A Grega

Invisível

Olá! Para ser honesta, eu quase não voltei. Eu falei no twitter que estava pensando em não continuar a história, e era sério, mas percebi depois de alguns dias que eu estava só surtando por momentos realmente terríveis e que isso iria passar. Então é isso. Favoritem e comentem para me fazer feliz, vou tentar voltar rápido. Boa leitura.

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Invisível

Lauren não conseguiu nem sequer pensar que, em algum momento, precisaria colocar a garota no orfanato. Questionou Lyanna até onde conseguiu, mas a verdade é que a jovem pouco sabia de suas próprias origens. Vivia nas ruas a mais tempo do que poderia lembrar, então foi pega por homens maus e mantida em cárcere até o momento que acabou fugindo. Por alguns instantes, a atenção de Lauren se voltou totalmente para o caso de Lyanna, deixando um pouco de seu trabalho de lado.

Uma semana completa, mas que semana árdua... A garota era desconfiada e temperamental, sempre com uma resposta na ponta da língua para quase tudo. Mas então, ela conseguiu enxergar que Lauren apenas gostaria de ajudá-la e passou a contar o que sabe parcialmente. Deixou de fora sobre ter trabalhado nas minas como escrava. Lyanna era valente, mas descobriu que não era o suficiente para enfrentar a mãe de seu novo amigo. Sempre que Lauren verificava as feridas em suas costas, parecia que o tempo fechava drasticamente e a mulher se tornava enervada para fechar as mãos no pescoço de alguém. Ainda que não fizesse sentido, Lyanna temia que a pessoa que ela gostaria de fechar a mão no pescoço, fosse ela.

Um orfanato não iria conseguir manter a garota saudável naquelas circunstâncias, sabia disso. Não adiantava procurar seus pais biológicos e bem que tentou por três dias, então encerrou a busca quando ficou frustrada ao deparar com alguém totalmente fantasma em relação a suas origens. E foi muito pouco o que Lauren conseguiu com Lyanna. Não era uma menina muito aberta, e era totalmente compreensível pensar que estava desconfiando depois de todas as sessões de abuso que sofreu seguidamente em Deus sabe onde.

Eventualmente, Lyanna contou o necessário para que Lauren continuasse suas buscas, o que não era muita coisa. Seus instintos apitavam para ficar de boca fechada sobre as minas de diamantes, ainda mais quando a mulher revelou que trabalhava com diamantes. E se ela acabou em uma armadilha? Bem, descobriu pouquíssimos dias que isso também era improvável. Lauren se limitou a avisar o juizado de menores que havia dado abrigo para uma garota em estado delicado, então não precisava enfrentar o sistema de adoção imediatamente.

Não ajudava por bondade ou por se importar; era pelo hábito, pelo que acreditava em sua fé. O helenismo ensinava que deveria amparar os desamparados, e Lauren fazia porque dar casa para uma jovem dormir, roupas e comida, para ela não custava absolutamente nada de sua fortuna. Era indiferente. Nunca parou para pensar que talvez isso fosse uma atitude certa, com intenções distorcidas.

Lauren Megalos não pensou em Camila Floros nem por um segundo entre esses dias corridos tentando ajudar Lyanna a encontrar a família ou qualquer coisa do tipo que fosse mais útil. Para a magnata dos diamantes, Floros se tornava facilmente esquecível quando não estava entrando em seus caminhos.

Deixou que todo o assunto voltasse a ser menor, e seu trabalho algo maior. E encontrou espaço para comprar os ingressos para assistir a exposição de arte de Atenas que abriu recentemente e uma palestra. Tão absorta, que ela não olhou quem era a principal organizadora do evento. Lauren ainda tinha necessidade de relaxar por vezes, mas não conseguia perceber os ventos a levando para onde supostamente estava desviando dos caminhos.

As Moiras tecem os fios do destino da forma que querem, e Lauren deveria saber melhor do que tentar manipular quando algo deveria acontecer. Mas Floros tinha conhecimento, e ainda tentava manipular e lutar contra.