Capítulo 68

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Eliza

Caminho pela recepção do castelo ao lado de minha filha, a nossa frente está Asura e sua esposa, eles apenas estão em completo silêncio, talvez não se sintam confortáveis aqui.

Consigo sentir alguém na parte de cima o que me faz olhar de relance, minha irmã está lá em cima, olhando todos nós, sem qualquer tipo de expressão, acho que ela deveria estar aqui recebendo a gente.

Vejo um garoto com mechas platinas aparecer e comprimentar todos nós, mas o olhar dele meio que deu uma mudada no hora de falar com Asura.

*** —meu nome é Lui, provavelmente não se lembra de mim, Eliza, já que todas as vezes que visitou seus pais eu estava em viagem, mas seu pai me criou e eu sou muito agradecido a ele por isso— meu pai tem filhos adotivos? A pergunta é, por que ninguém lembrou de citar ele nas nossas conversas.

—é um prazer conhecer você também, essa é Cristal minha filha— falo e ele encara ela por alguns segundos antes de voltar seu olhar para mim.

Lui —vou levar vocês até o salão— eu pensei que seria um jantar familiar e não realmente uma festa.

—pensei que seria apenas com pessoas próximas a família— digo e ele olha para mim novamente.

Lui —era para ser só com pessoas próximas, mas a família de vocês é extremamente grande, eles tem muitos amigos também, aí tem os parceiros dos convidados, resumindo, muitos convidados para ser apenas um jantar— agora entendi.

—podem ir na frente, eu quero dar uma passada em um lugar antes de ir— na verdade eu quero subir a escada para ver a minha irmã lá em cima observando tudo.

Lui —tá, só não se perca— diz se virando.

Cristal —vai mesmo me deixar sozinha?— não é bem assim.

—todos aqui também são sua "família", vai ficar bem estrelinha— acho que não é esse o problema.

Cristal —mãe, eles são sua família, eu não conheço quase ninguém  além dos meus avós e tios,  eu nem conversei com eles direito no meu aniversário— ela está certa, não conhece e nem tem intimidade com ninguém aqui.

Só abraço ela e aproveito para poder falar algo baixo.

—eu preciso muito falar com minha irmã, não tivemos tempo para conversar a sério no seu aniversário, só preciso de um tempinho, só isso— vejo que minha filha só suspira.

Cristal —tudo bem, mas não demora muito, sabe que eu tenho medo de demônios e todos parecem ter chifres— eu esqueci o quanto ela se sente insegura perto de demônios.

—eu deixo você beber um copo de qualquer trink, talvez algum demônio até chame sua atenção, devem ser todos nobres inclusive— quando digo isso ela apenas faz uma expressão de desgosto.

Cristal —não demora!— diz se virando e sumindo no corredor.

Vou até a escadaria de madeira e subo procurando minha irmã com o olhar, logo a encontro com um olhar distante olhando a janela.

—mana, você está bem? Quer conversar?— pergunto e seu olhar fixa em mim.

Scarlett —bem é relativo, já teve alguma recaída por alguém que amou muito?— acho que sei o motivo da expressão de desânimo dela.

—uma única recaída e a Cristal está aqui hoje— falo brincando, mas molhar dela apenas ficou mais estranho.

Scarlett —você e o Dante não se resolveram? Pensei que o amasse— maldita carta que eu escrevi  a décadas atrás.

—eu tinha acabado de completar 18, era burra e iludida igual a toda pessoa que era ingênua e fraca, Dante foi um amor para mim, mas não para minha vida—  digo e ela abre um pequeno sorriso.

Scarlett —sente falta do Amon né?— só suspiro ao ouvir isso.

—que a Cristal me perdoe por dizer isso, mas eu sinto falta de ser cuidada e protegida por ele, de me sentir segura, não  ter que sempre mostrar ser forte e independente na frente dos outros— infelizmente ele fez a escolha dele e não fui eu.

Scarlett —pensei que ao menos você pudesse ser feliz, maninha— só abro um sorriso bobo ao ouvir isso.

—acho que a Cristal pode ser feliz e encontrar o amor da vida dela, já eu estou satisfeita como estou— vejo que minha irmã só abaixa a cabeça com minha afirmação.

Vejo minha irmã pegar  uma garrafa de vodka de dentro da bolsa.

Scarlett —vem, vamos brindar ao fato de sermos rainhas fortes e independentes, o resto não importa mais— só concordo, pois eu fiquei tempo demais sem beber, desde que a Cristal nasceu para ser exata.

Cristal

Minha mãe esta demorando demais, deve estar falando sobre a vida inteira dela com a irmã, acho que ela merece um tempo para descansar, mas me deixar sozinha logo hoje no meio de demônios é foda.

Tento procurar um rosto famíliar até ver o dos meus avós, logo consigo achar os aniversariantes também, estão em cantos opostos do salão, um bem longe do outro.

Preciso parabenizar eles e depois posso ficar quieta atrás dos meus avós até minha mãe chegar.

Caminho entre as pessoas até chegar ao meu tio de cabelos castanhos, se não me engano é Henri, pois é o mesmo nome do meu outro tio.

—ei.... Feliz aniversário— vejo que ele me nota só depois de eu falar, estava pensativo olhando a grande janela que dá para o jardim.

Henri —obrigado, Cristal?— diz forçando um sorriso acolhedor, acho que ele não gosta de festas —você está bem, está meio pálida.

Eu não estava conseguindo parar de olhar para os chifres dos convidados, agora não consigo tirar os olhos dos dele que tão volta.

—não é nada, são só muitos demônios em um lugar só— digo e ele abre um sorriso ao ouvir isso.

Henri —fique tranquila, nenhum deles seria louco de chegar a pensar em se aproximar de você com meu pai aqui— ele não sabe o quanto é bom ouvir isso.

—quantos anos está fazendo?— pergunto curiosa, pois não lembro a idade deles.

Henri —24 anos, já falou com o Belial?— só faço um não com a cabeça —ele é mau humorado e está sempre com a expressão de bravo, mas ele é assim, agora vai lá, vai.

Por que sinto que ele me tratou como uma criança chata, eu a cada momento quero mais minha mãe aqui.

Entre Mundos (Deuses Elementais)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang