ainda mantenho a minha decisão, Heitor. Eu não quero filhos. – Lauren reafirmou.

— Decisão? E você acha que eu vou gozar fora ou usar camisinha quando formos trepar? Ou vou permitir que tome remédios? – As perguntas eram válidas, para ser bem honestas... Mas Lauren não achava que seria tão fácil assim impedi-la.

— Não acho – Lauren falou com secura, então respirando fundo — Essa conversa não vai nos levar a lugar algum.

— Então é melhor que saiba que você vai ficar grávida! – Heitor alertou.

E ela ficou. Acontece que seu corpo não parecia nem mesmo preparado para carregar um filho. Ela sofreu o primeiro aborto espontâneo, quando não estava realmente pensando sobre não tê-lo. Lauren o tempo todo pensou em como evitar, mas nunca na possibilidade traumática de um aborto aos 18 anos. Foi um acidente. A morena estava treinando e um chute potente foi acertado em sua barriga quando ela nem mesmo sabia que estava grávida.

Acordou com sangramentos. Heitor bateu nela pela primeira vez desde que se casaram para... Ensinar-lhe uma lição.

Atualmente

Não sabia o que esperava, porém não esperava ver Camila na porta da sorveteria e a olhando com tanto afinco, como se estivesse tentando dar um alerta de segurança. Àquele ponto, sabia que a deusa não seria gentil com qualquer pessoa que ousasse flertar com ela, mas isso é totalmente diferente do que esperava. Compartilhar emoções era uma experiência. Conseguia distinguir claramente os ciúmes da superproteção que Lauren não sabia de onde surgiu. Estava correndo perigo? O jeito que Floros sentiu, dava a entender algo parecido com isso.

A GregaWhere stories live. Discover now