ATTRACION - Série Simetria Perfeita
Era noite de magia, em que se cumpriam ritos secretos para celebrar o amor... Um amor a muito tempo perdido e buscado por uma bruxa e um guerreiro. Um ser imortal e um humano, perdidos dentro das linhas do tempo.
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"SÃO AS DIFERENÇAS QUE FAZEM O CASAL PERFEITO"
Enquanto isso, Chandra escondia depressa o frasco de pétalas de violeta de novo no bolso do avental. Seu coração batia com força e as mãos tremiam quando ela acrescentou o café às pétalas trituradas e, então, dissolveu ambos os ingredientes na água quente que despejou da chaleira. Tinha de mantê-lo distraído só mais um pouquinho.
— Parece quase surpreso por ter tido uma boa noite de sono. Costuma encontrar dificuldade para dormir? — Ela indagou, observando com cuidado se nenhum resquício das pétalas grudara na borda da xícara ou ficara boiando no líquido.
— Às vezes, sempre foi uma pessoa inquieta. Mas o que sempre mais me incomodou são os meus sonhos... — Ele respondeu, enquanto Chandra o servia e, eficiente, puxava o açucareiro para mais perto. —' Obrigado. Agora acho que posso me virar sozinho. Não precisa me servir. — Passou por sua mente que ela talvez se sentisse inclinada a enfiar um guardanapo no colarinho de sua camisa como parte do serviço. Achando graça na ideia, ele sorriu fixando o seu olhar no rosto da ruiva que corou imediatamente.
Chandra tentou disfarçar a ansiedade ao vê-lo colocar o açúcar no café e experimentá-lo.
— Temos melão, ovos mexidos, salsichas, geleia e torradas para o café da manhã de hoje.
Aquela descrição do cardápio do dia pareceu desnecessariamente formal e tensa para Oliver. Ele ainda não conseguira definir se ela era apenas uma excêntrica ou totalmente maluca.
— Se o senhor não gostar de alguma dessas coisas, é só me dizer e poderemos substituir por algo que seja mais do seu agrado.
Oliver teve vontade de fazer alguma piada, mas não sabia até que ponto a Srta. Raven tinha senso de humor. Refletiu por um ou dois segundos antes de levantar os olhos com uma expressão um pouco incrédula no rosto.
— Eu gosto de tudo, Srta. Raven, mas queria lhe pedir mais uma coisa.
— Pois não, Sr. Rosenberg. — Ela enxugou as mãos úmidas no avental, solícita.
— Acha que poderíamos ser um pouco menos formais um com o outro? Você parece muito tensa. É por minha causa? Eu não compreendo muito bem como as coisas funcionam aqui, mas de onde eu vim as formalidades são mais usadas no âmbito de trabalho.
— Não, claro que não. Eu só... Bem,... — Ela respondeu depressa. — É que nunca sei direito como tratar um hóspede. Alguns gostam de manter distância, outros são mais sociáveis. Alguns gostam de comer sozinhos, outros preferem companhia. Enfim, é disso que se trata, então...
— Bem, eu sou o tipo sociável e, para começar, pode me chamar de Oliver e eu a chamarei de...
— Chandra... — Ela completou, com um leve sorriso. Arrumou uma pequena mecha de seu cabelo que teimou em sair do lugar.
