Zoro • a história se revela

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Parte 2🍪
Ponto de vista da sn

Não há como ele ter descoberto... ou será que tem? Droga! Precisarei redobrar meus cuidados com este... bastardo! Deus, perdoe meus pensamentos chulos que envolvem este homem.

Senhorita Nami havia me passado as ordens de Luffy, para que eu as analisasse expressamente. E assim eu o fiz. Fui de encontro com a ruiva no lado externo do Going Merry, que se encontrava concentrada em seus mapas.

- Nami, tudo ok por aqui. Chopper disse que alguns medicamentos se quebraram durante a tempestade, mas nada do qual devemos nos preocupar. Em relação a cozinha, tudo está intacto, exceto um copo, nada demais. — o copo de uísque de Zoro se espatifou no chão durante nossa noite de infidelidade, não tenho culpa no cartório quanto à isso.
- Usopp disse que o Going Merry não sofreu nenhum dano sério, tudo foi reparado como o esperado. — anunciei, trazendo a atenção da mesma para mim.

— certo, sn. Então avise aos outros que iremos parar na próxima ilha que for avistada. Ordens diretas do capitão. — certamente, Luffy, irá querer reabastecer o navio antes de seguirmos viagem. Sabia escolha.

- pode deixar que eu aviso. E... quanto ao Luffy?

- o que tem ele?

- ele está bem? Foi uma tempestade e tanto.

- não se preocupe, essa tempestade não é pário pro idiota do capitão. — apenas ri em resposta.
- e você? Se machucou? Não pude deixar de notar esses roxos no seu pescoço. — os chupões do esverdeado.

- ah... é... não, não foi nada grave. Eu escorreguei na água que entrou no meu quarto e bati o pescoço... nada demais.

- ah, é, tem que tomar cuidado com o pescoço durante estas tempestades. — ela disse de forma irônica, como se soubesse de algo.
- bom, avise aos outros, por favor. — concordei rapidamente para me ver livre daquela situação.

Eu preciso ser mais cautelosa, Ace vai me matar se descobrir o que estou fazendo.

Avisei a quase todos os tripulantes sobre as ordens de Luffy e todos se viram contentes de poderem pisar, por pouco tempo que seja, em terra firme. Só faltava avisar ao casal perfeitinho composto por um babaca implacável e uma mulher linda, educada, inteligente cujo o único pecado foi amar um homem que não a merece.

Bati algumas vezes na porta, que logo foi aberta por Robin.

- oi, querida, posso ajudar? — a porta foi aberta em alguns centímetros, o suficiente para eu ver que a morena estava enrolada no lençol. Ela parecia aflita. Logo pressupus o motivo e, por incrível que pareça, me deu um aperto no peito imaginar que atrás daquela porta Zoro estaria supostamente nu, apenas esperando por sua esposa perfeitinha. Ah, ela é linda? Óbvio, ela tem muito mais classe do que eu? Sim, mas... mesmo assim... não gosto de imaginá-los juntos. Tentei disfarçar minha indisposição repentina e dar a notícia pela qual vim.

- capitão quer que saiba que iremos desembarcar na próxima ilha. - disse, me preparando para sair dali o mais rápido possível.

- certo, obrigada por avisar. - mal a ouvi agradecer antes de praticamente correr para em direção ao meu quarto, que fica mais aos fundos do Going Merry. Eu não sei porque, mas algumas gotas de água rolaram de meus olhos. Mas por qual motivo? Eu sequer gosto daquele cara, eu só transo com ele porque me convém! Eu nunca, jamais, me apaixonaria por um cara que trai a esposa. Indo em alta velocidade acabei esbarrando em alguém, quando levantei o olhar para me desculpar levei um baque de susto.

- Z-zoro?!

- oi?

- mas... se você tá aqui...? Ah, meu Deus.

- o que foi, garota? Tá me assustando.

- se você está aqui, não há motivos para te culpar ou até mesmo me culpar.

- do que você está falando, sn? — ele olhou rapidamente para trás, conferindo se havia mais alguém ali além de nós, antes de se aproximar mais um pouco de mim, levando suas mãos até meu pescoço o segurando firme.
- para de chorar, por favor... — seus dedões limparam minhas lágrimas enquanto suas mãos puxavam mais e mais meu rosto para perto de si. Nunca imaginei um ato tão carinhoso vindo dele, já que sempre que nos encontrávamos era simplesmente por sexo.

- Z-zoro, eu tenho que te contar uma coisa... — eu devo? Ah, maldito dia que eu te encontrei espadachim!
- mas não agora. Agora, não. Você está muito ocupado? Eu... a gente...

- vem. — ele simplesmente me puxou pelos corredores do Going Merry, parando bem eu frente ao meu quarto, quarto ao qual ele entrou sem muita cerimônia. Trancando a porta logo após tê-la passado junto a mim. Me sentei sobre minha cama, ainda em choque com tudo que havia acabado de acontecer. Robin está realmente traindo Zoro? Se sim, com quem? E Zoro, realmente foi carinhoso comigo por... livre e espontânea vontade? Ah, o que este cara quer de mim?!

- senta aqui, por favor. — pedi e assim ele o fez. É a primeira vez que nos falamos sem ser algo totalmente indecente e, honestamente? Gosto dele assim, todo gentil e atencioso.
- seria pedir muito um abraço? Só... um abraço?

- não, não seria. — ele me abraçou sem muita enrolação. Afundei minha cabeça em seu peito, sentido as carícias em meus cabelos castanhos. Seus dedos deslizavam dentre as mechas com muito cuidado. O momento durou alguns breves minutos.
- eu sabia... — Desfiz o abraço para encará-lo, queria saber o que teria a dizer.
- Ace entrou em contato comigo através de um mercador da Ilha Applenine. Ele me contou que estava infiltrada para guiar Luffy... por desejo do pai de vocês. Eu sabia que sua história para entrar na tripulação era fraudulenta, mas não sei o porque, algo me dizia que não era má pessoa... — abaixei o olhar cansada, deixando uma mecha que estava atrás da orelha cair sobre meu rosto novamente.
- por que não me conta a verdade toda desta vez? — disse ele passando os dedos nas mechas e as colocando atrás da orelha novamente, me fazendo o encarar com ternura.

- tudo bem... bom, nosso pai, Gol D. Roger, me teve três anos depois de Ace e antes de ser assasinado pela marinha. E um de seus últimos desejos eram que Ace cuidasse de mim e da mamãe, e que guiasse o futuro rei dos piratas à glória. Entretanto, mamãe entrou em uma depressão profunda após o assassinato do meu pai, e isso à levou... ao suicídio. — acabei não contendo algumas lágrimas que logo chegaram, então Zoro se aproximou mais e segurou minhas mãos com força.
- Ace cuidou de mim como um pai, a partir daí... eu era muito pequena então não me lembro bem, mas ele conta como Luffy e Sabo eram cuidadosos comigo. Como irmãos são. Mas depois que Sabo morreu e Luffy partiu em busca de seu sonho... Ace se despedaçou. E ele sempre dizia que tinha algo inacabado e que quando eu tivesse idade, me mandaria para cuidar de Luffy e guiá-lo, assim como nosso pai desejava. Ao completar 18 anos eu resolvi desprender meu irmão de mim e deixá-lo viver, para que um dia todos nós tenhamos realizado nossos sonhos e possamos finalmente viver juntos e felizes. Como uma família.

- uau... eu tô me sentindo um idiota por ter te importunado tanto, embora jamais fosse te entregar. — apenas ri aos pouco me aproximando mais dele.
- e quanto ao sonho de espadachim? Da onde veio isso?

- ah, isso? Ace me dava espadas para brincar quando pequena. Aí criei fixação. Nada demais. — sorri gentil.

- você não existe, né? — sorriu ele antes de aproximar sua boca da minha, me mando um beijo rápido, apenas como carinho.
- outra coisa... se me permite... como Luffy não reconheceu quando te viu?

- ah, é o Luffy! A última vez que nos vimos foi quando eu tinha 10 anos, ele jamais se lembraria.

- ah, pergunta idiota.

- realmente. — sorri o puxando de volta para nosso beijo, só que dessa vez mais molhado e quente. E voltamos a fazer o que fazemos de bom entre quatro paredes. Agora o que me resta é contar ao Zoro que sua esposa está o traindo, e descobrir com quem, que é o grande porém. Mas isso é problema pra outro dia, pois hoje eu só quero amá-lo da forma mais sincera possível.

𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞, 𝚊𝚗𝚒𝚖𝚎𝚜Onde as histórias ganham vida. Descobre agora