ATTRACION - Série Simetria Perfeita
Era noite de magia, em que se cumpriam ritos secretos para celebrar o amor... Um amor a muito tempo perdido e buscado por uma bruxa e um guerreiro. Um ser imortal e um humano, perdidos dentro das linhas do tempo.
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"O que está por vir é muito melhor do que você está deixando para trás."
Temperaturas inesperadamente amenas foram trazidas para Évora pelos ventos. Mesmo os habitantes mais antigos não se lembravam de um dia terem visto descongelamento tão repentino. O clima agradável levou à antecipação do concerto anual de primavera do Comitê de Artes e Cultura da cidade.
Todos na cidade esperavam ansiosos pelo evento festivo que reunia os melhores músicos num raio de quilômetros e enchia o ar com o som de diferentes instrumentos. As pessoas sentavam-se na grama do anfiteatro construído pelas doações de famílias tradicionais e mais ricas em torno de Évora, tudo seria feito ao ar livre e quem chegava podia ver a baía logo a frente, onde o sol brilhava e dançava nas águas, as velas dos barcos recortavam-se contra o céu e as gaivotas mergulhavam e planavam em sincronia com a música clássica.
Mais tarde as bandas de música mais jovial seria introduzida para a alegria dos mais jovens.
Ouvir o som melodioso dos instrumentos misturado ao retinir de metais nas embarcações, o barulho das velas agitadas pelo vento e o doce canto das ondas do Atlântico era quase uma experiência espiritual para muitos. Os mais jovens bocejavam sendo repreendidos pelos mais velhos, diversas barracas estavam espalhadas do outro lado com variadas frutas, doces e comidas típicas. E mais ao fundo havia uma pequena área disponibilizada para as crianças, alguns professores foram voluntários e faziam brincadeiras, algumas crianças estavam fantasiadas e faziam pinturas em seus rostos.
Chandra estava ansiosa como todos os outros para fechar a loja e ir para o anfiteatro nesta tarde designada para o concerto. Principalmente porque Oliver iria acompanhá-la. Levantara ao amanhecer para ter tempo suficiente de aprontar tudo para aquela saída de sábado. Levara horas para escolher a roupa certa, pentear e repentear o cabelo, fazer e refazer a maquilagem e preparar o cesto de vime com uma farta variedade de petiscos. Chandra quase não se aguentava de ansiedade. Mal conseguia concentrar-se no trabalho. Felizmente, apareceram poucos clientes na loja naquela manhã. As horas se arrastavam. Por fim, o excitamento venceu a disciplina e ela resolveu fechar meia hora mais cedo.
Após colocar o aviso na porta, foi até o pé da escada e gritou para Oliver.
— Se quisermos pegar um bom lugar, temos de sair logo.
— Já vou descer.
— Oliver, traga o cesto que está na cozinha, por favor.
— Vou tentar lembrar, Chandra. — Ele gritou de volta. Era a terceira vez na última hora que ela falava desse cesto. Oliver estava aéreo o dia todo, os pesadelos que na verdade agora ele sabia que eram lembranças de um passado a muito esquecido agora. Ele tentava juntar as demais peças, mas algumas ainda estavam faltando. Mas de algo ele tinha a absoluta certeza, Chandra poderia lhe ajudar quando chegasse a hora.
Tendo cuidado de todos os detalhes, ela foi até o balcão e começou a computar os recibos do dia. Como haviam aparecido poucos clientes, não ficara muito dinheiro na caixa. Chandra colocou os lucros do dia em um saquinho de pano e o depositou em um cofre que mantinha escondido sob o balcão.
