Capítulo 35 - Intriga Amarga

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"O que está por vir é muito melhor do que você está deixando para trás

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"O que está por vir é muito melhor do que você está deixando para trás."

A contagem regressiva começou vinte e nove dias antes da reunião do município na pequena cidade de Évora. Logo eram vinte, depois dez, depois cinco. A data aproximava-se e a tensão crescia. Até mesmo Meg Madisson passava por um ou outro momento de apreensão. A própria atmosfera da cidade andava carregada de ansiedade. Os comentários acabaram trazendo especulações até mesmo em outras cidades e alguns turistas começaram a se afastar da cidade com receio de sofrerem com perseguições ou mesmo prenconceitos infundados.

A situação afetava Oliver de uma maneira que nem ele mesmo cogitou imaginar. Embora ele sempre houvesse se considerado um livre pensador e auto-suficiente, começava a descobrir em si urna característica de que não gostava e a qual não queria reconhecer. Incomodava-o ser deixado de lado, ser visto como persona non grata pela segunda vez, ele voltou a se sentir quando os seus parentes o abandonaram. Não estava acostumado com esse tipo de tratamento e isso o irritava demais. Sempre imaginou que o passado jamsi voltaria a afetá-lo.

Apesar da lealdade que sempre demonstrava em público, Oliver tinha algumas dúvidas quanto a ele próprio e seu relacionamento com Chandra. Começou a dar longas caminhadas sozinho. Passava horas pensativo, mas não ousava revelar a ninguém seus receios. Como admitir para outra pessoa o que mal podia admitir para si mesmo, ou seja, que não era o homem liberal que sempre julgara ser? Seria possível que debaixo do nobre sentimento de respeito às liberdades individuais batia o coração de um conservador? Suas duvidas atuais queimavam não só os seus pensamentos mais o seu coração, que por consequência atingiam a sua alma.

Em essência, ele questionava sua força de caráter. Sua relação com Chandra estava sendo uma tensão constante. Ela não era apenas diferente. Uma obra de arte podia ser diferente e isso apenas aumentava seu fascínio e seu valor. Não, Chandra chegava a ser excêntrica e, às vezes, discutível. Poderia, ou quereria acostumar-se com a religião ateia? Precisava mesmo daquele problema, daquela mulher em sua vida? Talvez, bem no fundo, ele preferisse o tipo padrão e descomplicado de mulher bonita, em vez de alguém tão diferente que sempre iria provocar sussurros à sua volta onde quer que fosse.

Droga! O que queria da vida, afinal? Chandra e desejo, desejo e Chandra. Um amor de sonho que podia fazer mágicas na cama. Mas seria mesmo amor o que ele sentia? E, neste caso, teria por ela amor suficiente? A vida nunca seria fácil com ela. Mas, por outro lado, nunca seria monótona.

Pelas ruas sinuosas de Èvora, ele andava e pensava, pensava e andava.

Mas nenhuma resposta lhe vinha.

Chandra parou de andar pela loja e foi até a janela uma vez mais. Seu olhar percorreu as ruas escuras à procura de Oliver. Uma tempestade soprava do mar e raios brilhavam no céu noturno. Oliver saíra há várias horas. Nunca demorara tanto para chegar de suas caminhadas pela cidade. Chandra respeitara a necessidade de privacidade que notara nele nos últimos dias. Sabia que ele travava uma batalha interior consigo mesmo e sentia que a pressão externa estava se tornando demasiada.

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