Capítulo 15 - Contatos

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(Seu nome)

Após sair do hotel, fui direto para a minha casa, ou melhor, para a casa do Dan. Chegando lá, tomei um banho e me deitei. Ainda não passou de meio dia, então eu aproveitaria o máximo do meu dia para fazer o que eu faço de melhor: dormir.

No exato momento em que fechei meus olhos, senti um alívio enorme por estar finalmente na minha própria cama, mas minha alegria acabou quando Dan começou a bater na minha porta. Ele entrou no quarto vestindo um avental, suas mãos estavam cheias de produtos de limpeza e vassouras, carregando um aspirador de pó.

S/N: Não sabia que usava fantasias de dona de casa.

Dan: Haha, muito engraçadinha. Hoje é minha folga e uso as minhas folgas pra dar uma geral na casa. Esse quarto está imundo.

S/N: Que tal você faxinar depois? Eu quero dormir.

Dan: Dormir? Acredito que não tenha feito muito isso com as horas que têm passado com o seu homem hacker.

S/N: Ainda não chegamos nesse ponto, pode acreditar. E eu também não quero falar sobre isso com você, vou ficar no seu quarto.

E então, atravessei o corredor e entrei no quarto dele. Diferente do meu e para a minha surpresa, o quarto do Dan é mais organizado do que eu imaginava. Mas além da decoração, uma outra coisa chamou a minha atenção, havia um retrato quebrado ao lado da cama, os vidros ainda nem tinham sido retirados. Eu realmente não queria mexer naquilo pois seria um pouco invasivo, mas a minha curiosidade falou mais alto, afinal, aqueles vidros espalhados poderiam o machucar, não é mesmo?

Me abaixei ao lado da cama e peguei o retrato, a fotografia que havia nele me deixou com um aperto no peito. Era uma foto do Dan e do Richy, eles ainda estavam novos. Havia algo escrito na foto, parecia ser um presente de aniversário, mas não deu pra ler tudo pois a foto estava manchada de sangue. Não fui capaz de perceber que Dan também estava sofrendo com tudo aquilo, por trás de um cara que se esforça para parecer forte e inabalável, Dan estava fragilizado. Richy era seu amigo desde a adolescência, eram tão próximos que deixavam fotografias juntos ao lado da cama e agora tudo isso acabou.

Notei os curativos na mão do Dan, mas estava tão cansada que nem perguntei o que aconteceu. Agora eu entendi o porquê, Dan quebrou o porta retrato com seus próprios punhos e eu odiava saber que ele passou por tudo isso sem receber um apoio necessário.

[...]

Passei o dia com o Dan, não contei sobre a foto que eu vi, mas dei uma atenção maior para ele e refiz seu curativo. Almoçamos juntos, assistimos série e falamos um pouco sobre a nossa vida antes de tudo isso. Meu dia foi mais que agradável, mas infelizmente ele chegou ao fim. Assim que anoiteceu, tomei mais um banho e me arrumei para ir trabalhar. Dan me deixou no Aurora às 18:45, 15 minutos antes de começar o meu horário. O bar já estava aberto, alguns clientes começavam a chegar, então, passei por trás do balcão e cumprimentei Phil, depois fui para os fundos e coloquei meu avental. Antes de voltar, verifiquei se havia mensagens do Jake, mas ele devia estar preocupado com outras coisas naquele momento.

Guardei minhas coisas e voltei para o balcão, onde Phil servia algumas pessoas. Fiquei responsável pelo caixa enquanto tinham poucos clientes ainda, quando todos já estavam servidos, Phil veio até mim e se sentou do meu lado.

Phil: Chegou cedo hoje, ainda nem teve tempo do movimento aumentar.

S/N: Só me esforço pra ser uma boa funcionária.

Sorri irônica.

Phil: Creio que você não precise de muito esforço pra ser boa em algo.

Ele também sorriu e revirei os olhos com as suas tentativas baratas de continuar flertando comigo.

S/N: Você é inacreditável, sabia disso? É melhor voltar ao trabalho.

Phil: Mudando de assunto, aconteceu uma coisa estranha hoje cedo. Alan veio aqui e me fez várias perguntas sobre você, sobre a sua contratação, há quanto tempo eu te conheço e coisas assim.

Tirei a minha atenção das notas que estava contando e me concentrei totalmente no Phil, assustada.

S/N: O que você respondeu? Disse alguma coisa sobre mim?

Phil: É claro que não, S/n, não tenho motivos pra isso. Na verdade, eu não sei nada sobre você, as únicas coisas que eu pude dizer é que te contratei porque precisava de alguém pra me ajudar, mais nada.

S/N: Esse cara tá me perseguindo há semanas, ele só vai parar se eu der as caras na delegacia.

Phil: A polícia só saiu do meu pé quando eu meti um processo no rabo deles, são insuportáveis. De qualquer forma, se o Alan continuar fazendo perguntas eu vou continuar de bico fechado, mas você tem que resolver isso.

S/N: Obrigada, Phil.

Nosso horário de serviço seguiu normalmente, atendi os últimos clientes e fui limpar as mesas enquanto Phil foi para o interior do bar. O movimento já tinha acabado e eu estava agradecendo por poder ir embora mais cedo, mas a minha alegria acabou quando o sino anunciou a chegada de mais um cliente. Resmunguei baixo fui o atender, mas me surpreendi quando vi que era o Jake com uma feição nada boa.

S/N: O que aconteceu, hacker? Você não parece nada bem.

Jake: E eu realmente não estou, meu dia foi cheio.

S/N: Problemas com ela?

Jake: Pensei que a minha conversa com a Hannah seria de boa, mas não podia ter sido mais desastrosa!

[...]

Depois de Você (DUSKWOOD)Where stories live. Discover now