Capítulo 47

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O primeiro pensamento de Harry foi que Tom ia pirar.

Seu segundo pensamento foi um horror incrédulo sobre por que diabos a reação de Tom seria a primeira coisa a surgir em sua cabeça.

O terceiro pensamento, e de longe o mais produtivo e sensato, foi lançar um feitiço de escudo.

Harry o fez, lutando para encontrar uma posição mais vantajosa para defesa e ataque. Sua cabeça se voltou para Rony e Hermione. Eles estavam bem, atordoados, mas felizmente coerentes o suficiente para sacar suas próprias varinhas.

Diante deles estava a carnificina.

Dezenas de Comensais da Morte invadiram a pequena vila como uma maré negra, engolfando a população e deixando um rastro de destruição em seu movimento. O ar estava pesado com gritos e pânico, flocos de chamas de explosões criadas no súbito ataque surpresa.

Harry imediatamente, dolorosamente, percebeu o fato de que a maioria das pessoas correndo por aí, lutando ou apenas tentando escapar, eram estudantes. Alunos inexperientes que não sabiam lutar. Ele xingou baixinho, aproveitando o fato de ninguém ter notado quem ele era (Harry não gostava de pensar que era arrogância presumir que provavelmente todos iriam se juntar para atacá-lo) para puxar seus melhores amigos para perto, pensando furiosamente.

- A passagem secreta do porão da Dedosdemel, tirem o máximo possível de alunos por lá! Agora, rápido! E tentem alertar os professores. Vão!- Harry ordenou, antes de girar para saltar para a briga e enfrentar o cara de máscara branca mais próximo na batalha.

Ele não esperou que os Comensais da Morte o notassem ou o enfrentassem, Harry os atacava por trás e seguia em frente; girando através da cacofonia doentia de cores e derramamento de sangue. Ele registrou vagamente Hermione gritar seu nome, e Rony gritar algo como "não se atreva!" mas ele se foi, varrido pela batalha. Harry só esperava que eles fizessem o que ele pediu.

Ele abriu caminho, ajudando outros alunos onde podia e apontando-os a direção da passagem de Hogsmeade. Harry sabia que era apenas uma questão de tempo até que os Comensais da Morte notassem aquela rota de fuga e entrassem em ação; ele só podia ter esperanças de que houvesse gente suficiente para continuar lutando e mantê-la aberta.

Cada perda de vida era como uma punhalada amarga em seu coração.

Então Tom chegou.

Ficou claro que o outro estava procurando por ele. E estava irado.

- O que diabos você está fazendo?- o herdeiro da Sonserina sibilou, banindo um Comensal da Morte que se aproximava com um movimento quase desdenhoso de sua varinha.

- Lutando.- Harry respondeu, com os dentes cerrados, virando-se para derrubar outro Comensal da Morte. Ele sentiu Tom deslizar quase automaticamente para ficar contra as suas costas.

- Claramente.- Tom diz, irritado.- Bom para você, herói, você já cumpriu sua cota do dia?- vários atacantes caíram simultaneamente; Harry só podia adivinhar que o último feitiço de Tom tinha sido letalmente horrível. Os Comensais da Morte obviamente não perceberam quem realmente era o garoto com quem estavam duelando.

- Ainda não.- Harry respondeu, seu tom de voz casual. Alguns Comensais da Morte desabaram, um batendo um no outro como dominós sob sua varinha.- Mas fique à vontade para...

- Estamos indo embora.- a ofidioglossia dançava na língua de Tom, ameaçadora.

- Sinta-se livre para ir em frente.- Harry enfatizou, grunhindo ligeiramente quando uma maldição particularmente violenta deslizou por seu escudo para passar raspando em seu estômago enquanto ele se esquivava.

Tom pareceu perder a paciência, e todos os Comensais da Morte ao redor deles foram jogados para trás em uma enorme explosão de energia. Harry ergueu as sobrancelhas.

- Você tem que me ensinar como fazer...- Tom agarrou seu braço, puxando-o bruscamente para que ficassem de frente um para o outro.

- Estamos indo embora.- Tom repetiu, perigosamente.- Obedeça ou não serão só seus inimigos que eu vou amaldiçoar a seguir.

- Você não vai me amaldiçoar.- Harry bufou, acertando outra pessoa com máscara branca que ousou quebrar o crescente círculo ao redor dos dois. Ele era uma horcrux. Tom havia surtado mais cedo quando apontou uma varinha para si mesmo.

O jovem Lorde das Trevas sorriu, cruelmente.

- Eu estava me referindo a sangue ruim e ao traidor do sangue.

Harry congelou no local, sem acreditar no que acabara de ouvir. Seu coração parou quando ele olhou para o outro, avaliando sua seriedade. A seriedade estava no nível dez; mortal.

- Você jogou suas cartas bem cedo no jogo, querido.- Tom continuou, o sorriso se tornando desarmante, antes de desaparecer completamente. Sem dizer mais nada, Tom se virou, sabendo que Harry o seguiria, abrindo caminho pelo campo de batalha com uma graça fatal.

Xingando baixinho, respostas inteligentes e opções alternativas de escolha temporariamente em curto-circuito em sua cabeça com a ameaça, Harry foi atrás dele, aproveitando a oportunidade para continuar ajudando o máximo de pessoas que conseguia.

A vergonha de partir queimou suas entranhas como ácido, o horror afogou sua mente, o medo formigou sua espinha e a raiva o dominou com um punho de fogo. Isso foi um golpe baixo. Mesmo para Tom. O outro estava desesperado para tirar a maldita horcrux da linha de fogo.

- Você é um bastardo.- ele rosnou.

- Você é patético.- Tom respondeu calmamente. A multidão estava diminuindo, com os mortos ou inconscientes cobrindo Hogsmeade. A curta batalha estava chegando ao fim, a vitória ou o fracasso ainda não estava claro para nenhum dos lados ver.

Harry se inclinou mais para o fracasso.

Muitos Comensais da Morte estavam fora de ação, mas os Comensais da Morte os superavam em número em primeiro lugar. Harry temia a força do exército de Voldemort quando eles estavam em pleno poder.

- Sério.- Tom continuou, uma pitada de veneno em sua voz.- Seu desejo de heroísmo é realmente repugnante.

- Assim como o seu desejo de controlar todos ao seu redor, como, uh, eu, por exemplo. Os psicólogos podem argumentar que você está supercompensando...

- Você realmente vai começar com isso agora?- Tom questionou, acidamente, enquanto eles lutavam para passar. Ambos sofreram alguns ferimentos, mas nada com risco de vida.- Você é um hipócrita, sabia disso, Evans?- Harry deu um sorriso zombeteiro.

- Vindo de você?- ele revidou. Tom lançou-lhe um olhar desagradável, jogando outro Comensal da Morte para longe. Eles estavam se aproximando da borda do campo de batalha agora.

- Eu não tenho pretensões sobre o que sou.- Tom respondeu com altivez.- Mas você...- pela primeira vez desde que eles começaram a 'conversa', Harry ouviu um tom de fúria verdadeira e não adulterada na voz do outro.- Você é um hipócrita. Estou tentando de verdade. Você diz para eu me importar, e quando me importo, você joga isso de volta na minha cara e me diz para recuar, seu pirralho ingrato. Você sempre reclama sobre como estou tentando te mudar, mas, claro, quando você me diz para mudar minha natureza psicopata, está tudo bem.

- Não é assim.- Harry fala, furioso.- Você tem alguma ideia...

- Problemas no paraíso?- uma voz questionou zombeteiramente.

A dor explodiu em sua cicatriz.

O Favorito do DestinoWhere stories live. Discover now