Capítulo 65 - O acordo policial

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(Seu nome)

Fiquei esperando Alan voltar para a delegacia durante horas, mas ele não apareceu mais. Deixei a sala dele quando já era de noite, agradeci a policial por ter me deixado ficar lá e me despedi. Da delegacia fui direto para o aurora, já que voltei para a cidade, preciso voltar para o trabalho também. Phil já estava lá, o cumprimentei com um beijo na bochecha e fui para os fundos me vestir.

Coloquei uma calça preta, camisa social branca e meu avental, depois voltei para o balcão e comecei a organizar as garrafas. O bar abriu assim que comecei, as pessoas foram começando a chegar aos poucos e eu fui as servindo. O movimento não estava tão alto naquele dia, quando todas as mesas já estavam servidas, voltei para o balcão e apoiei meu corpo nele para conversar com o Phil.

S/N: Fui na delegacia hoje, falei tudo pro Alan.

Phil: Ele concordou?

S/N: Não concordou e nem discordou. Teve que sair quando eu ainda estava explicando, não voltou mais. Acho que ele estava pensando em concordar.

Phil: Bom, acho que você vai descobrir isso agora.

Phil aponta para a entrada e vejo Alan fechando a porta e vindo na minha direção. Phil sai de trás do balcão para ir atender outras pessoas, então eu vou para onde ele estava e espero Alan chegar até mim. Assim que ele chega, ele se senta na minha frente e encara as garrafas atrás de mim.

S/N: Posso te servir alguma coisa?

Alan: O de sempre, por favor.

Me virei e peguei uma garrafa de tequila, depois comecei a preparar a dose na sua frente e arrastei o copo lentamente até às mãos dele. Ele bebeu num gole só, depois espremeu o limão na boca e começou a balançar a cabeça com a acidez. Perguntei se ele queria mais um e ele aceitou.

S/N: Caso muito difícil hoje?

Alan: Estressante, devo dizer.

S/N: Gosta de descarregar estresse na bebida?

Alan: Às vezes, não sou nenhum alcoólatra, mas tem vezes que precisamos de algo forte pra lidar com as coisas.

S/N: E você está certo.

O entreguei a dose mais uma vez e, dessa vez, ele bebeu olhando diretamente para os meus olhos.

S/N: Mais uma?

Alan: Por enquanto não.

Ele deixou o copo de lado e se aproximou do balcão, ficando mais próximo de mim.

Alan: Não me esqueci do que você disse.

S/N: Você aceita?

Alan: Como sei se é verdade?

S/N: Por que eu mentiria sobre isso? Estou falando sério, Alan, ajudar o hacker é a melhor opção para você. Ele pode ser muito útil e, inclusive, ele nunca te prejudicou.

Alan: Não diretamente. Tem noção da dor de cabeça que esse hacker causa pro governo? Isso tem meses e até hoje não obtiveram uma foto, um áudio, uma localização exata. Como você saberia de tudo isso?

S/N: Eu tenho o histórico de conseguir a confiança das pessoas rápido.

Para a minha surpresa, ele começa a rir, mas não sendo cínico, ele realmente achou algo engraçado.

Alan: Certo, você tem razão. Devo admitir que confio em você, não sei porque, mas confio.

S/N: Por que acha isso engraçado?

Alan: Porque você é a maior mentirosa que eu conheço. Isso é contraditório, não? Ainda mais pra mim como policial, não devia me arriscar tanto por você.

S/N: Eu nunca estive errada em nenhuma das vezes.

Alan: Você é inteligente. Me serve mais uma.

Fiz como ele pediu. Depois que bebeu, me devolveu o copo e se levantou.

Alan: Quero você e esse hacker na minha delegacia. Sem a presença dos dois, sem acordo.

Antes de sair, ele paga por tudo que bebeu e eu coloco o dinheiro no caixa. Achei que ele fosse embora logo em seguida, mas ele pegou a sua carteira mais uma vez e pegou notas de 50 de dentro dela, deixou em cima do balcão e olhou pra mim.

Alan: Uma pequena gorjeta pelo ótimo atendimento.

Dito isso, ele foi embora. Peguei as notas do balcão e coloquei no meu bolso, era a segunda vez que ele fazia isso.

Ele fez aquilo de novo. Por quê?

Phil: Parece que alguém gosta de te dar gorjeta alta.

O barman aparece atrás de mim, ele se apoiou na parede e ficou me olhando.

S/N: Por que ele faz isso? É a segunda vez. No meu primeiro dia aqui e hoje.

Phil: Seja lá qual é esse fetiche dele de te encher de dinheiro, é só com você.

S/N: Como assim?

Phil: Outras mulheres já trabalharam no mesmo lugar que você, nas mesmas funções e elas também eram bonitas. Muito bonitas. Mas nunca receberam dinheiro assim dele, e olha que ele é meu cliente de anos.

S/N: Ele não está fazendo isso porque sou bonita, ele espera receber algo em troca.

Phil: Esses policiais...

S/N: Ele quer que eu apareça na delegacia com o Jake. O que acha disso? Devo ir?

Phil: Claro! É uma ótima chance.

S/N: Parece armadilha. É a mesma coisa que jogar uma ovelha dentro de um covil de lobos.

Phil: Jake é inteligente, não é uma ovelha. Fala com ele, veja se ele concorda ou não.

S/N: Não sei se confio no Alan, ele é estranho e não fala tudo que pensa.

Phil: Seja qual for a sua ideia, tem que se decidir logo. Esse bom humor dele não vai durar pra sempre e o governo não vai tirar férias do Jake.

O barman volta a me deixar sozinha assim que termina de dizer isso. Fiquei pensativa o restante da noite, as coisas parecem tão fáceis e tão difíceis ao mesmo tempo, tenho medo de me precipitar e prejudicar o Jake, mas também não posso ficar na defensiva por muito tempo e perder a chance de ajudá-lo. É uma decisão arriscada, pode dar errado em ambos os casos, mas, com sorte, até pode dar certo. O que eu devo fazer?

[...]

Depois de Você (DUSKWOOD)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin