Capítulo 39

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Quando Harry acordou na manhã seguinte, Tom já tinha ido embora.

Que surpresa. O outro poderia tentar alegar que não estava tentando evitar perguntas sobre o Lembrol, mas isso obviamente era mentira.

Tom realmente acreditava que estava destinado a se tornar Voldemort? Salazar.

Não. Era muito cedo. Harry não pensaria nisso antes mesmo de tomar o café da manhã, só iria deixá-lo enjoado. Bem, mais do que ele já estava.

Harry rolou para fora da cama, com a visão turva. Desde que Tom colocou o bloqueio mental, ele dormiu muito melhor. O que o lembrou, ele ainda precisava encontrar aquela maldita informação sobre Auras e Níveis de Poder.

Conhecendo Tom, o Sonserino provavelmente estava totalmente ciente de que o texto apropriado para explicar sua pergunta era completamente obscuro. Era típico de Tom se divertir em observá-lo procurar em livros por horas, presunçoso por saber que ele poderia facilmente responder à pergunta sozinho. E Tom o chamou de preguiçoso? Honestamente.

Harry se dirigiu para o Salão Principal, debatendo Quadribol com Abraxas. O Malfoy estava convencido de que a Sonserina iria destruir a Grifinória na partida que se aproximava. Harry discordou. Não importava se os leões iriam realizar testes para um goleiro em breve, eles ainda iriam vencer as cobras.

Ele notou que Tom estava sentado à mesa da Sonserina quando entrou no salão. Os olhos do jovem Lorde das Trevas o encontraram quando eles se aproximaram, ainda discutindo de bom humor sobre o melhor esporte do mundo. Harry sorriu brevemente, não acordado o suficiente para tentar cumprimentá-lo (bem descansado ou não, ele nunca seria uma pessoa matinal) antes de olhar para Rony e Hermione e ir se sentar à mesa da Grifinória pela primeira vez.

Alguns deles, como Gina especificamente, o encararam, mas ele os ignorou, embora, considerando a Weasley mais nova com uma curiosidade perturbada. Algo estava definitivamente errado ali. Mais de perto, a outra parecia esgotada e cansada...muito parecida com ela no primeiro ano. Um arrepio percorreu sua espinha. Harry ignorou esse paralelo também.

Por agora.

Rony estava bocejando profundamente em sua mão.

- Ficou acordado até tarde?- ele perguntou. Rony ficou vermelho por algum motivo estranho, antes de assentir apressadamente.

- É...não consegui dormir.

Mentiroso. E querido deus, seus pensamentos estavam até começando a soar como Tom...Harry iria agendar uma pausa da companhia do herdeiro da Sonserina em algum momento. Passar tento tempo com um psicopata provavelmente era psicologicamente prejudicial. Mesmo que o psicopata em questão fosse seu melhor amigo e um ator muito talentoso. Especialmente então.

- Oh?- Hermione questionou, preocupada.- Você está se sentindo bem? Você não está ficando doente, né?

Rony corou ainda mais. Hermione também estava estudando o ruivo, e ambos trocaram olhares de curiosidade.

- Não, eu estou bem.- Rony bocejou novamente, prontamente enchendo a boca com comida.

Suspeito. Muito suspeito.

Harry se acomodou com o café da manhã, sem prestar atenção ao voo costumeiro das corujas enquanto entregavam o correio matinal.

- Harry.- Hermione o cutucou depois de um momento, sua voz trêmula e suas mãos brandindo o Profeta Diário na frente de seu nariz.

Parecia que o Profeta havia finalmente começado a falar sobre a guerra.

O ataque dos Comensais da Morte estava espalhado pela capa, continuando em três páginas inteiras. Como se todos já não soubessem disso. Ainda assim, algo sobre o reconhecimento o deixou cansado, tornou mais oficial, apesar de seu ódio pela imprensa. Foi reconhecido agora, e as coisas só iriam piorar.

Harry perdeu o escasso apetite.

- Página cinco.- Hermione sussurrou. Rony estava se inclinando, quase arrancando o papel das mãos de Hermione com sua ânsia. Se a situação não fosse tão terrível, como todas as suas situações pareciam ser hoje em dia, Harry teria contado uma piada sobre Rony estar mais entusiasmado em ler alguma coisa do que Hermione, a quase Corvinal. Do jeito que estava, ele não tinha coração para isso. Rony xingou.

- Isso passou dos limites, cara.- exclamou irado. Com o interesse despertado, Harry olhou para a página cinco: "O Escuro 'Salvador' da Luz."

Era tudo sobre ele e sua aparente descida ao lado das trevas. Harry teria rido, se não estivesse tão enojado. Ele olhou para a mesa da Sonserina. Tom estava olhando para para ele, arqueando a sobrancelha como se dissesse sarcasticamente "agora realmente, você deveria ter me dito se você se sentia assim."

O salão inteiro rugia com sussurros, e Harry podia sentir os olhos perfurando sua pele como um milhão de agulhas minúsculas. Pelo amor de Deus. Todos eles estiveram lá para a cena com os Dursleys (e o que diabos aconteceu com os Dursleys de qualquer maneira? Não que ele se importasse, mas tinha sido um pouco aleatório...outra coisa para procurar saber se ele não continuasse adiando em distração) Harry revirou os olhos.

Outra coruja mergulhou, deixando cair uma carta em seu colo. Ele suspirou, sentindo os olhares da mesa principal e reconhecendo a caligrafia torta. Dumbledore.

Harry, por favor, venha ao meu escritório depois do café da manhã. Vou escrever um passe para qualquer aula que você perder. Eu tenho uma parcialidade por balas esfervecentes.

Foi curto, mas direto ao ponto. Harry debateu silenciosamente se deveria ou não se incomodar, mas no final decidiu ir ver o que o velho queria. Afinal, ele não odiava Dumbledore, apenas discordava severamente de sua tendência manipuladora...mas, novamente, se ele estava disposto a conversar com Tom depois do feitiço de memória, ele supôs que seria justo dar ao diretor uma chance também.

Harry sempre poderia sair de novo.

Sem mencionar que um encontro privado com Dumbledore deixaria Tom louco de curiosidade...serviu bem ao idiota. Não, Harry não estava sendo infantil, e irritar Tom não era seu único motivo. Ele olhou para a mesa principal, para encontrar olhos azuis já descansando em sua forma. Ele acenou com a cabeça uma vez, colocando fogo no pergaminho.

- De quem era isso?- perguntou Rony.

- Dumbledore.- Harry disse, honestamente. Seus olhos se moveram para a mesa da Sonserina novamente para ver o olhar de Tom se estreitar no líder da luz, com ódio. Parecia que o outro havia notado a troca de mensagens; não que ele pensasse que Tom não o faria.

- Você me empresta suas anotações depois, Hermione?- Harry pediu. Sua melhor amiga assentiu, ansiosa.

O café da manhã chegou ao fim.




O Favorito do DestinoWhere stories live. Discover now