Capítulo 14 - Em Paz Finalmente

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"SÃO AS DIFERENÇAS QUE FAZEM O CASAL PERFEITO"

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"SÃO AS DIFERENÇAS QUE FAZEM O CASAL PERFEITO"

Os dias vinham e passavam sem novidades e Oliver surpreendeu-se ao descobrir que gostava muito da paz e tranquilidade daquele estranho município que o lembrava a velha e boa Inglaterra ou talvez seria a Irlanda. Seus pais sempre lhe diziam que seus ancestrais tinham vindo dessa parte desse mundo. Achara que iria sentir falta da agitação de DC City e dos grandes casos que defendia por enormes somas de dinheiro. Porém, a realidade revelou-se diferente. Não estava tão ansioso para voltar a sua vida anterior ou à advocacia. Apreciava a rústica solidão de Évora. E adorava o tempo que passava no mar com a água salgada borrifando seu rosto e o vento agitando as velas do barco. Ali, no meio das ondas, havia apenas ele, o barco, o vento, a água, o horizonte e a força que governava aquilo tudo.

Oliver também começou a notar e apreciar alguma peculiaridade de Chandra. Gradualmente, foi reparando que ela, como a cidade, possuía certo charme discreto. A personalidade dela não se impunha aos outros, mas era revelada aos poucos, com o tempo. Chandra era culta, inteligente, gentil e amorosa. Além disso, nos últimos dias Oliver começara a considerá-la mais atraente do que achara a princípio. Ela não possuía o tipo de beleza que chamava imediatamente a atenção de um homem, mas tinha uma sensualidade inata que penetrava a consciência masculina em um nível subliminar. Uma vez instalada na mente, a sugestão de paixão permanecia ativa logo abaixo da superfície de forma não apenas intrigante, mas inextinguível.

Esses pensamentos ocorriam por acaso na cabeça de Oliver quando ele, por falta de algo melhor para fazer num sábado à tarde, resolveu dar uma olhada na loja dela. Sentia-se curioso para explorar aquele local onde ela reinava das nove da manhã às sete da noite, seis dias por semana. Parecia-lhe que Chandra entrava em seu ambiente natural quando descia para vender suas poções aos turistas. Ao assumir o papel de proprietária, sofria uma transformação notável. Entre seus frascos de ervas, garrafas de elixir e variedades de amuletos, Chandra assumia um ar de mistério e domínio. Sem dúvida, ela conhecia seu trabalho.

— Já está suficientemente escandalizado? — Ela perguntou, por fim.

— Não, mas tenho a nítida impressão de que você espera que eu esteja. — Oliver caminhou até uma mesa em um canto da loja e passou os dedos pela capa de couro de um livro grosso e antigo.

.— Força do hábito. — O sorriso dela tornou-se tenso.

— O que é isto? — Ele abriu o livro e começou a folhar as páginas amareladas.

— Minha mãe colecionava muitos livros sobre magia ancestral. — Ela respondeu, tentando diminuir a importância do manual. — Eu deixo esse volume em particular exposto na loja porque ele parece autêntico e acrescenta um toque místico para os turistas.

— De fato parece autêntico mesmo. — Oliver concordou, apertando os olhos para decifrar as letras pequeninas. Estava escrito em latim, língua que ele estudara havia muito tempo, e da qual entendia apenas uma ou outra palavra. Mas o que conseguiu ler foi o suficiente para intrigá-lo. — Interessante este material. Parece a transcrição de alguma espécie de mito antigo. — Ele leu em voz alta: — ''Neste mundo, a Deusa é vista na lua, na luz que brilha na escuridão.

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