Capítulo 21

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Zevi

Ele entrou na Sala Comunal com apreensão, apenas parando por um breve momento ao ver a cena com que foi recebido. Alphard não foi tão discreto.

- Err...posso perguntar por que Harry está deitado no seu colo, dormindo profundamente?- ele perguntou.

- Não.- respondeu Tom, gesticulando para que eles se sentassem. Todos obedeceram, automaticamente.

- O que você fez com ele?- Zevi perguntou, cautelosamente. Os olhos de Tom cairam sobre o garoto de olhos esmeralda, seus dedos longos girando preguiçosamente entre as mechas negras.

- Ele está apenas dormindo.- seu senhor respondeu, calmamente. Zevi não pôde deixar de respirar aliviado.

Ele suspeitava que Tom realmente se importava com Harry, diabos, sua clemência incomum mostrava algo, mas isso não significava que ele não iria atacá-lo se pressionado.

Isso não significava que Harry não poderia se matar junto com o resto deles se decidisse voltar a ser o menino de ouro.

De certa forma, ele estava mais protegido e mais vulnerável. Protegido porque de alguma forma conseguiu fazer o herdeiro da Sonserina se importar e vulnerável por causa disso.

Se Tom odiava, ele odiava ao extremo, se ele se importava...ele fez isso ao extremo também. Harry não parecia do tipo que aceitava ser mantido em uma bolha.

Ele tinha o interesse de Tom e, embora isso pudesse mantê-lo vivo, ganhar a atenção de Tom também era uma forma certa de receber um convite para conhecer o ceifador.

Isso o preocupava. Com a personalidade de Tom, acabaria de três formas...uma guerra, a morte de Harry ou a imortalidade de Harry.

Zevi só esperava que tudo desse certo.

Harry

Harry podia sentir-se lentamente voltando à consciência, ouvir os murmúrios de vozes lentas e sentir algo quente. Esse provavelmente foi o melhor descanso, não induzido por poções, que ele teve em anos.

- Perdoe-me, mas você realmente acha que Harry vai concordar com isso?

Todo o sono o abandonou, mas ele manteve a respiração lenta, regular e os olhos fechados. Eles estavam falando sobre ele.

- O que te faz pensar que ele terá uma escolha?- a voz de Tom estava fria, com apenas um leve traço de diversão.- Quando ele descobrir, será tarde demais para fazer algo a respeito.

- Ele não vai gostar.- murmurou Abraxas.

- Eu não me importo se ele gosta ou não. Ele vai ter que lidar com isso.

Harry teve que morder a língua para se impedir de responder a isso. Mesmo assim, Tom se atentou. Ele podia sentir o olhar perfurante do Lorde das Trevas adolescente em seu rosto. Harry se amaldiçoou por ter ficado tenso.

Oh droga.

- Você não sabe que é rude escutar uma conversa privada?- Tom perguntou, suavemente. Harry, sabendo que o show tinha acabado, abriu os olhos.

A expressão de Tom era completamente neutra.

- Você não sabe que é rude falar sobre uma pessoa pelas costas?- ele retrucou, sentando-se abruptamente.

- Salazar...- começou Zevi.- Tom...

- Nos deixe.

- To...

- Isso é uma ordem, Prince. Saiam, todos vocês, e certifiquem-se de que ninguém entre.- instruiu Tom, sua voz como veneno.- A menos que vocês queiram terminar essas férias mais cedo? Eu trouxe vocês aqui, posso manda-los de volta com a mesma facilidade. Mantenham suas bocas fechadas.

Os Comensais da Morte saíram em silêncio.

Eles se olharam por um momento. Parecia que alguém tinha empurrado brutalmente um pedaço de gelo em seu peito.

- Quanto você ouviu?- perguntou Tom.

- O suficiente.- Harry respondeu, firmemente, pegando sua varinha. Quando seus dedos agarraram apenas o ar, ele olhou para cima bruscamente.

Tom sorriu, confirmando seus pensamentos sobre exatamente onde sua varinha tinha ido. O coração de Harry acelerou.

- Por que não falamos sobre isso?- o herdeiro da Sonserina sugeriu, suavemente. Ele balançou sua cabeça

- Não há nada para falar.- Harry disse, friamente. A expressão de Tom escureceu.- Você vai me matar agora?- ele perguntou, considerando a varinha na mão do sonserino com cuidado.

- Você acha que eu devo?- Tom arqueou as sobrancelhas, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. Ele apontou a varinha em sua direção, preguiçosamente. Harry, instintivamente, deu um passo para trás. Estava apontada diretamente para seu coração, perto demais para errar.

- Eu preferiria que você não o fizesse.- ele disse, honestamente.

- Eu também prefiro não.- disse Tom, para sua maior surpresa.

- Então abaixe a varinha.- Harry respondeu, automaticamente. Tom fechou a distância entre os dois, pressionando a varinha contra seu coração mais uma vez.

- Eu não posso fazer isso.

- Por que não?- Harry perguntou, estudando o menino mais velho. Estranhamente, ele não estava com medo.

No entanto, ele deu outro passo para trás...mais porque estava um pouco desconfortável com a invasão de seu espaço pessoal do que qualquer outra coisa. Tom simplesmente o seguiu. Suas costas bateram em algo sólido, mas Harry não se atreveu a olhar para trás e ver o que era.

- Porque no momento em que eu abaixar a varinha, você irá fugir.- respondeu o jovem Lorde das Trevas, friamente.

Pode ter alguma verdade nisso...

- O que você está fazendo? Do que eu não vou gostar?- Harry demandou.

- Meus planos.

- Estranhamente, eu entendi essa parte.- ele retrucou. Tom balançou a cabeça, seus olhos ficando sérios.

- Só para constar, me desculpe.

- Pelo o quê? Ser um bastardo mentiroso e trapaceiro?- Harry sibilou. A mandíbula de Tom se apertou, antes que ele desse um sorriso singularmente deslumbrante.

- Não, por isso. Obliviate.

No segundo seguinte, não havia nada além de escuridão.

Tom

Ele olhou para o garoto caído na frente dele, antes de suspirar e pegá-lo. Ele se sentou no mesmo sofá de antes com a cabeça de Harry posicionada em seu colo.

Tom teria que ser mais cuidadoso. Muitos feitiços de memória poderiam afetar as mentes mais jovens de uma forma permanente, e ele não queria isso.

Algo vagamente como arrependimento fez cócegas no fundo de sua mente, antes que ele o afastasse como uma teia de aranha.

Tom tinha os melhores interesses de Harry no coração.

Cuidadosamente, ele pegou seu livro descartado anteriormente sobre horcruxes.

Antes que o ano terminasse...tudo teria se encaixado.

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