"Quando vocÊ diz meu nome"

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— Deite com ele, assim que Max pegar no sono vá para o quarto de hóspedes. — Meu chefe disse, como se eu não tivesse outra opção.

Eu me recusaria, se não fosse o fato de Maxwell ser a coisinha mais fofa que já peguei nos braços. Apesar de serem gêmeos idênticos, as personalidades eram bem distintas e o pequeno em meus braços tinha aquele traço dengoso. Se eu não me cansasse fácil, passaria até vinte e quatro horas segurando-o apertado.

— Boa noite filho. — O pai depositou um beijo no topo de sua cabeça, me deixando nervosa pela proximidade com meu rosto.

— Boá note papai! — Ele balançou as mãozinhas, dando tchau ao pai.

Andei para mais próximo da cama, deitei Max do lado da parede e me recostei na cabeceira de sua cama o deixando colocar a cabeça sobre minha barriga. O fofinho me fez suspirar por alguns segundos e desejar ter meu próprio bebê para poder mimar, mas rapidamente voltei a mim, deixando de lado a ideia.
Tive uma sensação estranha rodando em minha nunca e quando me virei, ele ainda estava lá, parado ao batente da porta.

— Senhor?

— Só voltei para saber se você quer uma calça moletom como pijama, não é legal dormir de shorts jeans. — Disse ele, com uma calça jogada sobre o braço direito.

Eu pedi um minuto a Max, me levantei e peguei a peça de roupa agradecendo e em seguida, fechando a porta do quarto dos garotos.

Foi extremamente estranho receber uma gentileza vinda dele. Mas o que era uma peça de roupa emprestada perto de uma proposta de casamento?

Tirei os shorts ali mesmo e vesti a calça, o quarto estava escuro e de todas as formas os meninos eram pequenos e sem malícias.

Voltei para cama um minuto e meio mais tarde. Max mais do que de pressa se aninhou junto a mim e eu me deitei por completo no colchão, levando a mão esquerda para acariciar a cabeça do menor que parecia estar pronto para dormir. E de fato não demorou muito, Max adormeceu, e eu logo após ele.

Quando eu acordei, meus olhos demoraram a se acostumar com a luz do quarto. Deviam ser seis da manhã, por que a luz não estava tão forte e eu nunca antes acordei mais tarde do que sete horas.

O pequeno estava com sua carinha fofa tombada entre meus seios, e para a minha surpresa, Arthur devia ter acordado no meio da noite, por que também dormia junto a mim, mas diferente do irmão, Arthur tinha a cabeça sobre meu ventre e seu corpinho enroscado em minhas pernas. Logo pensei que seria difícil sair sem despertar aos dois.

Passei talvez meia hora, pensando sobre a noite anterior, sobre a data da "assinatura do contrato" – era como eu chamava a data do casamento em minha mente, para não perder a sanidade digamos assim – , e também pensava na dor de cabeça que toda a história causaria se alguém chegasse a descobrir.

Tínhamos que parecer reais, e para isso eu precisaria saber mentir e esconder, duas habilidades que eu não possuía para nada.

Meus pensamentos e preocupações foram varridos por completo quando notei que Arthur havia acordado.

— Oi bebê, bom dia. — Digo, fazendo carinho em sua cabeça.

Arthur sorri, se espreguiça e me dá bom dia da forma mais fofa que poderia pedir. Ele desce da cama, belisca minha bochecha e abre um sorriso ainda maior que o primeiro.

— Manda ta qui de veidade? — Ele pergunta, provavelmente achando estar sonhando.

— De verdade, meu amor. — Garanto o puxando para perto e mordendo sua bochecha direita o fazendo se encolher todo enquanto gargalha.

Maxwell então acorda. O pequeno permanece me encarando por alguns segundos, se espreguiça e então me dá um beijo na bochecha.

— Bo diaa! — Grita animado se sentando na cama.

— Bom dia pra você também, bebê. — Digo enfim me sentando na cama.

Eles parecem animados com a minha presença e pela primeira vez, a ideia de me casar com Maurício De La Torre não parece tão ruim. Eu teria minhas manhãs sempre com os gêmeos.

Bem, a ideia não parece tão absurda até meu chefe abrir a porta do quarto e se ajoelhar do lado da cama para abraçar os filhos. E então pela primeira vez o escuto me cumprimentar com meu primeiro nome:

— Bom dia Amanda.

𝐕ðĒðŊ𝐞𝐧𝐝ðĻ ðŪðĶ 𝐝ðĻ𝐜𝐞 𝐜ðĨðĒðœðĄðžĖ‚ 𝐜ðĻðĶ ðĻ ðĶ𝐞ðŪ ðœðĄðžðŸðž - IncomplWhere stories live. Discover now