Capítulo 10

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CONTEÚDO A SER REVISADO









Capítulo 10


Miguel



Quando eu saí da sala de aula após ser provocado por aquela garota petulante, eu fui resolver algo que havia combinado com meus amigos. Eu não falava com eles já tinha um bom tempo desde que fui para Toronto, porém agora que voltei parece que tudo continua como era antes. Quando ainda era uma criança, lembro de como aprontávamos juntos. Fazíamos uma baderna pela cidade. E agora não poderia ser diferente.

Há um garoto que está devendo até a porra da casa para eles. Eu não costumo me envolver nos problemas dos outros, mas quando ele foi cobrado e começou a tirar sarro de mim, como se tivesse bola o suficiente para falar comigo, eu não aguentei. Aquele filho da puta tinha que pagar, eu só me arrependo de não ter controlado a minha força. Muitas vezes acabo perdendo o meu controle quando a raiva me cega.

E óbvio, com esse meu "acidente" até a polícia foi acionada, já que o mané está inconsciente na porra do hospital. E com isso eu quero dizer que levei bronca do meu pai, e graças a Deus foi o meu pai quem soube, pois prefiro lidar com a raiva dele do que com as lágrimas da minha mãe, que toda vez me alerta que odeia me ver ou sentir que estou em perigo. É foda! Mas o que eu posso fazer? Não tem nada que me atraia mais do que o próprio perigo!

Mas ali estava eu, ouvindo mais uma vez as palavras duras do meu pai:

— Se não é por você, faça pela sua mãe. Eu não passei todos esses anos fazendo de tudo para ela ser feliz, para agora você fazer ela chorar. E tenha em mente uma coisa nesse caralho... eu nunca te bati, mas quebro você na porrada se necessário.

Eu estava sentado no sofá daquela salinha enquanto o meu pai estava em pé, se servindo com um copo de álcool, talvez para se acalmar, porque eu já estava até mesmo vendo a fumaça saindo pelo seu nariz. Quando se trata da mamãe, ele enlouquece.

Eu revirei os olhos com o exagero do seu sermão, porém permaneci calado. Eu sei que ele está certo, mas o que eu posso fazer? Quando eu vi já estava em cima do moleque socando ele.

— E mais uma coisa... não fale mais sobre o meu passado. Eu sei que você descobriu, mas permaneça calado, entendeu? A sua irmã não sabe! Ela quer se tornar uma policial e tem orgulho dos pais, então não estrague isso para ela, entendeu? — Disse ele mais calmo, virando a sua bebida num único gole.

Eu assenti já ficando irritado. Por que ele apenas não assume? Para que esconder essa merda? E não é como se isso realmente fizesse parte do passado. Talvez ele não esteja tão mergulhado nisso como estava quando era mais novo, mas eu sei que ele faz negócios ilegais por trás da cortina, e sua empresa é apenas uma fachada. A mamãe também sabe, então por que eu entrar numa briga a deixa inquieta, mas o que o papai faz não?

Quando o acidente do ano passado aconteceu por eu estar bêbado, a minha mãe reagiu como se ela tivesse feito a merda. Ficou tão mal que raramente comia ou levantava da cama. Talvez tenha sido por esse motivo que eu resolvi voltar para casa. Onde eu estava era como um formigueiro, lá era impossível me manter longe de briga.

Angel - Alerta Perigo! - Parte 1 (CRIMINOSOS EM SÉRIE)Onde histórias criam vida. Descubra agora