Capítulo 49

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Cristal

Coloco um short e um top, pois imagino que vou sentir muito calor por causa do treino, pois sempre que uso teletransporte meu corpo parece quase pega fogo.

Agora chegou a pior parte, ter que encontrar Dragomir, imagino que vai estar no jardim com aquele sorriso presunçoso de sempre, mas não tem muito o que fazer sobre isso.

Eu já pensei na possibilidade de contar ao Raven sobre isso quando encontrar ele, mas se isso piorar as coisas? Pois se Dragomir chegar a dizer minha situação aos meus pais ferrou, minha mãe morreria por mim tenho certeza, e meu pai lutaria sem pensar para me proteger.

Eu literalmente não sei o que fazer além de deixar as coisas seguirem como estão, pois duvido muito que os planos de Dragomir vão dar certo.
(...)

Desço as escadas até chegar no térreo, vou até a porta que leva ao jardim, mas antes vejo uma cena não muito animadora, uma emprega dando em cima de meu pai, apenas reviro os olhos e continuo meu caminho.

Tenho total certeza que eu e Nathan não somos os únicos filhos que meu pai tem por aí, com certeza deve ter uma pilha e não sabe, não que isso seja da minha conta.

Caminho pela grama verde enquanto cubro meus olhos por causa da luz intensa da manhã.

Dragomir —essa roupa não é meio curta demais para uma princesa?— fecho os olhos e paro de andar por alguns instantes pedindo paciência, acho que é assim que Raven se sente quando está perto de mim, acho que entendo o quão irritante sou.

—tem algum problema com a minha roupa, professor?— digo me virando para olhar diretamente em seus olhos verdes.

Dragomir —não, mas tenho certeza que seu pai teria— diz com um tom sarcástico.

—ele está meio ocupado cuidando do problema de uma empregada, não prestou nem atenção em mim— digo meio enojada com a visão da empregada abrindo a blusa dele.

Dragomir —reis são assim, sempre se enfiando em baixo de saias e fazendo filhos bastardos, deveria se acostumar, pois o destino de lindas princesas é casar com reis babacas que vão de trair a todo momento— só sinto uma ânsia de vômito ao escutar isso, eu não quero me casar, muito menos com um rei.

—não tenho nem tempo para o destino me reservar uma palhaçada dessas— digo e ele abre um sorriso.

Dragomir —nunca diga nunca, você não sabe o que está escrito no seu livro— como assim livro?

—Livro? Minha vida não é uma história— digo e ele começa a andar em direção a uma macieira que fica me meio de um campo de lavandas.

Dragomir —ainda não é uma história, mas vai se tornar, em Ravania existe uma biblioteca com a história de todos que já viveram, ela tem milhares de livros, o seu, o meu, e de todos ainda vivos ainda está sendo escrito mesmo já tento uma base para seguir que é o nosso destino. Se eu conseguir matar a pessoa que escreve vou poder realmente usar meu livre arbítrio da forma que desejo— quer dizer que as minhas escolhas não são minhas? Tudo que eu já escolhi já estava decidido antes?

—como você sabe disso, imagino que as regras devam ser bem restritas para quem entra e sai— digo e ele abre um sorriso.

Dragomir —deve ser por que a deusa da vida mostrou para mim uma vez, nem deuses podem entrar no lugar onde os livros estão sendo escritos, apenas na biblioteca dos livros que a história já terminou.

—queria ver como o meu termina um dia, como irei morrer— me dá um pouco de curiosidade saber que minha vida já tem um rascunho escrito pelo Deus do destino.

Dragomir —como eu disse antes, não vai precisar morrer se me ajudar, vamos viver para sempre todos que ama também o mundo não terá mais regras a ser seguidas— será que ele não entende o caos que isso causaria no mundo?

—você é louco, não tem outro motivo, pense em todos que serão afetados com isso?— vejo que ele apenas vira o rosto para cima.

Dragomir —talves um dia você entenda que o mundo não deveria girar em torno dos Deuses— ele fala como se os deuses fossem privilegiados por serem o que são, mas não foi isso que vi estando lá, não pareciam felizes e sim o contrário, eles não tem vida, só ocupação para manter tudo em ordem, nunca podem ser egoístas para fazerem o que quiserem.

—eu sinceramente não te entendo Dragomir, vamos apenas treinar certo?— eu não quero escutar mais nada que venha de sua boca, pois sei que está tentando me convencer a ajudar ele sem ser por chantagem.

Dragomir —certo, vamos começar então, não perca a concentração tá? Pois não vai querer aparecer em um vulcão ou no inferno— ele fala com tanta determinação que nem parece que pode dar errado, mas suas palavras dizem o contrário.

—me concentrar, entendi— digo fechando os olhos.

Nathan

Só fico olhando minha irmã da janela que dá para o jardim, parece estar se esforçando para aprender enquanto obedece os comandos de Dragomir. Eu não sei por que me sinto em alerta toda vez que ele se aproxima de mim, pois não parece ser uma ameaça, mostra ser simpático o tempo todo o que talvez seja uma fachada, pois uma pessoa normal não fica de bom humor o dia todo.

Vejo meu pai se aproximar de mim para olhar a janela também, acho que ele ainda tem dúvidas se deve confiar em Dragomir mesmo o conhecendo a muito tempo.

Dante —ele encostou nela em algum momento?— então é com isso que ele está incomodado.

—não pai, ele não se aproximou dela, não é igual a você que fica o tempo inteiro sendo seduzido por empregadas diferentes— digo enquanto observo uma redoma de energia se formar em volta de Cristal, quando pisco minha irmã simplesmente sumiu,  mas logo voltou, Dragomir apenas bateu palmas.

Dante —pelo que parece ela está em boas mãos e aprendendo. Deveria parar de me julgar dando, sou solteiro sabia?— eu ainda assim não confiaria em um homem tão fácil assim.

—eu não estou dizendo que não deve ficar com ninguém, mas que exemplo está dando a Cristal, daqui a pouco ela vai estar achando que todo homem a babaca e mulherengo igual você— digo me virando para sair, pois acho que ele deveria arrumar logo uma esposa.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now