O tempo ainda buscava-os...

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Nosso passado...

Na suntuosa sala de jantar, Verona saboreava a refeição sem tirar os olhos do rei; só de vê-lo, sua intimidade ficava úmida e quente; ele era o homem de sua vida e precisava pertencer a ele

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Na suntuosa sala de jantar, Verona saboreava a refeição sem tirar os olhos do rei; só de vê-lo, sua intimidade ficava úmida e quente; ele era o homem de sua vida e precisava pertencer a ele. Solures, sua irmã mais velha, percebia os olhares escusos dela, mas esquivava-se em comentar, temendo que pudesse desencadear uma cisma familiar e em todo o reino. Terminada a refeição, eles foram para a antessala do santuário dedicado à deusa da Lua, da qual Avalon, mais conhecida como Feiticeira Azul, a estrangeira, era Suma-Sacerdote. Verona sentou-se bem próximo do cunhado, deixando que sua veste cerimonial exibisse parte de suas coxas roliças.

Avalon olhou de soslaio, já que temia eventual reprovação de Solures; ela sabia que as provocações da irmã caçula eram seu hábito mais natural, mesmo em se tratando do próprio cunhado, razão pela qual ela preferia permanecer alheio a elas..., pelo menos por enquanto.

Como revelar a verdade que nem o tempo poderia ocultar, Verona buscava por seu amado e o rei também sentia que a jovem lhe pertencia. Mas o destino novamente os havia reparado. Em outra vida Verona tinha sido uma poderosa bruxa, Lílases a filha da Lua Azul e o rei um nobre cavalheiro que morreu de tristeza ao perder a sua amada. Pelas promessas e juras feitas aos Deuses ambos estavam sempre se encontrando pela linha do tempo, mas nunca ficavam juntos. A tragédia procedia os seus passos no final.

Após algum tempo de conversa amena, Solures manifestou sua intenção de recolher-se, pois estavam próximas as festividades em honra da deusa, e ela, como provedora-mor, precisava estar apta para as tarefas que ainda se encontravam pendentes; despediu-se com sua habitual sobriedade, retirando-se da antessala, deixando seu esposo e irmã a sós. Verona considerou a oportunidade imperdível de declarar-se ao rei, inclusive para que liberasse a entidade que mantinha cativa para ajudá-la em suas viagens astrais.

Todavia, antes que pudesse esboçar uma reação neste sentindo, uma lufada de vento gelado serpenteou pelo recinto, provocando um arrepio intimidador na jovem; uma sombra negra projetou-se entre as colunas do ambiente, e que somente podia ser percebida pela intuição mental da jovem; olhou para o rei e viu que este parecia imerso em um estado de letargia profunda, quase uma inanição..., estava claro que a presença nefasta tinha a ver com a jovem.

— Menina Lílases! Sabes porque estou aqui, não sabes? — Perguntou a sombra escura com sua voz gutural, surgindo apenas como uma silhueta em meio a uma bruma suave. — Liberta a entidade! Liberta o murmurador de seus grilhões espectrais..., ou então, levarei teu amado comigo!

— Não! Por favor! Isso não! — Gritou ela em tom de súplica, atirando-se aos pés da silhueta em lágrimas. — Ele é o homem de minha vida! Por favor, não o leve consigo..., me dê apenas uma última oportunidade de compartilhar de sua presença viril dentro de mim...

— Mais uma vez deseja sucumbir aos seus desejos profanos? Ousa barganhar comigo? —bradou a entidade em tom de ira. — Achas que estás em condição de fazê-lo? Comigo? Comigo? Sua bruxa insignificante. Prometestes aos Deuses coisas insanas por este humano e nunca cumpristes os malditos acordos.

ATTRACTION - Série Simetria Perfeita - Livro IIIWhere stories live. Discover now