Por Mauricio De La Torre.
É difícil começar o dia me separando dela, porém não tenho muito escolha, sei que se eu não me levantar, Mariana encontrará uma forma de entrar no quarto.
— Hoje é domingo, caso não tenha percebido irmã. — Falo puxando seu braço e verificando que são sete da manhã quando normalmente eu podia acordar tarde.
— Tem uma senhora na cozinha, e os gêmeos estão chamando ela de "vovó". Por que eu sempre descubro as coisas pelos outros, você não consegue me apresentar a ninguém?
— Mari, está muito cedo e se me permite, quero voltar pra cama e pra minha noiva.
— É parece que essa te enlaçou de jeito, irmão. — Mariana passa a cabeça por debaixo do meu braço esticado sobre a passagem da porta e examina com um sorriso malicioso, Amanda dormindo totalmente a vontade em minha cama.
— E então? Algo mais em que sou útil? — Pergunto a Mariana.
— Tudo bem Mau, vou deixar vocês descansarem. — Ela responde sorridente, como se já tivesse conseguido o que queria.
Ela desaparece para dentro de seu quarto, ao final do corredor em "L" e eu me volto para dentro do quarto.
Adorava aproveitar todo o tempo na cama como ela. Não no modo sexual ou romântico da coisa, e sim no sentido literal. Desde de meus vinte e um eu não durmo com facilidade, e para dizer a verdade já fazia uso dos medicamentos e calmantes a um longo tempo, nada parecia tão efetivo quanto dormir ao lado de Amanda Monteiro.
Antes eram necessários vários comprimidos, exercícios e outras tantas atividades para me cansar o suficiente para dormir ao menos três horas. De repente com a sua chegada, a cada dia que compartilhamos um pouco mais de proximidade, uso menos artifícios para me cansar e poder dormir.
Eu volto a cama e parece que ela ainda dorme profundo, deito do meu lado do colchão e Amanda está afastada para a ponta do seu lado.
— Amanda? — Chamo para garantir que ela esteja dormindo.
Ela não responde e então me aproximo guardando suas costas com meu peito e a abraçando com meu braço direito. Seu cabelo sempre leva um perfume simples e gostoso que me faz querer afundar-me em sua nuca como fiz na noite passada. Eu acabo de me ajustar a ela, e seu corpo se vira de repente de frente para mim.
— Está calor Mau… — Ela reclama, ainda de olhos fechados.
Eu não me afasto, mesmo temendo que ela acorde. Na verdade, a fito enquanto está despertando.
Seus olhinhos se abrem vagarosamente, ela ainda não está em si e posso notar isso pela forma em que me olha sorridente e carinhosa, longe da Amanda retraída que está em minha presença cotidiana.— Bom dia. — Ela fala ao se espreguiçar, ato seguido beija meu queixo e me abraça.
Estou surpreso com tamanha demonstração de afeto, mas não deixo de retribuir. Lhe digo bom dia, beijo sua frente e a abraço também, mas então abruptamente Amanda nos separa.
— Desculpa senhor, eu…
— Não tem que pedir desculpas por nada. — A respondo com uma expressão neutra, não quero deixar o clima estranho.
Mesmo tendo nítido que as coisas já não eram as normais desde em tempo.
— Eu, agora pouco, pensava em meu pai. Sempre o acordava assim pela manhã. — Ela fala deixando cair o olhar.
— E o que mais vocês faziam depois de acordar? — Pergunto ao ver que ela parecia muito ligada às lembranças que tinha.
— Papai me levava em seu colo até a cozinha, onde a mamãe sempre estava terminando de colocar o café na mesa.
— Gostaria de experimentar fazer isso de novo?
— É claro! — Seus olhos brilham, mas logo se apagam. — Como sem o papai?
— Seu pai está em seu coração. — Digo levando sua mão direita ao seu peito. — Mas eu estou aqui. — Termino de dizer e ela me olha perdida.
Me levanto e brincando a puxo para a ponta da cama.
— Eu vou cair! — Ela grita rindo.
— Vêm logo! — Digo provocando.
Eu a desço da cama, e sem esforço a pego em meu colo. Suas pernas se enroscam instintivamente em minha cintura e suas mãos se agarraram em meu pescoço. Com apenas um braço eu a carrego para fora do quarto e então descemos as escadas com ela implorando e rezando pra que eu não a derrubasse.
— Me põe no chão, me põe no chão. Por favor! — Ela murmurava já com os olhos fechados e amedrontada.
— Ei, abre os olhos Amanda. — Eu a peço.
Quando com muito custo ela os abre, sua cara rapidamente se vira para a minha e ela afunda seu rosto em meu pescoço.
— Me leva pra cima, me leva pra cima! — Ela pedia com a voz abafada contra minha pele.
Como entender alguém assim?
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𝐕𝐢𝐯𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐮𝐦 𝐝𝐨𝐜𝐞 𝐜𝐥𝐢𝐜𝐡𝐞̂ 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐦𝐞𝐮 𝐜𝐡𝐞𝐟𝐞 - Incompl
Romance𝑺𝒆𝒄𝒓𝒆𝒕𝒂́𝒓𝒊𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒔𝒐𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝑪𝑬𝑶 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒕𝒐𝒅𝒂 𝒄𝒂𝒑𝒊𝒕𝒂𝒍, 𝑨𝒎𝒂𝒏𝒅𝒂 𝑴𝒐𝒏𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒔𝒆 𝒗𝒆̂ 𝒊𝒏𝒄𝒓𝒆𝒅𝒖𝒍𝒂 𝒅𝒊𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒖 𝒄𝒉𝒆𝒇𝒆 𝒍𝒉𝒆 𝒇𝒂𝒛. 𝑨�...