Sem Anjo, sem salvação!

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Boa noite! Vamos para o capítulo do mês. Favoritem e comentem para animar a autora. E leiam as notas finais da autora, aviso importante. Boa leitura!

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Eu acordo durante a madrugada com sons de coisas se quebrando do banheiro, e automaticamente, minhas mãos tentam alcançar minha noiva que dormiu ao meu lado, mas eu não encontro nada além do vazio. De supetão, levanto-me da cama e vou direto para a porta trancada do banheiro. Meus olhos viajam para a fechadura e a preocupação me abate antes que eu pudesse pensar, tentando abrir a porta e chamando por ela. Sua resposta é desagradável e carregada de dor.

— O que está acontecendo? – Eu pergunto, vendo uma luz dourada por debaixo da porta. Eu sinto vontade de abrir a porta e olhar direto para ela, como uma hipnose, porém meus olhos ardem como se estivessem pegando fogo e começam a lacrimejar. Eu desvio o olhar, mas a luz dourada desaparece e eu estreito os olhos quando escuto seu grito de dor. Não tem mais brilho, e seja lá o que for, está causando dores intensas que sempre a deixa em pânico ao vivenciar.

— Camila?

— Vá embora! – Ela berrou, e eu escutei mais sons de algo se quebrando e mais gemidos de dor. — A metamorfose está fora de controle.

Eu me afasto da porta imediatamente, mas não cogito ir embora. A luz dourada era atraente e um vislumbre de sua forma original. A não corpórea que era capaz de se misturar na natureza ou exterminá-la de tanto poder. Eu espero, mas não tem sinal de nenhuma luz novamente, minha respiração acelera porque não tem uma decisão correta a se tomar. Mordo meus próprios lábios e olho para a minha barriga, ainda lisa e sendo coberta pelo pijama de seda vermelho. Levo minhas duas mãos para o local e meus dedos se fecham na minha roupa quando retorno a mirar a porta e os sons me perturbando.

Entrar lá dentro era arriscado, por isso ela estava me mandando ir embora. Se eu entrasse e algum desastre acontecesse, Camila teria que viver com a minha decisão não muito inteligente e ligeiramente egoísta, ainda mais considerando que estou com oito semanas de gestação. Outro grito de dor me tirou dos meus pensamentos, então me aproximo e dou um chute na porta, abrindo-a.

Camila está no chão, seu pijama virou frangalhos e ela arfava, tentando conter sua dor e concentração. Quando ela me viu ajoelhar ao lado, ela negou com a cabeça várias vezes.

— Não, não, não! Saía daqui, sua estúpida! – A voz não saiu normal, foi um rosnado felino, mostrando seus dentes se alterando e crescendo presas. Sua mão com garras afastou minha mão de seu rosto com violência e ela se arrastou para longe de mim.

— Camila, você não está pensando direito e precisa se concentrar. – Eu insisti em me aproximar dela, mas outro rosnado de aviso na minha direção, mas ela não teve saída quando suas costas curvadas encostaram na parede do banheiro danificado. Seus braços estavam crescendo pelos curtos e pretos rapidamente e os meus olhos castanhos favoritos se tornaram Âmbar e desconhecidos... Familiares... — Você... Está tentando conter a Pantera?

Eu hesito antes de perguntar porque tenho certeza que já vi aqueles olhos âmbares olhando para mim antes da sacada do meu quarto há tantos meses. Ela já deveria ter se tornado um felino gigante e selvagem porque essa transformação estava sendo muito mais rápida do que quando as asas cresceram nas suas costas, ainda não era um animal selvagem só porque ela estava lutando para reter seus poderes de metamorfose, mas é óbvio que está perdendo a batalha.

— É muito forte, e eu preciso que saia daqui. – Ela grunhiu, irritada e tentando se desvencilhar do toque em seu rosto que também já começava a se transformar.

— Não vou sair daqui e você não vai me machucar. Escute-me bem. Foque-se! Direcione como me ensinou quando absorvi o diamante, está tudo bem, vai ficar tudo bem. – Indiferente a garras crescendo e voltando em suas mãos, eu segurei. Camila me olhou com atenção, e por alguns instantes, a criatura felina começou a retroceder, mas então seu corpo convulsionou e a transformação começou a ser mais rápida.

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