Londres, março de 1842.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com tantas mudanças, surge a vontade de enfim dar sentido e finalmente conta...
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—Porque está tão ansioso, titio? —estamos todos sentados para o desjejum, mas ainda estou eufórico pela noite anterior.
—Deve ser pelo baile dos Thompson hoje à noite, querida. —gelo ao ouvir, arregalo meus olhos.
—Eu havia me esquecido, obrigado por me lembrar de um evento imperdível como esse. —digo em tom de deboche para Katherine.
—Sempre aqui, cunhado... —ela devolve a mim.
—Vocês parecem duas crianças. —Ian gargalha. —Alias, se tiver terminado seu desjejum, peço que me acompanhe. —ele me pede.
—Então vamos.
Nos levantamos, Ian se aproxima de Anne e lhe dá um beijo casto em sua testa. Logo após se aproxima de Katherine e se ajoelha na altura de sua barriga redonda e faz um carinho sobre a pele da esposa que parece estar centímetros de explodir. Em um impulso, se move para cima acertando um beijo apaixonado, em forma de despedida na sua duquesa. Seguimos para o estábulo, iremos cavalgando para "sabe se lá onde" Ian deseja ir, sendo assim, indo para as ruas de Londres trotando tardamente com nossos cavalos.
—Agora me conte o real motivo de seus tremeliques... —Ian puxa o assunto.
—Não sei se devo te contar, mas... —penso uma última vez antes de contar a ele. —Eu estava indo ao Del Club quando fui atacado...
—Quem foi o infeliz?! —Ian me interrompe com brusquidão.
—Eu não sei. —ele arqueia as sobrancelhas e abre a boca para falar, mas o interrompo. —Ian, deixe-me terminar!
—Fale. —mesmo contrariado, se cala.
—Em meio ao ataque, alguém interrompeu o homem. Irmão, era uma mulher e você não tem a menor noção de como ela era espetacular!
—Tenho certa noção... —ele sorri.
—Perdão, havia me esquecido, que és um romântico incurável. —eu reviro meus olhos. —Continuando, ela derrotou o homem com uma flechada e se intitulou como "a Arqueira"!
—Um minuto, "a Arqueira"?! —assinto. —Pelos céus!
—O quê?
—Os membros do parlamento estão atrás dessa mulher e suspeitam que ela seja da nobreza e pretendem caça-la!
—O quê?! —engasgo.
—O que ouviu!
—Tenho de acha-la. —minha voz sai de forma decidida.
—Não sei se seria a ideia, digamos mais sábia. Mas não posso te proibir de nada, então faça, mas peço que tome o devido cuidado...
—De acordo. —ficamos em silêncio, pelo resto do percuso. Cada qual, com seus próprios pensamentos e dúvidas. Até que Ian quebra, o silêncio.
