Todas as minhas manhãs não passavam de repetições rotineiras da estrita agenda de Maurício De La Torre, um CEO totalmente comprometido com o trabalho e com os filhos.
Sua agenda é lotada de reuniões, viagens e mais reuniões, mas estas sendo escolares, que se organizam em espaços de tempo onde o dia de alguém normal teria de ter trinta e oito horas ao invés de vinte e quatro para que pudesse dar conta. Mas não meu chefe. Ele é a personificação da insônia. Então, como este CEO mesmo diz, pular as inúteis horas de sono não é nada de mais.
Eu completaria meus três meses de experiência no cargo de sua secretária pessoal em uma semana. Só precisava tolerá-lo um pouco mais, para que assim, eu já pudesse prestar teste na empresa para minha real área, a arquitetura. Mas estes meus planos foram destroçados por completo quando ele, em plena noite de um sábado, me fez a mais perigosa proposta de minha vida.
— Amanda Monteiro, aceitaria se casar comigo? — A mesma voz rouca, profunda e séria de sempre, mas as pronúncias que jamais sonharia em escutar de sua boca.
Lembro-me de ter entrado em estado catatônico por mais de sessenta segundos talvez. Meu celular escorregou por meus dedos e caiu na banheira na qual havia acabado de me afundar depois de um dia corrido no escritório, porém eu nem mesmo tentei pegá-lo.
Sei que voltei a mim em algum momento, me arrumei o mais rápido que pude, dirigi meu gol prata, pequeno e velhinho até a casa de meu chefe. Eu tinha as chaves, então não me dei ao trabalho de tocar o interfone. Apenas entrei e já me preparava para subir as escadas para o segundo andar, até ser atingida pela luz de uma lanterna de celular vinda do alto da escada.
— Onde pensa que está indo? — Sua voz soa normal, diferente da que eu havia ouvido ao telefone.
— Olha, não é legal beber em casa com seus filhos aqui. E digo isso com todo o respeito Sr. De La Torre. — Falo enquanto continuo a subir os degraus, esticando minha mão a frente para tapar a luz da lanterna sobre meus olhos.
— Como é?
— Não estou aqui pra julgar, vim para ficar com os meninos enquanto você estiver fora, leve o tempo que precisar. — Eu disse, terminando de subir.
Mesmo ao lado dele, ainda podia chutar que eu teria de crescer uns oitenta centímetros para poder encará-lo de frente.
Dono de um corpo alto e bem malhado, meu chefe era uma atração de terno, e se fosse para contar mais, tenho que dizer que em especial para mim, uma perdição dos sonhos. Sofro de quedas instantâneas por saradões de olhos claros.
O CEO é de ascendência espanhola, pele levemente bronzeada, cabelos puxados para o loiro e olhos verdes como da cor das águas de Cancún, México.
Voltando minha atenção para a criatura que segura meu pulso repentinamente, me transformo em um cubo de gelo, pois sinto minha pressão baixar rapidamente ao vê-lo me encarar claramente irritado.
— Pode me soltar?
— Pode me explicar o que foram estas frases anteriores sem sentido? — Ele questionou, me levando a descer os degraus que havia acabado de subir.
— Não são sem sentido. O que o senhor me propôs ao telefone é. Pensei que estava bêbado.
— Não estou bêbado. Talvez louco, mas tenho meus limites muito bem esclarecidos com o álcool e nunca tomo mais do que duas doses de qualquer coisa.
— Vou anotar essa informação em minha agenda lá em casa. Então já vou indo. — Digo sem graça e já estou preparada para dar no pé, quando ele me interrompe questionando a mesma coisa pela segunda vez.
— Eu preciso te perguntar mais uma vez, por que as crianças seriam felizes se fosse com você. Amanda, aceita se casar comigo?
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𝐕𝐢𝐯𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐮𝐦 𝐝𝐨𝐜𝐞 𝐜𝐥𝐢𝐜𝐡𝐞̂ 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐜𝐡𝐞𝐟𝐞 - Incompl
Romance𝑺𝒆𝒄𝒓𝒆𝒕𝒂́𝒓𝒊𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝑪𝑬𝑶 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒅𝒂 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍, 𝑨𝒎𝒂𝒏𝒅𝒂 𝑴𝒐𝒏𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒔𝒆 𝒗𝒆̂ 𝒊𝒏𝒄𝒓𝒆𝒅𝒖𝒍𝒂 𝒅𝒊𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒖 𝒄𝒉𝒆𝒇𝒆 𝒍𝒉𝒆 𝒇𝒂𝒛. 𝑨�...