Capítulo 8

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Cristal

Apenas corro em direção ao bosque de pinheiros, pois não quero atrair mais nenhum inimigo para onde minha mãe está, escuto um som de galhos se quebrando o que me faz parar no mesmo momento, pois não quero ser pega de surpresa enquanto corro, começo a ouvir passos vindo de dois lados, de trás de mim e da minha frente.

Eu nunca achei que ia estar tão ferrada na vida, me encurralaram, simples assim, não sei se consigo dar conta de um, imagina de dois.

******** —consigo ouvir sua respiração menina, por quê não desiste de uma vez, farei sua morte ser quase indolor— quando escuto essa voz vindo de trás até êxito em virar, eu achei que eles não falassem.

"Amon —corre, não ouça o que ele tem a dizer, eles sempre matam de forma brutal, o que está na sua frente pelo menos não tem consciência, só obedece ordens superiores, o de cabelos pretos que está atrás de você gosta de matar e tem consciência do que faz"

Apenas pego minha adaga e corro para frente quando vejo o homem de cabelos pretos e armadura preta aparecer com um sorriso no rosto, parece estar se divertindo com isso, me caçar.

Paro de correr ao ver o último cavaleiro que faltava aparecer, tem armadura preta igual o outro, seu cabelo é castanho escuro e seus olhos são totalmente vermelhos, mas não tem expressão nenhuma ao contrário do outro.

—totalmente encurralada, só falta morrer lutando mesmo— falo me preparando para lutar, pois sei que logo o que está atrás de mim irá chegar.

"Amon —se conseguir sobreviver por 5 minutos eu ajudo você, consegue fazer isso?"

Queria saber como diabos ele vai me ajudar, mas não custa nada tentar mesmo que eu não saiba se consigo fazer isso.

—certo, vou tentar.

Vejo o homem de cabelos castanhos  tirar um machado de suas costas o que me faz pensar que se aquilo me acertar vou poder um membro ou quebrar um osso.

Quando ele vem para cima de mim desvio para o lado e corto seu braço com a adaga, mas ele continua me atacando, acho que não sente dor mesmo que seu ferimento pareça estar pegando fogo por dentro.

Tento me afastar, mas ele acaba dando um chute na minha barriga o que me me faz ser lançada e bater em uma árvore, tento respirar, mas parece que não dá.

Ele continua caminhando sem presa na minha direção o que me dá tempo de levantar e continuar tentando me recompor.

Preciso acertar os pontos vitais dele como pescoço e coração, tento empurrar ele com meu poder, mas não dá, não puxei nem isso da minha mãe.

"Amon —pode ser só uma suposição, mas tentar desarmar e lutar corpo a corpo usando seus poderes"— ele é louco, esse cara é muito maior que eu.

—já estou na merda mesmo—  corro na direção dele, desvio de seu ataque que acabou cortando de raspão meu ombro, enfio a adaga no seu pulso fazendo ele soltar o machado, aproveito esse momento para socar seu rosto deixando meu poder fluir, noto que o impacto foi tão grande que o faz virar o rosto.

Começo a bater em seu rosto sem parar o fazendo ir para trás, mas quando ele acerta meu rosto acabo mordendo minha língua, mesmo com dor tento gravar a adaga em seu pescoço, mas ele tenta se afastar e eu acerto seu ombro.

Vou para trás, pois minha lâmina ficou presa em sua pele, vejo que ele tira ela e taca no chão.

Escuto um bater de palmas, olho na direção e vejo aquele cavaleiro de cavalos pretos está lá apenas nos olhando.

Cavaleiro —nossa, quem diria que uma garota estaria dando tanto trabalho assim, mas acho que já está na hora de parar de lutar e morrer, pois eu cansei de ficar olhando— diz caminhando na minha direção, fico um pouco mais nervosa, pois esse parece mais forte que o outro

Amon —que tal parar de ser tão baixo, dois cavalheiros contra uma pobre garota é algo inacreditável, pensei que fossem cavaleiros e não bárbaros— estranho, a voz dele parece não estar vindo do colar.

Olho melhor a floresta  e vejo o homem das fotos de casamento da minha mãe, ele veio me ajudar mesmo...

Amon —consegue dar conta do de cabelos castanhos certo?— só concordo com a cabeça.

Cavaleiro —vai ficar de conversa fiada ou vai lutar?— pergunta com um sorriso sádico

Fico pasma quando ele simplesmente começa a lutar com o cavaleiro de cabelos pretos dando com soco bem no meio de seu rosto.

Amon —poderia se afastar, Cristal— apenas concordo, passo perto do homem de cabelos castanhos, pego minha adaga, o faço me seguir e não ficar para lutar contra o ex da mamãe.

Quando estou bem afastada, volto a lutar contra ele, mas dessa vez mais segura de lutar.

Desvio dos ataques dele e soco seu rosto até conseguir fazer ele abaixar a guarda, quando faz isso tiro a adaga da cintura e enfio em seu pescoço, gravo várias e várias vezes até ele finalmente cair e seu corpo queimar de dentro para fora.

Fico aliviada enquanto o vejo queimar, rasco minha blusa para tentar estancar o sangue que não para de fluir do corte do meu braço.

Volto para ver como Amon está, quando chego lá o vejo prestar a perfurar o cavalheiro caído com a espada do mesmo.

—espera, não o mate, quero o prender, assim não voltará— quando falo ele para e me olha.

Amon —nunca tinha pensado nisso, é bem espertinha garota— diz tacando a espada dele para longe, vejo ele pegar uma corta na cintura e prender as mãos do cavaleiro.

—eu esqueci da minha mãe— falo ficando preocupada.

Amon —não precisa de tanto estresse, eu treinei sua mãe, sei do que ela é capaz, é forte— só tento controlar minha respiração para me acalmar.
(...)

Quando chegamos  ao jardim do castelo vejo minha mãe sentada em um banco, parece estar me esperando, sua perna está machucada, mas parece bem, ela tenta se levantar ao me ver, mas  quase cai ao fazer.

Só corro em sua direção e a abraço forte.

Eliza —eu achei que nunca mais fosse ver você— diz começando a chorar enquanto olha para mim.

—eu tô bem, mãe, graças a ele— falo me virando e olhando o moreno atrás de nós.

Minha mãe para de me abraçar e encara ele por um tempo, seus olhos mostram muitas coisas, mas não parecem ser apenas coisas positivas.

Eliza —obrigada por ter ajudado minha filha, Amon, de verdade—  diz abaixando um pouco a cabeça em forma da respeito.

Amon —não precisa fazer isso, eu devia isso a você pela forma que abandonei tudo aqui. Você tem uma filha forte e determinada, parabéns Liza, a criou bem, espero um dia ter uma garotinha igual a ela. Preciso ir antes que o portal se feche— diz abrindo as asas e voando para longe.

Ele simplesmente deixou o cavaleiro preso ali, inclusive ele está nos olhando com ódio.

—mãe, como pode deixar outra mulher tirar ele de você?— falo sem acreditar.

Eliza —não começa, Cris. Guardas, levem esse homem para o calabouço e me ajudem a entrar— acho que irritei ela.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Onde histórias criam vida. Descubra agora