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𝙽𝚊𝚛𝚛𝚊𝚍𝚘𝚛𝚊
"E eu me sinto como gelo, algum dia eu vou derreter. A coroa me fez falar coisas que eu nunca quis dizer e eu me sinto bem pior, por eu ser o motivo de você não estar nada boa"
𝓝ii Yugito Yukimura costumava ser a jinchuuriki de Matatabi, o demônio das duas caudas. Ela o selou dentro de si para proteger seu país durante trinta longos anos, mas quando inimigos atacaram sua aldeia extraindo o demônio azul de seu corpo, ela não via outra saída a não ser selar novamente a besta dentro de um receptáculo mais jovem e forte. Sn Yukimura, sua própria filha. Sua morte se deu por conta da enorme quantidade de chakra utilizada para passar a besta de um corpo a outro.
Por mais que os reais culpados fossem os ninjas que atacaram naquela noite cruel e sangrenta, Sn se culpava dia após dia pela morte da mãe. Ela sentia que carregava dentro de si o culpado, o que não era mentira, mas sustentar uma culpa tão grande como essa, não era algo que uma criança deveria passar.
"Mas eu sempre quis o seu melhor. Mãe, acredite quando eu digo que sinto muito. Tempo passa, vento sopra, a nevasca em minha volta. E mesmo que eu me acostume com a neve... por que ainda sinto frio?"
O diário da pequena Sn era o único capaz de saber o que realmente se passava pelo coração atormentado da mesma. Ela se encontrava naquela mesma árvore, na floresta. Escrever a acalmava. Lembrar de sua falecida mãe também.
— Tô começando a achar que meu lugar especial é o seu também... — uma voz familiar ecoou.
— Não se preocupe, já estou saindo. — disse enquanto se levantava, sem o encarar.
— Não tô com pressa pra voltar pra sala — se sentou ao lado dela, deixando-a surpresa. Ela se sentou novamente e ambos se mantiveram em silêncio. O caderno aberto sobre as pernas da garota expunha palavras e frases confusas, atraindo atenção de Kakashi, que tentava entender. Ao perceber, ela o fechou rapidamente.
— É particular. Fica na sua.
— Grossa... — murmurou, voltando a encarar o céu. O gelo se intensificou entre eles, deixando pairar apenas o som do vento. Sn o olhou de canto de olho e pode notar que ele parecia distante.
— Você não tem medo de mim?
— Medo de você? — ele a olhou. — é uma piada? — uma veia saltou da testa de Sn. Odiava quando ele há fazia se sentir fraca.
— Você se acha invencível, não é?
— Invencível, não, mas mais forte que você? Com certeza. — debochou. Ele gostava de ver ela brava, por mais que fosse perigoso, ele gostava.
