Londres, março de 1842.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com tantas mudanças, surge a vontade de enfim dar sentido e finalmente conta...
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Christian
Tento compreender o que de fato aconteceu a poucos segundos, mas as batidas incessantes perturbam meus pensamentos. Pego minha toalha ao chão e ao levantar meu olhar, minha esposa já foi para seus aposentos. A tentação em quase tê-la para mim, a forma como me controlei para não assusta-la. Percebi o tremor de suas mãos ao me tocar, como se fosse nova nessas experiencias me fez controlar até o último fio de meus cabelos.
Suspiro exasperado, fatigado pelo inoportuno momento que o ser ao outro lado da porta interrompeu aquele momento mágico.
De forma mal humorada, me aproximo da porta e a abro rudemente. Vejo que é meu irmão, provavelmente cobrando as dividas dos dias em que debochei do mesmo.
—O que quer? —digo de forma descortês.
—Perdão, não foi intencionalmente. —reviro meus olhos. —Vejo que estamos criando um bando de leoas. —meu olhar segue o seu até meu peito e o tampo com a mão, fascinado com os arranhões.
—Seu idiota! Não tem esposa ou filhos para se ocupar? —digo sem paciência alguma.
—Claro, mas tenho um irmão e preciso dar a devida atenção a todos. —ele se escora na mesa lateral a porta de meus novos aposentos. —Terá uma longa no...
Mal deixo o mesmo terminar e bato a porta amadeirada em sua cara. Volto para o quarto de banho, para tomar um belo banho frio e acalmar certas veias em meu corpo.
Melissa
A manhã chega de forma agonizada. Talvez pelo fato de não ter dormido? Ou seria porque sinto um acumulo em minhas entranhas, que não cessa de maneira alguma.
Uma ideia surge em minha mente, pulo da cama e vou ao armário. Olho todos os trajes presentes, todos são novos. Presentes da duquesa, incluindo a camisola que visto. Escolho um vestido azul marinho de veludo, pois hoje o dia amanheceu frio. Seu corpete quadrangular, com algumas pedrinhas delicadas. Em meu cabelo faço um coque simples, do tipo que faço na minha irmã.
Quando pronta, saio de meu quarto com certa pressa em direção aos aposentos da duquesa. Bato na porta, a voz forte de Katherine ecoa em permissão. Adentro lentamente, a mesma está amamentando um dos gêmeos. Daqui uns dias será o batizados dos pequenos, no qual amadrinharei Louis.
—Bom dia, duquesa. —ela sorri gentilmente.
—Bom dia. Não são necessárias essas formalidades, me chame de Kate apenas.
—Está bem.
—Vejo sua ansiedade, por qual motivo seria?
—Desejo seduzir meu marido. —Katherine sorri de forma maliciosa.
—Certeza? —assinto, quase de maneira desesperada. —Então, sua primeira lição. Solte seu cabelo e o deixe totalmente solto. —a fito em questionamento. —Homens não resistem a cabelos soltos. —removo os grampos de meu coque, os guardando em um de meus bolsos. –Enquanto estiver no desjejum, quero que faça algo...
