ATTRACION - Série Simetria Perfeita
Era noite de magia, em que se cumpriam ritos secretos para celebrar o amor... Um amor a muito tempo perdido e buscado por uma bruxa e um guerreiro. Um ser imortal e um humano, perdidos dentro das linhas do tempo.
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"O que está por vir é muito melhor do que você está deixando para trás."
Oliver mal tocou o café da manhã. Chandra notou, mas não comentou nada, porque não sabia bem o que dizer. Tendo sido aquela uma das raras experiências, não tinha a menor ideia de como seria a maneira apropriada de se comportar na manhã seguinte. Talvez essas coisas não fossem discutidas. Não querendo cometer alguma gafe, achou melhor ficar quieta até que ele resolvesse mencionar o fato.
Oliver pensou seriamente em sair da mesa sem dizer uma palavra sequer sobre os sonhos ou o colar que ele continuava a guardar em seu quarto, mas a curiosidade prevaleceu sobre a covardia. Ele largou o garfo no prato com um barulho proposital para chamar a atenção e afastou a cadeira da mesa.
Ela também baixou o garfo e o fitou com ar intrigado.
— Preciso lhe perguntar uma coisa, Chandra. Pode soar estranho, mas tente escutar, por favor.
— Claro. O que é?
— Você é sonâmbula? Ou melhor eu lhe fiz algo inapropriado esses dias, bem... Nessas noites, é que... Bem... Eu...
— Sonâmbula? Não.
— Tem certeza de que não anda pela casa à noite?
— Eu... Eu acho que não. Bem... Que eu me lembre não. Ela sorriu envergonhada.
Ele soltou um profundo suspiro.
— Certo, eu desisto. Não há uma maneira delicada para tratar este assunto mesmo. — Ele murmurou, mais para si mesmo.
— Que assunto? — A agitação dele começava a deixá-la nervosa. Oliver parecia estar procurando uma desculpa para diminuir a importância do que acontecera entre eles nas noites de lua.
— Sabe, Chandra, eu venho tendo uns sonhos estranhos... — Ele mexeu-se na cadeira e passou a mão pelos cabelos. — E eu... Tive o mesmo sonho por três noite seguidas... Ou pelo menos achei que tive. Isso tudo é muito confuso na verdade. — Não conseguiu encará-la quando enfiou a mão no bolso da camisa e tirou o colar. — Mas, então, encontrei isto em minha cama. É seu não é?
Ela levou a mão depressa ao pescoço. Não havia notado a falta da corrente.
— Ah, meu Deus, é mais difícil do que eu pensei. — Oliver endireitou os ombros, arregaçou as mangas e respirou fundo. — Deve ser loucura o que estou pensando. Sem dúvida é apenas uma coincidência, mas... Esses meus sonhos parecem muito reais e... Bem, você é uma das protagonistas. Por três noites eu sonhei que você estava no meu quarto... Em minha cama... Numa dessas manhã a impressão de que você realmente havia estado lá ficou cada vez mais forte. Estranho, hein? — Ele não esperou por uma resposta. — Em circunstâncias normais, eu atribuiria tudo a minha imaginação e não pensaria mais no caso. Mas, então, encontrei seu colar na última noite e... Você deve tê-lo perdido enquanto arrumava a cama e o que eu vou sugerir vai convencê-la de que eu estou mesmo maluco, mas...
