Angel - Alerta Perigo! - Parte 1 (CRIMINOSOS EM SÉRIE)

Capítulo 7

CONTEÚDO A SER REVISADO

Capítulo 7

Ava Angel

~3 anos depois~

O meu aniversário de dezessete anos estava se aproximando. Não é como se eu estivesse contando os dias, ansiosa ou algo do tipo, mas é difícil esquecer quando todos ao meu redor ficam questionando frequentemente o que eu faria na mesma data do meu aniversário. De primeira, eu achei estranho quando a maioria dos funcionários com os quais já me acostumei a ter por perto começaram a questionar sobre um dia em específico, pedindo para eu não marcar nenhum compromisso, pois os mesmos queriam a minha presença. O que mais me deixou intrigada de tudo isso, é que eu não costumo sair mais que o necessário, então por que eu teria um compromisso naquele dia em específico? Eu só fui me dar conta que eles estavam preparando uma surpresa, quando David veio me perguntar o que eu gostaria de ter. Georgia questionou o que eu queria ser quando me formasse e Andrew perguntou sobre o tamanho dos meus sapatos.

Era óbvio o que eles tinham em mente. E sinceramente, não me agradava a ideia de comemorar uma data que para mim não é nem de longe especial. Mas nesses quatro anos em que eu moro aqui e pude conhecer essas pessoas, mais prefiro a ideia de passar um dia ao lado deles, do que sozinha, permitindo que meus pensamentos me machuquem ainda mais.

Mas isso não é bom como um todo. Eu ainda me sinto perdida, na verdade, sinto que as feridas em mim, ao invés de cicatrizar, se abriram ainda mais. Quando eu fico sozinha e dou ouvido aos meus pensamentos, me sinto sufocar. A névoa escura mais uma vez me inunda e eu fico completamente perdida na minha dor, nos meus traumas, nas minhas feridas ainda abertas. Ainda é muito difícil lidar comigo mesma. Eu sei que tive uma infância difícil e com o passar do tempo fui tomando consciência de que o que aconteceu comigo, foi algo ridículo e pesado. Mas eu resolvi afastar as minhas lembranças, na verdade, quase não consigo dizer sobre um momento da minha vida de quando eu tinha dez anos, ou das pessoas que estavam à minha volta. Eu simplesmente não consigo lembrar, pois me forcei a esquecer, e talvez por isso, eu não consiga entender o porquê de hoje estar tão mal. Afinal, as minhas feridas deveriam ter sido cicatrizadas no momento que deixei Toronto para trás, não?

Mas é ao contrário... a cada dia que passa, sinto-me sufocada... é tudo muito pior...

Mas também, assim como as pessoas que trabalham na mansão, há diversas coisas que me distraem desse pesadelo. Eu gostava de estudar, de ler, de escrever, de desenhar, de trabalhar. Eu realmente me apeguei a ideia de estar sempre fazendo alguma coisa, por isso quase não tinha tempo de deixar a tristeza me pegar. Por isso resolvi ajudar a minha tia Rose nas tarefas da mansão. Além do fato que eu arrumava o nosso casebre, quando tinha tempo, eu logo corria para ajudar a tia Rose com o que ela estava fazendo. Tanto é que a senhora Scott, passou a me recompensar como se eu estivesse estagiando.

Apesar de todo esse coração gentil que partia da maioria dos membros da família, alguma coisa me despertava curiosidade na relação deles. De vez em quando o patrão recebia uns amigos muito próximos, e de vez ou outra a conversa entre eles soava ligeiramente estranha. Seus amigos são brasileiros, assim como a sua irmã, que para a minha surpresa, tem dois maridos e um casal de filhos. Eu achei estranho e nem devo citar qual foi a reação da minha tia em relação a essa maluquice, mas quando eu vi o carinho dos dois homens pela família... eu não podia negar que aquilo sim era uma família, e se meus pais fossem um terço do que eles eram um para o outro, eu não teria uma mente tão fodida.