Capítulo 52 - Suspeitos

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Jake

Estávamos sentados juntos, depois de 3 dias. Não vou negar, senti tanta falta do toque dela, de sentir seu calor perto do meu, aquilo era tão bom. Segurei sua mão em um toque involuntário, sei que não devia, mas senti uma pontada de vergonha de mim mesmo, e por isso, fiquei olhando fixamente para frente. Ela me encarou por alguns segundos e eu notei um pequeno sorriso, era bom saber que ela também sente a minha falta.

Um turbilhão de coisas começaram a se passar na minha cabeça, fiquei com vontade de dizer todas elas e estava tentando criar coragem. A primeira coisa que eu disse era que deveríamos parar com as brigas, que tínhamos que voltar as nossas normalidades. Ela só concordou com a cabeça. Apertei um pouco mais forte a sua mão, e foi quando tudo aconteceu.

Dois carros completamente desconhecidos invadiram o nosso portão, e foi quando eu o vi. Meu pai. O homem mais repugnante que eu conheço. Senti meu sangue ferver ao vê-lo tentar abraçar S/n, ainda bem que ela recuou. Mais pessoas interviram no que parecia uma pequena discussão, tenho certeza que estavam tentando fazê-lo ir embora.

Aquilo só podia ser obra da Hannah, ela seria a única capaz de revelar a nossa localização que combinamos nunca comentar com ninguém. Tínhamos regras sobre os celulares, todo mundo obedeceu, menos ela.

Foi quando eu vi, ainda muito distante, descendo o longo caminho antes de chegarmos aqui, duas viaturas a caminho. Não tive tempo de pensar em mais nada, peguei o meu notebook que felizmente eu trouxe e corri em direção ao rio. Me adentrei na floresta, sem fazer a mínima ideia de para onde estava indo, só me importei em me distanciar ainda mais de onde a polícia estava.

S/n, a única coisa que me resta agora é você, só você consegue sempre inventar alguma coisa para me livrar da prisão. Desfaça essa bagunça que minha irmã fez, por favor.

[...]

(Seu nome)

Todas as nossas coisas foram reviradas. Todos os cômodos, principalmente os quartos. Alan não deixou sequer um centímetro passar despercebido, tudo isso para encontrar a mínima pista que fosse até o Jake.

Alan: Quantas pessoas então hospedadas aqui?

S/N: Oito.

Mesmo estando distante dos meus amigos, consegui ouvir quando ele perguntou e respondi antes de todos eles, sem dar a chance de mais alguém dizer o contrário.

Alan: Fique quieta e volte o seu corpo para dentro da viatura.

Ele ordenou. Permaneci ouvindo o restante da conversa de dentro do carro.

Alan: Confirmam o que ela disse?

Lilly: Sim, estamos em oito.

Um dos policiais volta e faz um sinal com a cabeça, logo ele diz que a casa está limpa, sem nenhuma anormalidade, mas cochichou algo no ouvido do Alan.

Alan: S/n, veio acompanha de algum parceiro?

S/N: Isso não é da sua conta.

Alan: Coisas de homem foram encontradas no seu quarto, me recordo que disse que tinha um namorado, mas nunca citou seu nome.

Phil: São minhas.

Todos nós olhamos pra ele, mas tínhamos que disfarçar a surpresa.

Alan: Então Hawkins é seu parceiro?

S/N: Obviamente. Por que acha que trabalho lá?

Alan age indiferente, só anota algo no bloco de notas e o guarda.

Alan: Confisquem o celular de todos eles e verifiquem a floresta num raio de 2 quilômetros.

Ordena. Os policiais obedecem.

Lilly: Desculpe, mas por que isso é necessário?

Alan: Como eu disse, um foragido pode estar por aqui.

Tudo que pude fazer foi apoiar minha cabeça no banco, torcendo para que Jake conseguisse sumir a tempo. Também agradeci pelo policiamento de Duskwood não ser dos melhores, o local estava repleto de DNA do Jake por todas as partes, mas eles jamais recolheriam o material, testes assim têm um alto valor, gastam um dinheiro muito grande, dinheiro que o departamento não tem.

Segundos, minutos, horas se passaram. E nada. Nenhuma notícia foi dada, nenhum policial voltou, ninguém saiu do lugar. Eu estava começando a ficar inquieta, as algemas apertando meus pulsos me incomodava, minhas pernas não paravam de tremer. Eu olhava fixamente para onde os policiais foram, sempre tive essa mania de pensar no pior, então imaginava que a qualquer segundo que se passava havia chances de ver Jake saindo algemado dali.

Tentei afastar esse pensamento. Torci para que eles saíssem da floresta desapontados, sem encontrar nada, nenhuma prova incriminatória.

Dan: Quanto tempo teremos que ficar parados aqui? Já está ficando ridículo.

S/N: E eu quero saber quanto tempo ficarei nesse estado. Estou com câimbras.

Alan: Você agrediu alguém. Obviamente, irá presa e a vítima prestou queixa.

Agora, ele aponta para Dan.

Alan: E você, é melhor ficar quieto aí.

Não havia mais nada poderíamos fazer, senão obedecer. Dan respirou fundo e voltou para o lado da Lilly, notei que os dois estavam de mãos dadas desde que a polícia chegou, admirava a relação que os dois tinham. Ouvi uma voz falando com Alan, vi que era um dos policiais que entraram na floresta. Os dois se afastaram da gente e começaram a falar.

S/N: Dan! Do que estão falando?

Dan: Não dá pra ouvir, estão cochichando.

A conversa acabou, os policiais de uma viatura entraram e foram embora. Alan voltou para perto da gente e começou a me olhar.

Alan: Nada foi encontrado como prova contra o hacker. Vocês são uma verdadeira dor de cabeça.

Phil: Então agora acho que vocês já podem ir embora.

Alan: Hannah e S/n vão comigo. O restante de vocês, acho melhor tomarem cuidado com o que escondem de mim. Não precisam sujar suas mãos para defenderem um desconhecido, serão sempre bem-vindos na minha delegacia caso queiram depor. Também não se esqueçam que são considerados os principais suspeitos.

[...]

Depois de Você (DUSKWOOD)Where stories live. Discover now