Capítulo 77

1.3K 190 44
                                    

Cristal

Fico olhando para a marca que o cavaleiro da ordem deixou um meu pescoço, está extremamente aparentemente e não quer sumir de jeito nenhum, eu não acredito que vou ter que passar maquiagem para descer para o café da manhã, meu pai e minha mãe não podem chegar a ver isso de jeito nenhum.

Saio do banheiro e volto para o quarto, vou até a minha penteadeira e procuro base e pó compacto, a base está vencida já que não costumo usar, mas acho que não tem problema, é necessário.
(...)

Depois de passar a base em meu pescoço e cobrir com pó compacto me arrumo para descer, pois já são sete horas  e minha mãe não gosta de atrasar o café da manhã.

Quando chego lá apenas vejo minha mãe no canto mais afastado da mesa e meu pai do lado aposto sete cadeiras para frente, a comida já está servida, meu pai já está a comer, mas minha mãe parece estar me esperando, pois quando me viu abriu um sorriso tranquilizador.

Eliza —demorou, perdeu a hora ao acordar?— eu mal dormi direito essa noite, depois do que aconteceu no calabouço, mas não posso dizer isso a ela.

—eu estava pensando em algumas coisas e acabei dormindo muito tarde— falo abrindo um sorriso.

Dante —espero que não tenha sido pensando em algum homem— quando escuto essa frase apenas olho para meu pai com um olhar meio surpreso por sua frase.

—foi sim, estava pensando em dois homens muito atraentes— digo com um tom mais sarcástico, noto que ele para de comer e me encara de forma séria até ver que estou brincando.

Eliza —vem comer, não quero que passe sua manhã com fome— ela tem razão, o café da manhã é essencial.

Só fico pensando onde me sentar, pois eles estão tão afastados  que se eu sentar no lado de um vou estar muito longe do outro.

Só vou até a cadeira que fica entre os dois, eu não quero escolher um deles para ficar perto.

Dante —Liza, posso perguntar se Nathan pode passar os finais de semana aqui?— vejo que minha mãe para de comer ao escutar isso.

Eliza —não vejo para problema em ele passar um tempo aqui, mas por que quer isso?— minha mãe parece não entender muito o motivo.

Dante —a mãe dele não para de aparecer para o importunar, e ele fica muito mal com isso, queria que ele tivesse um tempo para relaxar e esse reino é extremamente tranquilo— imagino como deve estar a cabeça do Nathan com tudo isso.

Eliza —o que a mãe dele fez de errado para a presença dela o irritar tanto?—  minha mãe não sabe.

Dante —a mãe do Nathan é apenas interesseira e egoísta, não pensa nele como filho, engravidou pensando nos benefícios que ganharia gerando um herdeiro meu, o trata como se fosse um objeto e que por ter criado-o,  Nathan deve uma dívida eterna a ela— eu pensativa que todas as mães eram boas, mas existe sim ruins.

Eliza —entendi, Nathan é bem vindo aqui, diga isso a ele— eu pensei que ela fosse julgar meu pai por ter escolhido mal a mãe do filho dele.

Dante —obrigado, pestinha— minha mãe apenas voltou a comer ao ouvir isso.

—pai, você por acaso sabe como achar Dragomir caso um dia precise dele?— pergunto e tanto minha mãe quando meu pai param de comer.

Dante —não me diz que está procurando ele por ter descobrido uma gravidez ou algo do tipo— da onde ele tirou isso?!

—eu só queria viajar e ele costuma fazer isso com frequência, então queria achar ele para ter alguém para me acompanhar— ele ficou extremamente mais tranquilo ao ouvir isso.

Dante —não vai achar ele, ninguém consegue fazer isso, nem mesmo eu, mas posso ver o último lugar que ele passou, se é isso que quer— séria ótimo.

—por favor, pai— falo abrindo um sorriso animado, vejo que ele fecha os olhos, acho que está procurando o último lugar que a aura dele esta, logo ele abre os olhos e olha para mim.

Dante —estava em Heaven, mas acho uma perca de tempo ir para lá, já deve ter ido embora— eu nunca fui para o céu, deve ser legal, tranquilo e seguro visitar lá.

—acho que não custa nada o procurar lá— digo animada me levantando da cadeira.

Eliza —senta e come o café da manhã, você sempre esquece de se alimentar quando está pensando em outras coisas, depois você pensa em ir para Heaven, só tem anjos, arcanjos e serafins, então acho que vai estar segura de qualquer jeito— ela como sempre cuidando de mim.

Dante —se quiser que eu vá com você, posso te acompanhar até lá— com certeza não.

—acho melhor nã..

Dante —vou com você sim, é bom para termos tempo para se conhecer— por que perguntou se eu queria então?!

Eliza —espero que vocês tenham uma boa viagem de pai e filha— diz não escondendo o sorriso alegre, ela está feliz que ele vai sair daqui para me seguir.

Dante —não quer vir junto?— ela não pode e também não  iria querer.

Eliza —não podemos sair do purgatório ao mesmo tempo, sabe disso, também não quero atrapalhar a aproximação de vocês, por que não leva o Nathan e o Arthur também, aí quando for embora ela vai estar em boas mãos— acho que seria uma boa ideia levar o Arthur e o Nathan.

Dante —Arthur?— meu pai não o conhece.

Eliza —ele é o chefe de guarda do castelo, o pai dele trabalha como concelheiro, cresceu aqui dentro, sempre esteve aqui cuidando de tudo, tem a idade da Cristal— meu pai só fica em silêncio enquanto escuta.

—mãe, cadê Maori e Naomi?— pergunto pois elas sempre estão na mesa conosco.

Eliza —acho que estão comendo na cozinha, Naomi não quis vir para cá, decidiu comer lá junto com a irmã— na verdade acho que Naomi obrigou a irmã a não vir para cá, pois sabe que Maori é apaixonada pelo meu pai e isso talvez deixasse a situação estranha.

Eu preciso comer e parar de pensar em sair daqui agora, vou fazer isso de qualquer jeito, não precisa ter presa.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now