Capítulo 45

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Na manhã seguinte, Harry acordou cedo, tanto para ir à Hogsmeade quanto para o teste de goleiro da Grifinória. Ele esperava estar fora das masmorras antes que qualquer outra pessoa acordasse, mas parecia que isso era pedir demais.

A cama de Tom estava vazia; e Harry sabia que ele estaria na Sala Comunal quando Harry tentasse escapar. E ele estava certo. O herdeiro da Sonserina ergueu os olhos assim que ele entrou na sala.

- Você acordou cedo.- observou Tom. Harry deu de ombros, imaginando se deveria simplesmente ignorar o outro e continuar andando. No final, ele fez as duas coisas, falando por cima do ombro enquanto atravessava a sala comunal.

- Teste de Quadribol, Angelina quer que todo o time esteja lá. Então depois eu vou para Hogsmeade com Rony e Hermione, eu já te disse, lembra?- Harry sabia perfeitamente bem que Tom se lembrava. Bastardo.

O herdeiro da Sonserina se levantou, aparentemente decidido a caminhar até o Salão Principal com ele para o café da manhã. Harry reprimiu um suspiro, é claro que ele não teria permissão para fazer algo tão escandaloso quanto atravessar a escola sozinho. Harry poderia cair da escada ou algo igualmente ridículo. Ele odiava aquela Horcrux.

- Não, você não vai.- disse Tom, calmamente.- Eu estive pensando sobre isso, e não vou permitir.

Harry arqueou as sobrancelhas.

- Você não vai permitir?- ele questionou delicadamente, lutando para controlar seu temperamento desgastado.- Suposição interessante.

- É muito perigoso.- disse Tom, olhando para ele.- Você sempre se mete em problemas quando está com aqueles dois. Eles praticamente encorajam seu desejo estúpido de arriscar sua vida.

- Porque você é um modelo de companhia.- Harry rebateu sarcasticamente.

- Sou monitor.- respondeu Tom. Harry bufou.

- Não neste período de tempo. Rony e Hermione, no entanto...- a expressão de Tom disse a Harry exatamente o que ele pensava daquela declaração.

- Eu disse não.- disse ele com firmeza.

Harry tentou, ele realmente tentou, mas uma semana de possessividade sufocante foi demais para aguentar. Ele girou, aura surgindo.

- Oh, mas estou morrendo de vontade de um pouco de perigo.- ele rosnou.- Sério. Estávamos pensando em ver quantas balas teria que haver na minha cabeça antes de eu morrer. Isso iria destruir a horcrux efetivamente, não é?

- Você não ousaria.- Tom sibilou, dando um passo para frente, com as feições lívidas.

- Me teste!- Harry retrucou, louco de raiva.- Ou melhor ainda, RETIRE-SE. Você não tem absolutamente nenhuma opinião sobre o que faço ou com quem passo meu tempo. Não sou um animal de estimação e certamente não sou uma pequena posse para você embrulhar em plástico bolha, eu sou uma pessoa! Você me entende?- ele demandou. A cabeça de Tom se inclinou para trás.

- Harry...- ele começou.

- Não!- Harry rosnou.- Cale a boca. Um simples sim ou não será suficiente.- Tom ficou em silêncio por um momento.

- Sim.- ele disse, finalmente.- Eu te entendo. Mas...

- Sem mas.- Harry disse, firmemente.- Afaste-se. Vou passar este fim de semana com meus amigos. Sem nenhum de vocês, sem guerra ou qualquer outra merda, ok?- Tom parecia amotinado, a mão fechada firmemente em volta do cabo de sua varinha.

- Se você se meter em algum problema...- o Sonserino alertou.

- Você vai me caçar e me matar?- Harry ofereceu docemente.- No momento, isso realmente soa preferível.- ele disse, dando um passo para trás e levantando a varinha enquanto os dedos de Tom se moviam para amaldiçoá-lo. Harry apontou sua varinha, não para Tom, mas para seu próprio peito. Tom congelou no local, os olhos arregalados.

- Você realmente não se mataria...

- Não?- Harry ousou.- Você realmente quer dizer que estou blefando agora?- Tom o examinou sombriamente.- Achei que não.- disse ele.- Então vire-se, ande e vá aterrorizar seus lacaios ou o que quer que faça quando eu não estou lá para que você possa me sufocar com sua maldita possessividade.

Tom o encarou por mais alguns segundos, as feições sombreadas, antes de guardar sua varinha. Havia uma expressão estranha em seu rosto. Harry teve uma sensação esquisita no estômago ao vê-la...não parecia ser de mágoa, mas...havia fúria ali. E medo e...

- É melhor você voltar inteiro, herói.- Tom avisou, perigosamente, antes de se virar e se afastar sem ao menos olhar para trás. Harry esperou até que ele dobrasse a esquina, antes de deixar sua postura relaxar.

Sim, ele definitivamente precisava de um fim de semana.

Meia hora depois Harry estava em sua vassoura, pairando sobre o campo de Quadribol. Para seu choque total, Rony estava tentando a posição de goleiro.

Isso o fez se sentir péssimo; Harry não deveria saber se seu melhor amigo estava tentando entrar para o time? Ele se sentiu um pouco melhor por Hermione também não saber. Aparentemente, Rony estava preocupado que eles iriam rir dele, embora Harry pensasse que era uma ideia brilhante. Pelo menos explicava o mistério de por que Rony estava tão cansado, claramente ele estava praticando tarde da noite. Harry apenas desejava que ele soubesse, então poderia ter se oferecido para ajudar.

Seus melhores amigos estavam certos, ele estava longe. Teria sido fácil odiar Tom por isso, mas Harry sabia que também era parcialmente sua culpa. Ele não tinha feito tanto esforço para voltar à sua antiga vida como deveria ter feito. Ele deixou escapar, ficando muito envolvido com tudo o que estava acontecendo. Harry gostava da companhia de Tom, o sonserino era ótimo quando não estava sendo um idiota, por isso tinha sido tão fácil. Ele passou um ano sem Rony e Hermione, com Tom e os Sonserinos sendo sua principal fonte de companhia, Harry não poderia esperar que o ajuste fosse fácil. Ele não deveria ter desistido tão rapidamente.

Harry se inclinou para frente ansiosamente quando chegou a vez de Rony jogar. O ruivo era bom. Ele não era excepcional, mas era bom. Ele definitivamente teve uma chance decente. Harry só esperava que ele conseguisse a posição. Seria fantástico. Ele cruzou os dedos no bolso.

Sim!

Rony tinha conseguido. Eles se dirigiram para Hogsmeade para comemorar. Seu humor já parecia mais leve.

O Favorito do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora