Capítulo 15

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CONTEÚDO A SER REVISADO








Capítulo 15


Miguel



A bebida estava me trazendo um conforto que sóbrio eu não conseguiria com qualquer outra coisa. A minha mente estava explodindo e meu senso já estava perdido em algum lugar dentro de mim, pois naquele instante se eu saísse de casa e qualquer otário falasse comigo, eu não teria controle para não socar a cara dele. Por isso fui até um quartinho muito familiar dentro da minha casa. A famosa brinquedoteca, onde eu costumava brincar durante uma parte da minha infância, já que eu e meus pais, assim como a minha irmã, sempre estávamos nos mudando por conta dos trabalhos dos meus pais e do desejo deles de conhecerem mais o mundo.

Porém mesmo com essas mudanças, eu ainda tenho boas lembranças da minha infância em cada lugar, principalmente nesse.

Não é como se eu tivesse uma boa memória, porém coisas da minha infância que qualquer outra pessoa teria esquecido, eu lembro com facilidade. Como por exemplo, o cheirinho do perfume que a minha mãe passava em mim, ou então o que eu sentia quando estava com meus pais. Lembro da minha irmã bem pequena tentando brincar comigo enquanto eu só a provocava dentro dessa brinquedoteca.

É engraçado pensar em como desde sempre eu venho dando trabalho. Teve uma vez que após eles não deixarem eu sair com meus amigos, quando eu tinha entre seis a oito anos, eu me escondi dentro do carro do meu pai. Estava rolando um churrasco em casa, e quando a minha mãe percebeu, ela começou a chorar pensando que eu tinha sido sequestrado. Meu pai ligou para um monte de homens que poderiam me rastrear, e no fim, ao olhar as câmeras de segurança, eles finalmente me acharam. Nem preciso dizer que levei uma baita bronca e até fiquei irritado com o quão a sério eles tinham levado a minha brincadeirinha, mas quando a minha mãe me abraçou com força e pediu para eu não fazer mais aquilo, eu compreendi que ela havia ficado assustada com a ideia de me perder, então resolvi parar de me esconder. No fim das contas, nenhum dos dois ficaram realmente irritados comigo e ficamos na sala assistindo um filme de comédia romântica brasileira na sala de televisão.

A minha rotina naquela época era engraçada. Como minha mãe e meu pai precisavam trabalhar durante algumas horas dos dias, eles contrataram uma babá para me acompanhar, que até há pouco ainda trabalhava comigo. Eu dava tanto trabalho para aquela mulher que eu sinto que fui um pesadelo na vida dela. Ela cuidava bem de mim, mas eu queria mais e mais atenção dos meus pais. Não é que eles eram ausentes, na verdade, tanto a minha mãe quanto o meu pai trabalhavam poucos dias na semana, já que eles eram os donos dos próprios negócios, mas eu tinha uma visão bem distorcida sobre isso e queria as coisas do meu jeito.

Tyler e William já eram meus amigos dessa época. Eu chamava eles pra jogar videogame ou então aprontar pela casa. Já fizemos diversas festas do pijama quando eu era criança e sempre dávamos um jeito de assustar a minha irmã, porém ela sempre foi muito mandona e eu acabava a obedecendo. O problema é que desde aquela época não éramos boas pessoas. Fazíamos bullying com muitas pessoas da escola, a gente até zoava com os empregados da mansão e de pessoas que não eram tão ricas e bonitas como a gente. A gente metia o louco sem dó nem piedade, e até mesmo hoje eu não sinto que esse lado tenha mudado em mim, na verdade, sinto que piorei pois nunca fui tão violento como sou hoje.

Angel - Alerta Perigo! - Parte 1 (CRIMINOSOS EM SÉRIE)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora