Entre Mundos (Deuses Elementais)

Capítulo 47

Cristal

Vou até o banheiro apressada, fecho a porta trancando todos os cadeados, pois tudo que eu sinto agora é a vontade de pegar minha adaga e tentar esfaquear Dragomir várias e várias vezes sem parar.

Tiro o sapato, o vestido e a máscara que eu até tinha esquecido que estava usando.

Entro no chuveiro quente para ver se esqueço esse peso nas costas.
(...)

Apenas coloco um vestido azul claro leve, pois sinto que hoje o jantar vai me estressar mais que o normal.

Depois de me olhar no espelho me dirijo a sala de jantar encontrar minha família paterna. Quando chego lá vejo o ruivo sentado a mesa ao lado de meu, parece  ser conhecidos, pois nunca vi meu pai rindo descontraído com estranho.

Fico parada em frente a entrada sem saber bem se entro ou saio, vejo que Nathan nota minha presença e abre um sorriso.

Nathan —demorou, Cris. Ficamos longos minutos esperando você para podermos comer, nosso pai queria de apresentar alguém— só respiro fundo já esperando as informações, vejo que meu pai se levanta da cadeira ao olhar para mim.

Dante —filha, esse é Dragomir, um velho amigo meu, tem poderes interessantes, também pode viajar entre mundos, é um ótimo professor tenho certeza, mais que eu, pois foi ele que me ensinou a usar meus poderes quando mais novo. Sente-se, quero que o conheça— diz com um sorriso tranquilo, apenas forço uma expressão simpática enquanto vou até uma cadeira me sentar.

—quer dizer que você é mais velho que meu pai? Estranho, sua aparência não corresponde muito a isso— pergunto enquanto vejo as empregadas servirem a comida.

Dragomir —eu não envelheço como a maioria dos sobrenaturais, além disso, não sinto como se o tempo tivesse passado para mim, mi lady— diz com um tom calmo e educado.

—posso saber pai como decidiu que ele seria meu professor?— pergunto tentando transmitir apenas dúvida.

Dante —a gente se encontrou para beber em um lugar que  sempre se encontravamos para colocar o papo em dia, aí eu falei sobre estar tentando de ensinar a usar seu teletransporte entre mundos e ele se dispôs a ajudar— que merda.

—entendo, mas nunca achei que colocaria um homem como meu professor particular— digo e meu pai olha para mim de forma acolhedora.

Dante —ele foi como um irmão para mim apesar de passar boa parte do tempo viajando entre mundos, além disso, nunca demonstrou nada que tirasse minha confiança— não é possível.

Dragomir —não se preocupe pequena lady, vou cuidar muito bem de seu treino— não é possível que as pessoas na mesa não percebam seu tom de voz sínico.

Cristian —o pior que ele pode fazer é levar você para bares e bordéis igual fazia com seu pai— travo ao escutar isso, agora o entendo o velho amigo.

Dante —pelo que eu saiba ele não frequenta mais esses lugares— meu pai confia demais nesse homem dá para ver pelos olhos dele.

Henri —o pior que ele pode fazer é tentar levar ela para cama igual você fazia com todas as noviças que já conheceu— seu tom irônico fez meu pai ficar bravo na hora.

Alex —a comida vai esfriar se demorarmos mais a comer— diz fazendo assim todos a mesa pararem de falar.
(...)

Como na base do ódio, pois estou sem apetite, mas ainda assim preciso comer, quando termino  decido fazer algumas perguntas para Dragomir, pois quando mais souber melhor. Espero ele terminar de comer para começar a fazer perguntas.

—onde você nasceu Dragomir? É um habitante do purgatório?— pergunto puxando assunto.

Dragomir —não, eu não sei bem para dizer a verdade, nunca perguntei a pessoa que me criou, mas não acho que tenha vindo do purgatório, pois não teria conseguido sair daqui— faz sentido.

Alex —já encontrou uma esposa imagino? Pois já que é mais velho que o Dante imagino que já deveria ter  filhos— boa pergunta primo.

Dragomir —quando eu concluir meus objetivos talvez eu queira arrumar uma família, mas por enquanto não— acho que com concluir seus objetivos está querendo dizer matar os deuses.

—o jantar foi ótimo, mas eu tenho coisas melhores para fazer que conhecer um amigo do meu pai que mais tem idade para ser meu avô— digo me levantando querendo logo ir ao meu quarto dormir.

Dragomir —ouvir isso me ofende— diz com um expressão meio séria.

Dante —pensei que sua mãe tivesse lhe dado educação, Cristal, poderia tratar meus amigos com educação— sei que ele tem problemas com a minha mãe, mas dizer que tudo é culpa dela é foda.

—minha mãe me deu educação pai, mas eu só uso com quem eu quero, boa noite a todos— digo me retirando da mesa irritada, pois agora vou ter que lidar com esse ruivo desgraçado de perto.

Já estou vendo que não terei sossego em momento algum, além de sempre estar sendo observada.