Capítulo 64 - Contribuição

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(Seu nome)

Estava passando pelo corredor até o meu quarto onde Jake se trancou e me deparei com o Dan, que abriu a porta do quarto assim que ouviu meus passos.

Dan: Por que Jake bateu a porta com tanta força?

S/N: Você não ouviu nada?

Dan: Ouvi o que?

S/N: A Hannah, Lilly e o Nathan estão lá em baixo. Você pode dispensar eles, por favor? Apareceram aqui do nada e deu a maior confusão, depois te explico tudo.

Dan: Pode deixar, eu cuido disso.

Andando rápido, Dan vai até o andar de baixo e me faz o favor de tirar todos os Donfort's daqui. Fui até o meu quarto e tentei abrir a porta, mas estava trancada, avisei ao Jake que era eu quem estava batendo e pedi que a abrisse. Um minuto depois, ele me deixa entrar e a tranca novamente.

S/N: Você tá bem?

Jake: Eu não imaginava que a Hannah fosse fazer isso. Quando eles chegaram aqui, eu paralisei, não soube como reagir e parece que ela contou tudo sobre a minha vida pra ele. Eu tô tão irritado.

S/N: Eu sinto muito, meu amor. Sei que não saiu nada como você planejou e você foi forçado a vê-lo. O que vai fazer agora?

Jake: Não faço ideia, não estava esperando por isso. Acho que devemos ir embora, se alguém dessa cidade descobre o nosso parentesco, vai chamar muita atenção pra mim e isso é um risco.

S/N: Não quero mais ter que fugir, Jake, posso resolver isso.

Jake: Mas eu não quero ficar aqui e sempre correr o risco de encontrá-lo. Me deu uma repulsa tão grande quando ele culpou a minha mãe por ter sido um pai ausente, não sei o que sou capaz de fazer se ele continuar inventando essas coisas.

S/N: Certo, nós podemos ir embora, mas quando você deixar de ser um homem foragido.

Então, o contei sobre o plano que envolvia o Alan e o governo, sem deixar um único detalhe de fora. Jake me ouvia com atenção, parecia estar interessado naquilo.

Jake: As chances disso dar certo são mínimas.

S/N: Não custa nada tentar. Você colaboraria com a polícia?

Jake: Se a minha liberdade depender disso, então sim.

S/N: Posso falar com o Alan sobre você?

Jake: Sinto que esse cara confia em você mais do que o normal, então sim. Acho que ele vai te ouvir.

[...]

Pedi um táxi até a delegacia assim que o sol nasceu, queria ir bem cedo para conversar com Alan de uma vez e resolver minhas coisas pelo restante do dia. Quando cheguei, fui até a recepção onde tinha uma policial assinando alguns papéis, ela estava distraída e só notou minha presença quando fiz um barulho com a garganta.

Policial: S/n, quem diria que você aparecia aqui.

Por que não estou surpresa que essa policial que eu nunca vi na vida me conhece? Vou só ignorar isso.

S/N: Bom dia, eu preciso muito falar com o Alan Bloomgate.

Policial: Ele ainda não chegou, mas você pode esperar ele. A sala dele é bem ali.

A mulher aponta para o escritório, a agradeci antes de entrar na sala e me sentar. Não deixei de notar o quão estranho isso foi, primeiro sou reconhecida dentro de uma delegacia e depois tenho total liberdade pra entrar na sala do chefe. Não sei de onde saiu esses meus privilégios, mas não são ruins.

A porta é aberta depois de algum tempo, a expressão do Alan não é de surpresa, sei que ele foi avisado que eu estaria aqui, mesmo assim ele devia estar um pouco surpreso. Ele acena com a cabeça e se senta na minha frente, se ajustando na sua cadeira e atraindo a atenção pra mim.

Alan: Então, no que posso te ajudar?

S/N: Não estranhou eu ter aparecido aqui do nada?

Alan: Você é um verdadeiro mistério. Mente pra mim, some quando preciso falar com você... Claro que estranhei você aparecer aqui, mas sei que você só me procura quando quer algo.

S/N: Só te procuro quando quero ajudar outra pessoa. Alan, você sabe que não sou burra, fiz um trabalho melhor que você e sua equipe no caso da Hannah, eu ajudei e foi muito. Tendo isso em mente, você confiou em mim e foi até a mina quando eu pedi, te dando certeza que a Hannah estava lá. E eu estava certa.

Alan: Sim, eu confiei em você.

S/N: Preciso que confie em mim mais uma vez.

Alan: Você é realmente surpreendente.

Ele força uma risada e balança a cabeça. Ficamos nos olhando por alguns segundos, ele parecia conferir se eu estava sendo sincera. Alan esticou as costas e se ergueu na mesa, apoiou os braços e cruzou a mão abaixo do seu queixo, depois fez um sinal para que eu prosseguisse.

S/N: O hacker, o que ajudou no caso da Hannah e trabalhou comigo, eu sei onde ele está.

Sua postura muda, agora ele está mais interessado ainda no que tenho a fala.

Alan: Qual a pegadinha? Você nunca o entregaria assim.

S/N: Eu sei tudo sobre ele, cada detalhe e posso te contar.

Alan: Porém?

S/N: Porém tudo tem um custo e não faço nada que não me dê créditos. O hacker, a qual não vou citar o nome que é de extrema importância pra você, está disposto a fazer um acordo com a polícia daqui em troca da sua liberdade.

Alan: Está brincando com a minha cara.

S/N: Não estou. Você sabe muito bem o quanto ele é bom, fez coisas que nenhum analista de sistema do seu departamento fosse capaz de fazer, mas ele quer prestar serviços à você. Ele é procurado pelo governo, ele pode fugir e ser pego a qualquer momento e os seus trabalhos não terão valido nada, ou ele pode contribuir com a sua delegacia, ajudar com qualquer caso difícil que não foi solucionado e, em troca disso, você abre um pedido de perdão judicial pra ele.

Alan ficou em silêncio olhando pra minha cara, parecia estar digerindo tudo que eu falei. Ou ele estava achando essa ideia um total absurdo e me prenderia agora, ou ele estava pensando em aceitar. Querendo ou não, isso seria ótimo pra ele.

A porta foi aberta mais uma vez e um policial anunciou que estavam precisando urgentemente dele, Alan se levantou e começou a se arrumar para sair.

Alan: Ainda não terminamos. Eu falo com você mais tarde.

[...]

Depois de Você (DUSKWOOD)Where stories live. Discover now