Capítulo 5 - Encontros Casuais

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"SÃO AS DIFERENÇAS QUE FAZEM O CASAL PERFEITO"

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"SÃO AS DIFERENÇAS QUE FAZEM O CASAL PERFEITO"


O velho senhor do bar dera a Oliver uma excelente indicação. O alojamento que ele recomendara era bastante satisfatório e a proprietária, Srta. Raven, havia se mostrado incrivelmente hospitaleira. Nada dos incômodos usuais de preencher ficha de registro e fazer pagamento adiantado pela noite. Ela simplesmente o fizera entrar e o conduzira através de um aposento escuro que ele presumiu ser uma réplica de uma botica do século dezenove.

Cansado, ele a seguiu por um lance de escadas até um quarto aconchegante que continha uma cama grande arrumada com lençóis brancos e uma colcha felpuda. Oliver não reparou muito na proprietária, exceto por observar que ela era uma mulher pequena e que não falava muito, o que, exausto como se encontrava, era uma característica das mais agradáveis. Ela trouxe toalhas limpas e, depois de colocá-las ao pé da cama, ofereceu-se para buscar algo para Oliver comer, de forma a que ele não tivesse mais de enfrentar o frio até amanhã. O café, ela explicou, seria servido às sete horas em ponto na cozinha adjacente à sala principal. Oliver aceitou com gosto e sugestão de receber o jantar no quarto. Devorou a sopa cremosa de peixe, o pão de gergelim e o chá de ervas antes de cair na cama e experimentar um dos sonos mais profundos de sua vida.

Finalmente conseguiu ter uma noite tranquila em anos, não houve sonhos e nem pesadelos. Ele se sentiu finalmente em paz.

O sol ainda não havia surgido sobre a linha costeira do condato de Peccato quando Oliver acordou. O quarto estava escuro, exceto por uma luz tênue que entrava pela porta. Sonolento, ele a princípio não reparou na luz. Espreguiçou-se e bocejou satisfeito, surpreso por não ter nem sequer mudado de posição durante a noite. Por incrível que lhe pudesse parecer, não havia virado ou acordado para verificar o relógio e ir tropeçando até o banheiro às três horas da madrugada. Pela primeira vez em muito tempo, havia realmente dormido direto até de manhã e sentia-se feliz e descansado.

Talvez estivesse mesmo precisando sair de DC City e das pressões de seu trabalho. Em apenas um dia longe de tudo aquilo já se sentia diferente por dentro. Percebia uma mudança em si, embora não pudesse precisar qual havia sido a sutil transformação.

Sem vontade de questionar o motivo de se sentir tão bem, Oliver sentou-se na cama. Foi então que a luz do corredor entrando no quarto lhe chamou a atenção. Não podia ter se esquecido de fechar a porta do quarto antes de se deitar. Não, claro que não. Lembrava-se de tê-la fechado quando voltara do banheiro na noite anterior. Recordava-se nitidamente de ter notado a ausência de chave ou trava, então simplesmente a fechara.

Mas Oliver não gastou muita energia tentando encontrar uma explicação para o fato. Supôs que a porta havia se aberto por algum defeito da própria maçaneta e não pensou mais nisso. Essas coisas eram comuns em casas muito velhas.

Levantou da cama, vestiu o roupão, calçou os chinelos e ia alcançar a maçaneta quando, de repente, as dobradiças rangeram e a porta abriu-se lentamente. Oliver parou intrigado, até baixar os olhos e descobrir o intruso. Era o gato mais incomum que já havia visto, e parecia tão surpreso com a presença de Oliver quanto ele com a entrada tão súbita do animal. Por um momento, os dois permaneceram imóveis, analisando-se mutuamente. O que mais impressionou Oliver não foi o fato de o gato ser maior e mais sedoso do que um felino comum, mas sua atitude quase ostensiva ao observá-lo, como se estivesse acima dos outros de sua espécie.

ATTRACTION - Série Simetria Perfeita - Livro IIIWhere stories live. Discover now