Capítulo 26

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Harry estava de péssimo humor naquela manhã.

Sua cabeça estava latejando como nunca antes, paralisando-o em ondas agonizantes que o deixaram sentindo como se seu crânio tivesse sido rachado. Ele acabou transfigurando um óculos escuro, porque a luz o irritava demais. Tinha feito pouco para ajudar.

Harry saiu antes que qualquer outro Sonserino tivesse acordado. Tantas coisas estavam se acumulando em um curto espaço de tempo, deixando o lado da luz, a reação bizarra de Gina (e ela não estava agindo dessa forma no ano passado. Não é normal e ela pode ter sido amaldiçoada ou algo assim. Ou talvez ver Tom e ser lembrada de seu traumático primeiro ano a fez surtar), Godric's Hollow e a porcaria estranha com as lembranças, sem falar da lista de morte esquecida por Deus, que Tom ainda tinha.

Harry tinha a sensação de que Tom sabia mais sobre isso do que estava deixando transparecer, com toda aquela explicação sobre Lembrols.

Era como se ele estivesse sendo testado, de alguma forma, o que realmente o enerva. Depois, havia toda aquela coisinha sobre o ataque dos Comensais da Morte e a guerra se tornar pública. Nada muito grande.

Ah, e a traiçoeira marca de cobra em seu braço. Às vezes Harry sentia um formigamento, mas Tom, principalmente, ignorava.

O que era assustador, porque Tom não era do tipo que não usava essa vantagem, e foi uma vantagem clara porque era muito semelhante a uma marca negra.

Salazar. Harry odiava sua vida às vezes. Ele suspirou pesadamente, esfregando a cabeça. Tudo parecia tão surreal. Havia muitas cordas desamarradas.

Conhecendo Tom, elas não estavam desamarradas, estavam se enrolando silenciosamente ao seu redor, esperando por um distração, prontas para de repente se apertar ao redor dele como cordas de marionete. Harry parou no corredor, tremendo com a imagem mental que lhe deu. Ominosa. Muito sinistra.

O destino o odiava.

Houve um silêncio mortal enquanto ele entrava no Salão Principal para o café da manhã. Os Sonserinos já estavam em sua mesa, seus olhos intensos e avaliando sua pessoa.

Ótimo. Harry não era um garoto de sorte? Não tinha certeza se ficou aborrecido ou aliviado quando a enxaqueca assassina que crescia em sua cabeça diminuiu um pouco, devido à proximidade com Tom, ele presumiu.

Porra, isso era tão doentiamente dependente. Harry ia ter que falar sobre aquelas aulas de Oclumência.

- Sr. Potter!- um funcionário do ministério correu até ele imediatamente, um bloco de notas e uma caneta em suas mãos esperando ansiosamente para fazer registros.- Nós precisamos de sua ajuda.- sua mandíbula se apertou.

- Vocês precisam da minha ajuda?- Harry repetiu, friamente, arqueando uma sobrancelha.- Finalmente decidiram que não sou um mentiroso, esquizofrênico, carente de atenção? Que conveniente.

O oficial balbuciou, antes de fazer um esforço valentemente pomposo para se recompor.

- O ministro deseja discutir os eventos do ano passado, ele acredita que você pode ter algumas informações valiosas referentes a possíveis maneiras de derrotar Você-sabe-quem antes que ele possa recuperar o poder total.- a expressão do oficial parecia sugerir que ele deveria ter se sentido honrado com isso, e Harry imediatamente sentiu uma forte irritação crescendo ao lado de sua dor de cabeça.

Este dia estava ficando cada vez melhor.

- Então, ele pode entrar em contato comigo através dos métodos usuais, solicitando meu tempo.

O funcionário ficou boquiaberto com ele.

- Você é Harry Potter, não é?

Olhos bulbosos varreram sua testa com desconfiança.

- Infelizmente.- Harry brincou.- Agora, se você me der licença...- ele evitou o homem e se dirigiu para a mesa da Sonserina.

- Sabe, quando as pessoas me disseram que O Menino Que Sobreviveu havia mudado de lado, eu disse que eles estavam malucos...mas acho que deve ter um elemento de verdade nisso, afinal.- disse o funcionário, sarcasticamente. Harry fez uma pausa, sentindo seu temperamento explodir.

- E isso...- ele disse em um tom de voz de conversa.- É por que eu odeio o ministério.- ele se virou, sua magia em chamas.- Você e seu ministro são um bando de ovelhinhas corruptas e patéticas sem nada melhor para fazer do que trair aliados em potencial e fazer acusações falsas e ridículas para tentar parecer melhor. O cúmulo da mesquinhez, não acha? É muita audácia da sua parte falar comigo sobre elementos de verdade! Você pode dizer ao ministro e a qualquer um de seus colegas idiotas que, se eles quiserem minha ajuda ou qualquer coisa minha, podem começar mudando isso. Vocês me deixam doente.- Harry respirou fundo, lutando para controlar seu temperamento.

- Estou com uma dor de cabeça muito forte e uma noite de ataques de comensais da morte e sessões de tortura em minha mente agora.- o tom de conversa estava de volta, irônico e zombeteiro.- Então, por favor, fique longe de mim, antes que eu tente algumas maldições para ver se elas são motivacionais o suficiente para fazer vocês realmente lutarem esta guerra antes que ela se transforme em mais um banho de sangue do que já é. Merlin! Não é meu trabalho dizer como administrar o país.

O funcionário saiu muito rapidamente depois disso.

Ao se sentar, Tom lançou-lhe um olhar penetrante.

- Dor de cabeça?- ele citou, interrogativamente. Harry balançou a cabeça, deixando-a cair sobre a mesa.

- Sobre aquelas aulas de Oclumência...- ele sugeriu. O herdeiro da Sonserina inclinou a cabeça.

- Esta noite, se você quiser.

- Preço?- Harry perguntou, cansado. Tom o estudou, um pequeno sorriso no rosto.

- Hmm, você está realmente observando para onde está indo desta vez. Uma melhoria notável.

Harry olhou para ele. O sorriso de Tom se alargou, antes de desaparecer.

- Acho que conseguir uma noite inteira de sono para todos nós já é um preço suficiente. Só não me dê nenhum problema nas aulas.

Harry o encarou.

- Ok.- ele concordou.

- Bom.- Tom aprovou, voltando-se para seu café da manhã. A visão disso fez a náusea agitar em seu estômago.

- Como você pode pensar em comer agora?- Harry murmurou. Tom não olhou para cima.

- Porque eu estou com fome. Agora cale a boca e coma, ou você está planejando ser um covarde e vomitar?

- Não.- ele rosnou, mas não fez nenhum movimento para realmente tocar em qualquer coisa dos vários pratos e travessas diante dele. Uau, maneira de fazer um cara se sentir desconfortável por realmente ter uma base moral suficiente para não ter apetite depois de assistir um abate…

- Tanto faz.- Tom dispensou, mas Harry notou seu olhar por um breve momento, antes de retornar ao último livro que estava lendo, sobre memória.

O resto do café da manhã transcorreu sem intercorrências, com Lestrange, Zevi e Draco iniciando uma discussão sobre o que acontecia com a identidade se uma pessoa sofresse de perda de memória.

Então Harry percebeu. Memória.

Sua mão se fechou sobre o Lembrol em seu bolso.

O Favorito do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora