Ato XI: A Canção Grega

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Boa noite! O que tenho a pedir no capítulo de hoje é calma, paciência e atenção. Principalmente atenção! Se não entendeu, leia e releia quantas vezes for necessário. Dito isso, o capítulo foi revisado, mas pode ter passado um ou outro erro. Favoritem e comentem para animar a autora, e aproveitem muito esse crossover que foi dividido em partes. Boa leitura!

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As duas mulheres estavam com suas filhas em seus colos enquanto preparavam-se para enfrentar o que de mais desconhecido existia em suas vidas; contrapartes de suas essências fragmentadas ao decorrer das décadas, e até de séculos. Há consequências de se viver em um universo fantástico escondido por detrás das cortinas. Um universo que, mesmo os seres que não vivem no Mundo das Trevas, entrou em consenso de esconder-se dos humanos.

Não era algo secular que os humanos não eram de confiança e, potencialmente, destrutivos. Nunca lidaram bem com qualquer ser que saísse do senso comum de normalidade que tinham. Algumas de suas contrapartes eram humanas – ou ao menos acreditavam serem humanas de alguma forma –, e ao que sabiam, a única coisa que tinham em comum com as criaturas que geraram sua essência espiritual, era o fato de que elas tinham um par pré-definido. O comportamento dessas contrapartes sobre o mundo fantástico era uma incógnita e estavam arriscando a discrição de raças inteiras para obterem a chance de salvar o garoto que sofreu o infortúnio de uma das mães estar com magia adormecida em sua gestação.

Muita coisa a perderem, inclusive uma outra filha, caso fizessem a manobra errada contra pessoas que pouco pensam no bem estar de outras. Floros e Megalos não conheciam nenhuma contraparte profundamente, porém também sabiam da fama pouco atraente das criaturas do Mundo das Trevas. Dois dos casais eram justamente de lá, e os outros três levavam a vida comum. Eram as de vida comum que preocupavam as mulheres. Quais as chances delas rirem e chamá-las de loucas? Francamente, haviam todas as chances possíveis. Algumas eram mais difíceis de lidar com a personalidade e a vivência do que outras.

Adentrar naquele prédio espelhado da Vogue Magazine, dava sensação de calafrios em Megalos que, ao contrário de Camila, nunca conheceu nenhuma contraparte sua e não sabia o que esperar. Estava um pouco confusa, perdida sobre o que fazer, e era tão honestamente temerosa pela vida de seus dois filhos que não conseguia pensar positivo, cogitar que iria dar tudo certo. Ah! Bem simples na verdade! Megalos sabia que se fosse ela no lugar dessas contraparte vivendo em um mundo onde magia não passava de ficção, teria mandado a si mesmo ir se tratar. Poderiam apelar pela vida de um menino inocente morrendo, ela não faria nada a respeito porque sua individualidade como pessoa era muito maior. Nem Lauren Megalos ousava esperar coisa boa de Lauren Megalos.

O movimento no prédio às 8h da manhã era mínimo, e os funcionários pareciam relaxados, chegando, marcando presença em seus pontos... Todos conversando normalmente, seguindo suas vidas, em um cotidiano cheio de moda, cheio de correria, muitos eventos, muitas matérias, fotografias. Tranquilos como se nada pudesse os abalar, alheios a presença das duas mulheres segurando suas bebês dorminhocas. Ninguém sequer dava um olhar ou oferecia ajuda porque suas vidas eram corridas demais. Estados Unidos era um lugar esquisito, no final das contas.

Megalos sempre teve esse choque cultural desde que pisou nesse país pela primeira vez. Os gregos eram contidos, mas bem menos mal educados e menos frenéticos em suas rotinas. Norte-Americano era bizarramente preconceituoso com relação a imigrantes ou qualquer pessoa que não fosse branca o suficiente para eles. Camila Floros, por sinal, não era branca o suficiente, e eles não davam um segundo olhar quando arriscava olhar. Para Lauren, sua esposa estava lindíssima. Era uma pena que para tantas pessoas trabalhando com a moda, tratava-se de uma mulher lésbica usando roupas masculinas demais.

Elas pararam em frente ao balcão da recepção. Lauren limpou a garganta quando mal foi olhada pela moça loira que estava rindo no telefone. Ela foi olhada uma vez só, e então acenou para pedir espera.

A GregaWhere stories live. Discover now