Ato VII: luz ao cair da noite

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Boa noite! Olha quem voltou mais cedo! Isso mesmo. Eu! Ajudem o ânimo da autora para postar mais rápido e não esqueçam de favoritar e comentar. Boa leitura.

A Grega tem capa nova feita pela Ana. Obrigada, guria.

*ATENÇÃO: prováveis gatilhos sobre abuso sexual e depressão.

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Camila não estava em casa quando Lauren saiu. Ela estava no meio da aula de artes para crianças de 7 a 9 anos, concentrada em seu dever e tentando não se desviar como gostaria. Ela estava quase sempre pensando em Megalos grávida de gêmeas quando estava trabalhando, preocupada se a mulher estaria bem, mesmo sabendo que poderia mandar mensagens a qualquer momento para ter certeza. Ficava aflita quando estava longe.

Ela tentou trancar os estudos, mas Megalos foi firme em dizer que isso era besteira e que a vida não podia parar só porque estava grávida, mesmo que ela própria estivesse parando tudo para cuidar de sua saúde que se tornava instável com o bracelete tendo que redirecionar sua regeneração para outro foco. Percebeu que Lauren parecia mais velha desde que o bracelete estava em seu braço. Ainda não parecia ser a idade que tinha, mas consideravelmente, Lauren pulava de aparência de 30 anos no máximo (talvez menos), para beirar os 36 anos, mas fora isso nenhuma outra mudança, além da barriga.

Lauren não queria que Floros parasse os estudos ou seu trabalho. Ela admitiu rapidamente que praticamente Camila estaria na presidência do projeto de expansão da sua empresa, e que ajudaria mais daquela forma do que sendo seu cão de guarda. A gravidez era de risco, mesmo que as chances de aborto espontâneo já estivessem descartadas àquele ponto, e sabiam que ambas as nenéns estavam se formando bem e ambas tinham o coração batendo forte. Ainda poderia acontecer uma tragédia.

Sabia que parte de si estava ansiosa, mas nesse dia que ela decidiu ir para a aula, ao invés de faltar, ficou o dobro de ansiosa e não conseguia dizer o motivo. Olha o seu celular toda hora para saber se tinha alguma mensagem, mas não chegava nenhuma notícia, absolutamente nada. Distraidamente, Camila entregou seu pedido de férias prolongado e disse que estava indicando outras três professoras muito boas de artes em seu lugar.

— Quanto tempo pretende ficar fora, senhora Floros? – A diretora perguntou, sorrindo para ela. Escolas periféricas sempre pareciam mais acolhedoras do que as particulares elitistas. A escola de seus filhos era um grande exemplo de elitismo branco descontrolado.

— Alguns meses. – Admitiu, por fim. — Eu não posso me ausentar de tudo, tenho museu para cuidar e um novo projeto, mas no momento também estou tendo aulas para outra formação acadêmica, e minha noiva está grávida de gêmeas. Eu preciso abrir espaço na minha agenda, apesar dela falar que não é necessário.

Camila se sentia infeliz, mesmo que ela só desse aula duas vezes na semana por quatro horas, estivesse em seu escritório no museu no restante do tempo e então fazia as aulas à noite. Quase não lhe sobrava tempo para ser uma mulher comprometida com a família que estava criando. Lauren ficava rígida e assustada com qualquer demonstração de afeto sobre a gestação, e é tão estranho porque sabia que Lauren estava sendo guiada pelos comportamentos que seu ex-marido teve enquanto ela estava grávida.

Odiava cada segundo que tinha que pensar em como os olhos verdes de Lauren pareciam desorientados como se não soubesse como reagir quando tocava em sua barriga ou conversava. Não era para ser estranho. Não perguntou porque Lauren não falou, mas imaginou que Heitor mal se aproximava dela quando estava grávida de Altair, quem dirá demonstrar felicidade por uma gravidez que ele exigiu que ela tivesse. Isso dizia muito sobre como sua presença era sim necessária.

— Oh, meus parabéns! E boa sorte tendo duas ao mesmo tempo. – A diretora falou, e então assinou a carta de Camila rapidamente.

— Mas eu volto! Adoro dar aulas para as crianças, e quando minha noiva der à luz, estarei de volta. – Garantiu Camila, suspirando. Ela não era indelicada de perguntar se era inseminação artificial, como a maioria das pessoas.

A GregaWhere stories live. Discover now