capítulo 66

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Cristal

Me sento na cadeira enquanto fico a esperar o café da manhã, mas está demorando, talvez porquê minha mãe ainda não tenha saído do escritório.

Ela poderia ser pontual hoje como sempre é, pois estou com um pouco de fome.

Cadê todo mundo? Nem os empregados estou vendo, devem estar ocupados com outra coisa, mas o que? Será que esqueci de algo.

Quando escuto passos apenas me levanto, pois sinto que estou esquecendo de algo importante.

Naomi —ainda não está arrumada? Sua mãe está esperando você para irem ao inferno comemorar o aniversário dos seus tios, Belial e Henri— putz, eu esqueci disso.

—não pode me preparar um café da manhã para mim levar antes de ir?— pergunto e ela concorda com a cabeça.

Naomi —claro, irei deixar no quarto de sua mãe, certo?— apenas concordo com a cabeça.
(...)

Apenas corro para meu quarto e tomo um banho gelado, minha mãe já deve estar arrumada me esperando a algum tempo.

Saio do banho de toalha, vou até o armário escolher um vestido, acabo escolhendo um branco meio azulado.

***** —por que não levou logo o vestido quando foi se banhar?— quando escuto a voz dele no meu lado acabo dando um pulo por causa do susto, pois tinha certeza que estava sozinha.

—porra Raven, que susto!— digo me virando para encarar ele que continua com o mesmo olhar sério.

Raven —leu a carta né? Fique longe daquele ruivo— ele disse que não ia falar duas vezes, mas veio aqui para ver se li.

—fico muito feliz em ver sua preocupação por mim— digo de forma irônica enquanto balanço minhas mãos atrás das costas de forma fofa.

Raven —eu não... Olha aqui garota, eu não me importo contigo, só quero evitar mais problemas— pelo olhar dele consegui tirar mais sua pouca paciência.

—desculpe ceifeiro, não foi minha intenção de tirar do sério— na verdade foi um pouquinho sim.

Raven —o que você faz garota quando fica confusa?— ele abaixou o olhar e sentou na minha poltrona, o que está deixando ele confuso? É um Deus, pensei que seres divinos não ficassem assim.

—eu me deito na cama, cubro minha cabeça e fico pensando na vida tentando encontrar respostas que nunca encontro— quando digo isso ele me encara por um tempo.

Raven —isso é algo bem depressivo, garota— eu não pedi a opinião dele sobre isso.

—então me diz, o que você faz quando está confuso— vejo que ele respira fundo.

Raven —procuro a resposta ou tento ignorar tudo— ele está muito tranquilo para um Deus que normalmente é muito ocupado.

—eu tenho que me trocar, se quiser continuar aí é com você— digo me virando com o vestido na mão, vou até o banheiro e fecho a porta.
(...)

Visto minha roupa e me olho no espelho para ver se estou bonita e pareço estar sim.

Quando saio ainda vejo Raven alí olhando para  teto.

—que milagre é esse que está fazendo você continuar aqui? Pensei que você fosse extremamente ocupado— quando digo isso ele me encara por um tempo.

Raven —eu estou com tempo hoje e isso chega a ser estranho— não deveria ser bom? Quero dizer, eu acho que não gostaria de recolher almas e matar pessoas caso seja preciso.

—deveria estar relaxando ou saindo para se divertir, eu acho que qualquer pessoa de folga queira isso— pela forma que está me olhando  não é uma dessas pessoas

Raven —Deuses não pensam dessa forma, pelo menos não todos— isso é um pouco triste de se ouvir para dizer a verdade.

—quer conversar?— pergunto me sentando na cama enquanto olho para ele.

Raven —conversar com uma mortal não é muito animador— por que ele sempre consegue me rebaixar por ser mortal?

—ser mortal não significa ser burra, sabe— digo de forma séria.

Raven —me diz, o que fez você ficar perto do Dragomir? Não é uma namorada dele é?— por que a pergunta.

—QUE? NAO! Eu nunca ficaria com ele— digo, mas ele apenas levanta a sobrancelha em dúvida.

Raven —serio? Vocês mortais tem uma vontade extrema de se reproduzir então é melhor controlar isso, pois se for com ele vai acabar morta— ???

—por que diabos eu acabaria morta?— pergunto completamente confusa.

Raven —a linhagem dele foi condenada, se umar mulher engravidar ou uma criança nascer a morte é certa, não me pergunte o porquê, não fui eu que criei a regra— isso é algo monstruoso de se pensar.

—desde quando deuses matam mulheres grávidas e crianças inocentes?— pergunto paralisada no mesmo lugar.

Raven —eu sinceramente não sei, acho que isso é só com a descendência do Dragomir— eu sei que o Dragomir é meio estranho e tal, mas ele não é um monstro nesse nível.

—por que?— por que os Deuses tem tanto ele e sua descendência.

Raven —os Deuses também sentem medo, não duvido que agem sem pensar as vezes, e isso que me deixa confuso as vezes, Deuses agindo como mortais, deixando sentimentos dominarem— ele realmente parece bem confuso com tudo isso.

—eu acho você um bom Deus apesar de ser o da morte— agora ele virou o olhar para mim de forma estranha.

Raven —consegue mesmo dizer isso sabendo que provavelmente eu vou ter que matar você no futuro?— é algo inevitável, nem ele, nem mesmo eu tenho controle disso.

—fazer o que né, é o seu trabalho, todos tem que aceitar isso um dia, querendo ou não..— só forço um sorriso enquanto olho o relógio, eu esqueci completamente que minha mãe está me esperando para ir no aniversário dos irmãos —eu preciso ir, minha mãe está me esperando, espero que consiga encontrar as respostas que procura, Raven, até maís.

Apenas me dirijo a saída, pois minha mãe já deve estar impaciente, sei que ela gosta de passar a maior parte do tempo dela em família, com meus avós, tios e tia.

Eu não cheguei a conhecer eles muito bem, mas imagino que agora vou ter tempo para fazer isso, não é todo dia que descobrimos que temos tios com quase a mesma idade, deve ser legal sair para beber com eles.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Where stories live. Discover now