Capítulo 36

2.3K 308 162
                                    

Cristal

Começo a arrumar minhas malas apenas escolhendo as roupas que eu mais gosto entre todas, não sei exatamente quanto tempo ficarei no reino de meu pai, mas só pretendo sair de lá quando aprender a usar meu poder de teletransporte.

Me pergunto se minha mãe ficará bem quando eu for, não acho que ela seja dependente de mim, mas nunca ficamos longe uma da outra antes.

Tenho que parar de pensar nisso e apenas me focar em arrumar essa mala se não ficarei a eternidade aqui.

Dobro as roupas e vou colocando na mala uma por uma, mas paro ao escutar batidas na porta.

—pode entrar— digo, pois a presença me é familiar, só não sei qual das duas é.

Apenas escuto a porta abrir e passos leves se aproximarem de mim.

***** —quem eu sou? Sem olhar para mim— difícil adivinhar sem olhar para o rosto dela já que Naomi e Maori são iguais e tem a mesma voz, são gêmeas idênticas.

—sabe que não consigo adivinhar sem ver a sua expressão, é a Maori né?— pergunto me virando, mas quando noto sua expressão mais reservada percebo que errei.

Naomi —na próxima se sai melhor, sua mãe disse que vai ir para o outro lado do purgatório morar com seu  pai, vim me despedir de você meu docinho, falando em doces, minha irmã está fazendo os seus favoritos, morango coberto com ganache de chocolate— diz se sentando na cama enquanto me olha.

—Maori sempre tentando me agradar...— paro de falar, pois não quero que perceba que gosto mais dela, quero dizer, adoro a doidinha da Maori, pois sempre posso falar com ela sobre todas as doideiras que já fiz sem ser julgada ou levar sermão.

Naomi —tudo bem Cristal, sei que minha irmã e sua tia favorita, eu entendo, ela é super liberal enquanto eu sou mais fechada e conservadora— minha mãe me contou sobre o porquê de ela ser assim, eu sinto muito pelo passado dela, se eu pudesse voltar no tempo tentaria mudar.

—mesmo não sendo minha favorita ainda é minha amada tia— digo parando o que estou fazendo para abraça-la, quando faço isso ela apenas retribui.

Naomi —vim aqui, pois não tive tempo de conversar com você sobre tudo que aconteceu na sua vida, como está sua cabecinha?— acho que está se referindo ao fato de eu ter conhecido meu pai, também por ter conhecido meu tio, pelo ataque que aconteceu ao castelo e tudo mais.

—para ser sincera estou bem sim, não foi difícil de entender toda a situação, apenas que minha mãe parece querer controlar todos os problemas e dificuldades em cima do ombro— tenho medo que uma hora ela não aguente mais tudo que guarda para si.

Naomi —a Eliza é assim mesmo, não tem muito o que fazer sobre, mas prometo ficar ao lado dela e zelar pelo seu bem estar enquanto você estiver fora, não precisa ficar preocupada— sei que ela está falando isso para mim ir sem preocupações, mas ainda assim é difícil.

—certo, obrigada— digo e ela abre um sorriso e me dá um abraço rápido.

Naomi —já estou indo, não quero ficar atrapalhando você, espero que tenha uma boa viagem, estrelinha— diz apertando minha bochecha igual minha mãe faz.
(...)

Apenas caminho pelos corredores do castelo empurrando minha mala com rodinhas atrás de mim, paro na sala de recepção ao ver Maori colocando uma trufa na boca do meu pai com um sorriso alegre meio estranho(malicioso)...

Quando meu pai morde a trufa solto minha mala, quando ela cai no chão faz um estrondo alto o que faz Dante engasgar com a trufa e tossir sem parar, acabo rindo da situação, pois mesmo que ele e minha mãe não tenham nada é de certa forma desrespeitoso ficar fazendo essas coisas com uma serva de confiança dela.

Escuto um riso abafado vindo da escada, apenas vejo minha mãe lá com a mão na boca contendo um sorriso, Naomi que também estava ao lado de minha mãe desce e vai até a irmã.

Naomi —vamos, se despeça da Cristal— o olhar sério dela é para provavelmente ver se a irmã se toca.

Vejo Maori apenas se afastar do meu pai e vir até mim, ela me abraça repentinamente o que me faz travar um pouco.

Maori —desculpa ter esquecido de você, juro que só foi por alguns minutos— provavelmente ela viu o Dante e saiu da realidade —toma meu docinho, preparei todos os seu doces favoritos para comer na viagem e quando chegar lá.

Apenas pego a cesta cheia de doces da mão dela e abro um sorriso, pois mesmo estando um pouco incomodada com a situação anterior não deixa de ser minha tia.

Dante —vamos Cristal?— quando ele pergunta apenas o olho com destem, me viro e abraço todas novamente, inclusive minha mãe.

—eu vou me cuidar, prometo— digo e minha mãe apenas fica na ponta dos pés para beijar minha testa como fazia quando eu era criança.

Eliza —sei disso, espero que tenha uma boa viagem— apenas a abraço mais uma vez antes de seguir meu pai para fora do castelo, enquanto caminho ao lado dela aproveito para falar.

—pai, eu juro que vou infernizar sua vida se eu ver você dando em cima da Maori de novo— vejo que ele para de andar e me olha incrédulo por um tempo.

Dante —mas eu não fiz nada, Cristal! Está sendo injusta comigo— ele parece sério e bravo.

—sabe o que é injusto pai? Minha mãe ter acolhido você no castelo dela para ficar perto de mim e nesse tempo você estar ficando com a dama de companhia dela. Deveria começar a se passar pelas pessoas, pois se fosse a minha mãe no seu castelo ficando com alguns dos seus irmãos tenho certeza que sua reação não seria pacifica!— vejo que ele apenas fica sério e volta a andar.

Dante —é sempre fácil julgar alguma ação minha, pois desde que eu pisei nesse lugar a Maori é a única que tem se importado comigo, pois nem você  que é minha filha tem feito isso,  Eliza  não parece ligar então por que...— as vezes parece que estou conversando com alguém da minha idade, mas isso não faz sentido, ele tem milhares de anos.

Vejo meu irmão sair da carruagem em frente a porta do castelo.

Nathan —estão demorando demais!— diz com um tom alto para podermos ouvir.

Só caminho até lá, pois não quero mais discutir por algo sem sentido, meu tem razão, minha mãe não se importa, só o quer longe daqui.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now