Capítulo 37

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Cristal

Fico de boca aberta ao ver o castelo do meu pai de longe, ele é enorme na cor branca, parece ter andares sem fim provavelmente.

Nathan —parece impressionada, Cristal— pergunta me olhando com um sorriso tranquilo, provavelmente está feliz por voltar para casa.

—a castelo de vocês é enorme, o da minha mãe é uma mansãozinha comparada a isso— o castelo é lindo, mas entendo minha mãe em ter um castelo pequeno, não tem necessidade em ter um enorme.

Nathan —eu estranhei um pouco o castelo da sua mãe de início, ele é bem sombrio né?— realmente, mas minha mãe disse que é a personalidade dele, ser meio assustador por fora e aconchegante por dentro.

Viro meu olhar para Dante que está quieto e pensativo olhando a janela da carruagem, me pergunto se está magoado ou bravo pela forma que falei com ele no castelo da minha mãe.

—pai....— digo para tentar chamar sua atenção, mas ele suspira antes de olhar para mim com um sorriso forçado.

Dante —me desculpa pela forma que agi na castelo da Eliza, eu realmente não pensei direito— parece estar sendo sincero sobre isso, mas queria ter lido a mente dele antes...

Será que seria tão errado assim fazer isso agora? Eu sei que não posso ficar usando esse poder, pois é evasivo demais, mas minha curiosidade é tão grande....

Não! Não posso ficar fazendo isso, não com minha família pelo menos.

—deveria ter pedido desculpas a minha mãe quando estava no castelo, mas agora deixa para lá, estar longe já deve ser um alívio para ela— vejo que sua expressão trava ao ouvir o que eu disse, acho que deveria ter medido minhas palavras.

Nathan —pai, o que você fez para mãe da Cristal de odiar tanto? Agora estou curioso para saber— também quero saber.

Dante —ela me odeia por existir— só olho para cara dele de forma séria, pois está sendo dramático demais.

—certeza que é por isso, pai?— pergunto olhando para ele com a sobrancelha levantada.

Dante —sim, com certeza ela odeia minha existência, tudo em mim— apenas respiro fundo e viro o rosto, talvez ele diga isso por não saber exatamente por que minha mãe fez tudo que fez, por que quis se afastar dele e de todos.

—você sabe que estragou o casamento dela e a sequestrou— falo e ele fecha a cara.

Dante —eu estava apenas salvando meu querido sobrinho de um casamento infeliz e sem amor— ele fala isso de um jeito tão convencido que eu até acharia que é verdade se ele não tivesse ficado com a minha mãe logo depois disso o que me fez estar viva.

Se minha mãe tivesse se casado com Alex talvez eu tivesse nascido ruiva e não teria morrido ao nascer também, não estaria agora destinada a morte.

—vamos supor que eu acredite que estragou o casamento por saber que minha mãe não amava seu sobrinho, por que diabos a sequestrou também?— vejo que ele fica um tempo em silêncio..

Dante —por que......... Por que eu....— vejo que ele só suspira ficando bravo —por que eu amava aquela peste cabeça dura.

Vejo que Nathan ri ao ouvir isso, mas eu por outro lado não consigo entender o porquê de algumas coisas, morrer sem sofrer por amor parece até melhor que passar por isso.

Dante —vamos parar de falar sobre mim,  eu quero saber sobre você, pois não sei absolutamente nada de ti filha, namora ou já namorou? Você é uma garota calma, comportada ou recatada? Imagino que deve estar se guardando para o casamento— só fico olhando para o rosto dele travada, pois não sei como o assunto foi parar em mim.

—eu só quero viver e que ninguém se intrometa nisso certo? Prometo ser a melhor filha e irmã se concordarem com isso— digo, mas o olhar calmo e divertido do meu pai some ao ouvir minhas palavras.

Dante —eu sou seu pai Cris, não vou deixar você solta por aí sem supervisão, pode errar ou ser influenciada de forma errada, é uma garota e....

—Nathan, ele fez esse mesmo discurso para você?— pergunto interrompendo meu pai enquanto olho meu irmão.

Nathan —na verdade ele fez sim, só não tem muito exemplo para isso— Dante só bate o pé no chão.

Dante —o que eu fiz para merecer filhos que não me escutam?— só encaro ele por um tempo antes de abrir um sorriso, eu escutaria ele sim, mas não tenho tempo para ser super protegida, arrumar um namorado, apresentar ele para a família para depois disso casar e ter filhos, eu não tenho tempo para nenhuma dessas etapas.

—pai, de verdade, eu respeito você, mas eu quero e vou viver do jeito que eu desejo, por favor não se intrometa nisso— vejo que meu pai parece estar estranhando o assunto, mas parece desistir de ir contra.

Dante —pelo menos dar concelhos eu posso não é— só concordo com a cabeça.

—claro que pode pai— digo e logo a carruagem para em frente ao castelo, estou animada para saber como as coisas funcionam nesse lado.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now