Capítulo 4

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Cristal

Só termino de escrever no meu diário, pois isso de alguma forma me acalma, talvez a psicóloga tenha razão, preciso me abrir mais, ter amigos.

Escuto batidas na porta e logo depois escuto a voz da minha mãe, apenas respiro fundo, guardo o diário e vou lá abrir.

Apenas olho para ela e a deixo entrar no quarto, me sento na cama e espero ela dizer alguma coisa.

Vejo que minha mãe olha para mim e respira fundo.

Eliza —eu estou fazendo algo de errado? Está irritada, consigo ver isso— a voz dela está suave, não está seria como sempre.

—eu só cansei disso, eu não tenho paz nesse castelo, quero liberdade mãe, não ser uma princesa cheia de afazeres chatos que não pode nem sair sem ser notada— falo um pouco irritada, mas minha mãe apenas escuta.

Eliza —eu criei esse lugar para você, Cris, é seguro e tem tudo que você poderia querer, sempre garanti que tivesse tudo que quisesse, mas se deseja mais liberdade  irei tentar dar isso a você— diz se aproximando e sentando na cama ao meu lado, ela não parece querer me repreender, acho que quer apenas me entender.

—mãe, eu queria ser a filha que você esperava que eu fosse, mas eu simplesmente não sou— as vezes parece que sou apenas um problema na vida dela, me pergunto se ela realmente me desejou como diz ter feito.

Eliza —olha aqui, Cristal, você é minha filha, eu amo você mais que tudo nesse mundo por isso me ocupo tanto para ter certeza que vai estar tudo perfeito para quando me substituir.

—mãe, eu não quero substituir você, quero viver minha própria vida, fazer amigos, me apaixonar— vejo que ela só abaixa a começa quando escuta isso.

Eliza —se apaixonar? Está gostando de alguém?— ela parece preocupada.

—gostar talvez, ele é bonito, bem másculo— quando digo isso ela apenas fica completamente espantada e sem saber o que falar.

Eliza —esse homem deu em cima de você, fez algo? Te tocou?— ela parece que vai ter um infarto se eu não acalmar ela.

—fique calma, só acho ele atraente e pelo que parece ele me detesta ou odeia— vejo que ela respira mais calmamente ao me escutar.

Eliza —você não acha que é muito nova para iss....— só olho para ela de forma séria o que a faz parar de falar.

—vou fazer 18 anos daqui a alguns dias mãe,  adolescentes já namoram aos 15, por que diabos eu não posso?— falo a olhando, pois só quero uma explicação.

Eliza —calma aí, eu não estou proibindo você, só não seja imprudente com esse assunto, quero que você tenha certeza de não dormir com qualquer um, não quero que cometa um erro— será que ela cometeu um erro assim?

—acho que dificilmente me arrependeria de algo assim se foi por escolha minha— vejo que ela apenas abaixa a cabeça a respira fundo.

Eliza —vai passar na médica amanhã, não quero surpresas. Ainda mais que vamos ir para o inferno encontrar seus avós e tios depois do seu aniversário— apenas abro um sorriso ao ouvir isso.

—vamos mesmo sair daqui e viajar?— pergunto ainda sem acreditar.

Eliza —sim, acho que agora que não é mais uma criança podemos ir para lá, vai se animar tenho certeza, tem monstros, bares e bebidas diversas, além disso, tenho certeza que meu pai e meus irmãos cuidarão de você como cuidaram da minha irmã e de mim— cuidar? Será que eles são mais protetores que ela? Espero que não.

—tá, mas por que eu tenho que ir na médica?— pergunto sem entender muito bem.

Eliza —para escolher um anticoncepcional e não me dar netos antes da hora— só fico olhando para seu rosto fingindo que não estou com vergonha.

—certo.... Acho melhor você ir, deve ter trabalhos a fazer— falo e ela me abraça repentinamente, da um beijo em minha testa e depois sai me deixando sozinha.

Me pergunto se agora finalmente vou ter mais liberdade.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now