Capítulo 48-Porque a vida sempre pede um pouco mais da gente.

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DANDARA SCHILLER

— Que porra. Existe alguma autoridade nessa cidadezinha velha? Eu vou denunciar vocês, covardes. — Paul gritou, cobrindo o nariz— Idiota. Idiota fodido e repugnante.

Com um rugido, Jackson se lançou novamente, mas dessa vez Paul estava atento. Punhos voaram, estrondos horrorosos, pés chutando, vozes gritando, corpos rolando na grama. As coisas se moveram incrivelmente rápido e eles eram como um furacão, destruindo tudo em seu caminho. Sangue manchava o chão. Ninguém conseguia alcançar os dois e separá-los. Jackson teve Paul apanhando sem dó por todo o tempo, seus socos atingiam as regiões mais sensíveis à dores. Paul com certeza teria problemas quando seu sangue esfriasse.

— A polícia está chegando. — Alguém gritou e ouvi as sirenes enchendo o ar.

Eu não tinha ideia de que a polícia poderia chegar tão rápido mas estava grata por alguém ter chamado profissionais que poderia lidar com a situação. Algumas horas depois Jackson estava sentado em sua sala segurando gelo na mão enquanto Paul precisou ir para o hospital. Foi Wes quem nos interrogou, e ele parecia um tanto divertido por toda a situação, embora ele o escondesse bem. Com todo os depoimentos, Jackson não precisou ir até a delegacia. E mesmo com a queixa por agressão feita por Paul, o caminho para arquivar o caso foi rápido já que havia muitas testemunhas contra meu ex traidor, por ter provocado a briga.

— Você está calada por muito tempo— Jackson observou, sua voz rouca.
— Só pensando. — Eu sorri.
— Sobre?
— Eu gostei de ver aquele verme saindo daqui em uma ambulância. Isso faz de mim uma médica hipócrita?

Seus lábios moveram para cima, o que evidenciou o pequeno corte sangrando.

— Não sei. Mas se fizer, que tipo de médico me faz então?

Eu sorri, enquanto me aproximava com algodão embebido com líquido anti-séptico.

— Droga, fada. Isso dói.— Ele estremeceu.

Eu puxei a bola de algodão para longe do corte em seu lábio.

— Você pode rolar no chão e trocar socos duros, mas você não pode lidar com uma queimadura leve?

Ele bufa. Estendendo a mão, eu começo a levantar a sua camisa para ver a extensão das consequências. Encontro marcas vermelhas cobrindo o seu torso, se formando em suas costelas e costas.

— De onde é tudo isso?—  Eu não tinha certeza de como ele tinha conseguido aquelas marcas quando Paul quase não conseguiu acertar os socos nele.
— As pedras do jardim.

Meus olhos se arregalaram.

— Ele bateu em você com pedras? Que trapaceiro.
— Não. Eu rolei várias vezes sobre elas enquanto estávamos no chão.
— Oh.

Eu analisei cada hematomas, tocando suavemente para calcular qualquer dano interno.

— Felizmente está tudo bem. Você só vai precisar tomar um banho, comer algo e descansar.

Ele concorda, seus lábios vindo para perto e roçaram nos meus. Um toque tão suave. A ponta do seu nariz cutucou minha bochecha, uma e outra vez, e meu peito se encostou no dele.

— Certo. Um banho a dois?— Seus dentes brincaram com meus lábios.
— Nós dois nus em um banheiro?
— Um final feliz para o dia. —Ele diz.

Eu ri, enfiando o dedo em um dos hematomas e ele gemeu.

— Certo. — Ele estremeceu. — Pode  dificultar um pouco a coisa.
— Pouco não. Totalmente. Seus músculos precisam relaxar. — Eu digo me afastando.

Na batida do teu coração Where stories live. Discover now