Capítulo 38

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Cristal

Saio de dentro da carruagem e fico olhando o enorme castelo a minha frente, tudo aqui é tão bonito e mágico que é até estanho, me lembra castelos de conto de fadas.

Dante —sua mãe viveu nesse castelo por muito tempo, era dela— só olho para os olhos violetas do meu pai por um tempo {Ela nunca deveria ter saído daqui, mas foi mais teimosa do que eu poderia prever}

Só abaixo meu olhar logo depois de ouvir os pensamentos dele, fiz isso sem perceber.

Dante —Cristal, você acabou de ler meus pensamentos?— quando ele pergunta isso me olhando fixamente eu travo e sinto meu rosto queimar, pois sei o quanto isso é errado.

—como você sabe? E.... me desculpa, foi sem querer, tenho que me acostumar a parar de olhar nos olhos das pessoas— pergunto mesmo sabendo que estou errada, pois não entendo bem o porquê de alguns perceberem e outros não.

Dante —recebeu esse poder no seu aniversário de 18 anos?— só faço um sim com a cabeça o que o faz respirar fundo —a jóia me faz escutar um estalo toda vez que alguém invade meus pensamentos para ler eles, como só tem você e o Nathan perto de mim deu para notar que só podia ser você.

Nathan —deve ser legal saber tudo que os outros pensam em relação a você—  por um lado sim, mas eu não gosto de ficar fazendo isso com pessoas próximas, pois não gostaria que fizessem comigo.

—mais ou menos, depende muito, e pai... Desculpa mesmo

Dante —tudo bem se foi sem querer, mas Cristal, se realmente quiser saber alguma coisa apenas pergunte, ler a mente das pessoas nunca é a melhor escolha se for próxima, pois talvez a pessoa nunca mais consiga confiar em você de novo, e  queira até manter distância— eu sei disso...

—eu sei pai, mas é difícil conversar com as pessoas sem ao menos olhar nos olhos, como saberei se estão dizendo a verdade?— as pessoas costumam se entregar pelo olhar, assim consigo saber se estão mentindo.

Dante —isso é realmente bem complicado, eu não gostaria que se arriscasse negando usar esse poder em pessoas que não conhece, por isso apenas não use em quem confia— ele parece sério quando fala sobre isso, mas logo depois muda a expressão e abre um sorriso —agora vamos entrar, quero que se sinta em casa logo.

Caminho atrás de meu pai e Nathan, pois eles que devem me guiar pelo castelo, pois não tenho a memória boa, vou me perder com certeza.

Quando entro pela grande porta do castelo fico sem acreditar na quantidade de ouro que usam na decoração de tudo.

—pensei que vocês fossem mais humides, por que tanto ouro?— vejo que os dois se olham e abrem um sorriso.

Dante —o castelo já era assim antes de eu assumir como rei, além disso, Cristal, somos da realeza, o povo espera isso de nós também, esperam ver os governantes do jeito que eles são, grandiosos na visão deles— isso é verdade, esperavam ver uma princesa mimada e cheia de jóias caras no pescoço, que nunca diria um palavrão

—as vezes parece que não pertenço a realeza— eu nunca me importei com esse tipo de coisa.

Dante —olha Cristal, ninguém nasce destinado a realeza, apenas nos acostumamos com ela— acho que isso é verdade, mas eu ainda não consegui me acostumar a isso.
(...)

Meu pai me deu um quarto no último andar do castelo, pedi um em uma das torres de pedra, pois sempre quis morar naquelas torres enormes.

O quarto na torre não é enorme, mas acho legal o fato de ser redondo, Dante disse que posso mudar de quarto a hora que eu quiser então me sinto mais confortável com isso, acho que estou me sentindo a própria Rapunzel de cabelo curto.

Apenas começo a arrumar meu armário  colocando as roupas que eu trouxe na mala, são poucas, pois não pretende ficar muito tempo aqui, apenas até aprender a controlar o poder de teletransporte entre mundos.

Quando termino de arrumar as malas deito na cama e fico olhando o teto, tudo é feito de pedra e isso é muito interessante de certa forma.

Toc Toc

Escuto batidas na porta o que me faz levantar e ir olhar, quando abro apenas me deparo com meu irmão, o cabelo ondulado dele está molhado então dá para supor que tomou um banho.

Nathan —nosso pai pediu para chamar você para jantar,  jantamos todos os dias as oito e meia da noite, espero que seja pontual pois o jantar não atrasa nunca— ele parece estar falando isso de forma acolhedora e amigável.

—certo, mas ainda falta 20 minutos para oito e meia da noite— digo olhando para o relógio antigo e enorme no canto da sala.

Nathan —é que todos se reuniram para poderem conversar antes do jantar começar, se quiser descer....

—claro, claro, já estou indo— digo saindo do quarto, pois quero conhecer todos da família do meu pai.

Imagino que devo ter tios interessantes.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now