ATTRACION - Série Simetria Perfeita
Era noite de magia, em que se cumpriam ritos secretos para celebrar o amor... Um amor a muito tempo perdido e buscado por uma bruxa e um guerreiro. Um ser imortal e um humano, perdidos dentro das linhas do tempo.
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"SÃO AS DIFERENÇAS QUE FAZEM O CASAL PERFEITO"
Oliver levou à boca o último pedaço de vitela, lembrando de seus pensamentos assassinos em relação à Meia-Noite ao acordar e ver-se na companhia furtiva do felino em vez de sua fascinante dama do lago.
— Vou ter cuidado para não pisar no rabo do Meia-Noite daqui por diante. — Comentou, meio brincando e meio a sério.
— Meia-Noite tem uma natureza dócil e afável. Ele não iria desejar que você sofresse o destino terrível previsto pela lenda. Se as lendas são histórias verdadeiras ou não, ninguém sabe. O que se sabe é que a raça chegou à França entre 1919 e 1920. A versão contada é que, durante uma nova invasão ao templo budista, Auguste Pavie e Major Gordon Russell ajudaram as pessoas do local. Para agradecer pelo gesto de proteção, os sacerdotes deram um casal de gatos Birmaneses para os dois homens, que os levaram para a França. Os dois felinos foram o início da linhagem da raça na Europa. Mesmo que o meu não seja tão original assim.
— Como assim? Achei que o Meia-Noite era de raça pura. Indagou ele tomando mais um gole do seu vinho.
— Não ele é a mistura de duas raças. A partir de 1953, Horner começou a criar seletivamente os gatos Bombaim partindo do cruzamento entre o gato americano de pelo curto e preto junto com o gato Sagrado da Birmânia, trata-se de uma raça híbrida porém que não tem qualquer descendência selvagem. Dessa mistura nasceu o meu amado Meia-Noite! — Excitada demais para comer, Chandra deixou quase toda a refeição no prato. Limpou os lábios com q guardanapo e sorriu timidamente para Oliver. — O jantar estava ótimo. Foi muita gentileza sua.
— Você já está querendo ir embora? Ainda é cedo. Não quer uma sobremesa?
Ela olhou em volta, notando as expressões de desaprovação nos rostos que se desviavam imediatamente ao perceber que Chandra os via. Não podia mais sujeitar Oliver àquela atmosfera desagradável.
— Quero, mas preferia comê-la na privacidade de minha casa. Poderíamos fazer um chá e tenho uma torta de queijo na geladeira. Claro que, se você não gostar de torta de queijo, podemos ficar e pedir algo que lhe agrade mais.
Oliver reparou no desconforto dela. Na verdade, estava impressionado com a postura firme que ela exibira até então naquela situação tão sufocante. A pequena Srta. Raven tinha mais fibra do que muitos homens que ele já defendera no tribunal. Mas podia compreender sua vontade de ir embora daquele ambiente hostil. Já o suportara tempo demais. Torta de queijo não era, de fato, uma de suas sobremesas favoritas, mas não teria coragem de dizer isso a ela naquele momento.
— Então está decidido. Torta de queijo na sua casa. Podemos ir quando você quiser.
— Eu gostaria de ir agora mesmo. — Ela temia estar começando a parecer à reclusa que realmente era.
