Entre Mundos (Deuses Elementais)

Capítulo 60

Cristal

Escuto um som de conversa na porta do meu quarto o que me faz abrir os olhos curiosa, mas é uma luta, pois estou com muito sono ainda.

Tudo que consigo ver é minha mãe falando baixo com alguém, parece tranquila e também abriu um sorriso sem graça, me movimento na cama devagar para ter uma melhor visão, mas ao ver o cabelo da pessoa sei que é Alex,  porquê obviamente minha querida mãe não estaria falando com Dragomir, ainda mais que ele tem cabelos grandes e não curtos.

Tento prestar mais atenção na conversa, não sou fofoqueira, mas quando é em relação a minha mãe quero sempre saber da tudo.

Eliza —queria pedir desculpa por tudo, sinceramente— por que a voz da minha mãe está tão baixa, até parece que se sente culpada.

—eu não me importo para ser sincero, aquilo tudo está no passado, e eu sinceramente prefiro não lembrar daquilo— a voz do meu primo está tão estranha, acho que nunca ouvi esse tom antes, queria saber o que significa.

Eliza —já que não vamos falar do passado que tal me contar o que aconteceu na sua vida? Eu tô curiosa, pois solteiro não deve estar— por que minha mãe estaria curiosa? Ela não disse antes de eu ir dormir que está melhor sozinha?

Alex —por que eu não estaria solteiro? Difícil achar uma mulher que me queira por quem sou e que não de em cima do meu tio como todas as servas, empregadas e ladys desse reino—  dá para entender por que ele é meio fechado e sério.

—você é bonito, além dos seus um milhão de atributos positivos, logo vai encontrar uma mulher que enxerga isso em você, vão ser felizes, e ter uma família de comercial— ouvir essas palavras da boca da minha mãe é estranho, não que ela deseje mal as pessoas, mas ela não costuma dar opinião a mão ser para mim, normalmente são ordens.

Alex —posso perguntar algo? Preciso dessa resposta— será que eles fariam um bom casal? Eu não sei muito do passado dos dois, apenas que chegaram a ser noivas.

Eliza —é sobre meus sentimento naquela época não é?

Alex —sim, por que não conseguiu me amar? O que faltava em mim?— acho que viver sem saber de uma resposta dessas também me deixaria sem paz alguma.

Eliza —não era o que faltava em você, eu estava destruída por dentro procurando um lugar para chamar de lar, queria ser amada, mas não conseguia fazer o mesmo— ruivo, olhos azuis, eles teriam filhos lindos.

Balanço minha cabeça instintivamente ao passar a imagem de Dragomir, pois ele também é ruivo.

Alex —as vezes queria saber como teria sido se Dante nunca tivesse estragado o casamento, se estaríamos juntos até hoje, se teria conseguido criar algum sentimento forte por mim— ele ainda a ama...

Eliza —pelo que eu sabia do futuro naquela época, teríamos um casal de gêmeos ruivos, mas não sei nada além dessa parte. Sei lá, queria que tivesse uma ruivinha na minha família— isso foi uma indireta para ele ou....

Alex —deve estar contente então com seu novo genro, Dragomir conseguiu agradar a sogra?— pelo tom de voz está brincando.

Eliza —não, mas se Cristal começar a gostar dele não irei me meter, só acho que ela consegue coisa melhor. Queria que ela ficasse com alguém da idade dela, para crescerem juntos, não ficar com um homem que tem idade para ser um tataravô  dela—  se ela soubesse a idade dos homens que eu tenho uma certa quedinha acho que travava.

Alex —você inveja a liberdade que ela tem? Quero dizer, deve se ver nela, só que com mais liberdade e opções—me invejar? Isso não faz nem sentido, ela é uma rainha, poderosa, venerada, cheia de opções.

Eliza —acho a palavra invejar muito forte, mas não me vejo nela, quero dizer, eu na idade dela não sabia nem o que era a palavra sexo direito, não bebia, não saia para tabernas, não ficava fugindo de casa para ficar bêbada depois, eu amo minha filha, mas odeio o fato de se parecer tanto com Dante, é as vezes inegável o fato dela ter vindo de uma parte dele— ela queria que eu não fosse dele? Acho que isso não me mudaria... eu acho.

Alex —sua filha é burra, Libidinosa ou provocativa?— é assim que ele vê meu pai?

Eliza —não acho minha estrelinha burra, muito menos libidinosa, provocativa eu acho que nunca vou saber, nem espero.

Alex —ela deve se parecer mais com você do que aparenta, acredite, imagino que se pudesse escolher iria preferir mil vezes que fosse filha de outro.

Eliza —eu queria que ela fosse apenas minha, mas acho que seria pedir demais, mesmo tendo meus problemas com Dante, ele ainda é um bom pai apesar da infantilidade—  por que parece que todo mundo aqui odeia ele.

Alex —eu peço sinceras desculpas por ter acordado você, majestade— ele não acordou só ela.

Eliza —me chamar pelo nome ainda parece difícil para você.

Alex —não nos vemos a anos, seria desrespeitoso chamar você pelo nome assim do nada— eu concordo com ele.

Eliza —o estranho é que para mim  o tempo não passou, vocês continuam os mesmos— ontem de voz dela se alegrou

Alex —eu sei que você tem uma filha e que está ocupada, mas... Liza gostaria de sair comigo? Para cidade— ao escutar isso acabo me movimentando para trás o que causa um barulho enorme na cama, pois o pedido dele foi repentino até para mim.

Eliza —claro, vamos marcar isso, mas depois, parece que alguém acordou, até logo ruivo— diz fichando a porta repentinamente na cara dele, isso foi um pouco rude na minha opinião —me pergunto a quanto tempo estava ouvindo.

Consigo ver pela expressão dela que está um pouco séria, mas quero brincar um pouco com a situação antes de dormir.

—meu primo vai ser meu padrasto? Isso não é um pouco estranho?— pergunto com um sorriso estridente no rosto o que faz ela tacar um travesseiro em mim, ela apenas volta a deitar na cama, provavelmente quer dormir.

Eliza — vamos dormir, e eu não quero nenhuma piadinha saindo da sua boca, certo estrelinha?— ela falou com um tom normal, mas sei que apenas quer dormir em paz.

Melhor a deixar em paz, pois também estou com sono para ser sincera.