Entre Mundos (Deuses Elementais)

Capítulo 17

Cristal

Vejo Dante voltar a aparecer na festa, mas seu olhar mudou completamente, ele parecia alegre quando chegou e agora qualquer expressão sumiu de seu rosto.

Nathan —vou lá falar com meu pai, ele não parece bem— será que minha mãe simplesmente revelou que ele é meu pai e saiu?

—tá, irei tentar falar com ele daqui a pouco— espero que ele esteja aberto a ter mais uma filha.

Nathan —não, você fica aqui que irei chamar ele para sentar e conversar conosco, tenho certeza que mais que nós ele precisa beber— diz sério e logo depois se afasta de mim, até parece que vou fugir.

Fico olhando de longe Nathan conversando com o pai, parece que vão demorar bastante, vai dar 8 da noite, as danças vão começar logo o que me impede de ficar sentada ou olhando já que a aniversariante tem que dançar também.

Amon —pequena me concederia uma dança quando a musica começar?— pergunta sentando perto de mim, ele está com um sorriso nos lábios que me faz ficar mais tranquila de alguma forma.

—seria uma honra tio, mas quero que a primeira pessoa a me guiar pelo salão seja o meu pai, por que não dança com sua esposa?— pergunto bebendo mais um copo de vinho.

Amon —ela não quer se mostrar na festa, não quer chamar atenção, por isso está invisível— ela parece legal.

—entendi— paro de falar ao escutar a música começar, as pessoas estão começando a abrir a salão para dançar.

Estão demorando muito para virem para cá, será que ele não quer conversar comigo?

Amon —se Dante não vêm até você vá até ele, deve achar que vai forçar as coisas se tentar se aproximar de você, deve achar que não quer isso, ele é um pouco covarde em relação a sentimentos, família—  apenas respiro fundo e me levanto, pois tem razão.

—na próxima dança você que vai me guiar pelo salão certo?— ele abre um meio sorriso lindo ao escutar isso.

Amon —seria uma honra alteza.

Apenas respiro fundo e vou até eles sem muita presa o que me faz escutar um pouco o que estão falando.

Dante —ela nem deve querer me conhecer, Nathan, muito menos querer que eu me aproxime para mudar a vida dela.

Nathan —ela quer sim, pois não falaria comigo se fosse assim, vai lá, você é um pai ótimo, ela vai gostar de você, sério— apenas paro atrás do moreno de olhos roxos.

—vossa majestade, me daria a honra de me acompanhar em uma dança?— pergunto e os dois travam ao notar minha presença ao lado deles.

Dante —.... Cla..claro— só rio ao notar que gaguejou..

Só caminho com ele até o meio do salão aonde todos estão posicionados para quando a musica principal começar, mas noto pelo canto do olho alguém convidar minha mãe para dançar.

—quem é o cara que vai dançar com a minha mãe?— pergunto olhando o homem de cabelos cor de mel, e roupa social branca no estilo de príncipe mesmo, deus... Homens com espartilho masculinos são lindos.

Vejo que ele da uma olhada discreta na direção dela, mas logo volta a olhar para mim.

Dante —meu irmão, Cristian, pai do Alex— pai e filho são lindos mesmo, talvez eu entenda um pouco minha mãe por ter prefiro ficar com apenas pessoas da mesma família, pois Amon também é irmão deles se não me engano.

—não tem ninguém feio na sua família não?— vejo que ele fica meio sem resposta com a minha pergunta.

Dante —não, nossa genética é boa, e pelo que consigo ver a sua também, anjinha, deveria me agradecer por isso— diz com um sorriso mais divertido.

—pelo que exatamente?— pergunto de forma debochada o que faz ele rir.

Dante —por não ser branca igual em defunto, por aguentar beber álcool, por existir talvez— diz brincando o que me faz dar um falso olhar sério a ele.

—na verdade eu teria que agradecer a jóia da criação, não a você e muito menos a minha mamãe, as coisas não deveriam ser assim— vejo que ele fica confuso com a minha fala, apenas respiro fundo, pois talvez não seja o melhor momento para falar sobre isso, acabou de descobrir que sou filha dele, não posso preparar ele para me perder hoje.

Dante —vai me explicar o porquê disso depois, certo?— só concordo com a cabeça.

—claro, pai...— vejo a expressão dele de surpresa ao ouvir isso.

Dante —eu não esperava que dissesse isso tão cedo, mas estou feliz, de verdade— imagino que esteja.

Eliza

Apenas aceito a dança e sigo Cristian para pista de dança, pois não quero ficar parada só olhando as pessoas dançando.

Cristian —e aí, chamou meu irmão aqui para contar que é pai da sua filha?— como diabos ele sabe disso?

—como chegou a essa conclusão?

Cristian —eu não sou lerdo como meu irmão, todos ficamos pensando porque diabos a rainha do outro lado que ficou 18 anos com o reino fechado iria convidar o rei para o aniversário da filha que ninguém conhecê, além disso, quando eu a vi deu para notar as semelhanças, você é pálida Liza, sua filha já é bem bronzeada por outro lado, além disso, notei que você não é casada, pois sua filha só se apresentou com seu sobrenome o que indica que não tem pai.

—não dá mesmo para esconder nada de você, sim Cris, está certo como sempre— falo e ele apenas me olha por um tempo. Vai ser estranho chamar ele pelo apelido, pois é o mesmo da minha filha.

Cristian —sei que o Dante pode parecer um um idiota, mas é um bom pai— apenas abro um sorriso ao escutar isso.

—difamando seu rei, quem diria que veria você fazendo isso— digo vendo que a música vai começar.

Cristian —não esquecendo que antes de rei é meu irmão— diz posicionando as mãos para começarmos a dançar.

—é bom saber que ele é um bom pai, mas e vocês são bons tios?— pergunto e ele fica pensativo.

Cristian —claro que sim, julgamos igual tios normais, ainda mais quando o filho do Dante foge de casa para se embebedar e ir em tabernas— vão ter que se preparar para dor de cabeça, pois os dois são iguais pelo que parece.

—minha filha é igual se não for pior, melhor se preparar— vejo que ele me encara sem acreditar em minhas palavras— ela só tem cara de boa menina,  melhor preparar seu rei para dor de cabeça que ela vai causar nele que não vai ser pouca.