Londres, março de 1842.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com tantas mudanças, surge a vontade de enfim dar sentido e finalmente conta...
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Melissa
Christian e eu ficamos em nossos aposentos pelo resto da manhã. Aproveitamos de maneira única nossos momentos juntos.
Mas havia duas coisas que eu precisava resolver: um novo ciclo e fim de outro.
Como estou grávida, preciso realizar uma pausa em minha carreira de arqueira, mas não posso tirar um intervalo sem me despedir temporariamente das pessoas que tanto confiam em minha pessoa para defende-las.
Bolei meu plano, então irei hoje a noite para as ruas, porém, deixarei um bilhete com sapatinhos de neném bordados em nossa cama.
Estou tentando ser romântica.
Não permitirei que ele saiba dos meus planos para sair a noite, pois sei que se ele souber que estou grávida, se manterá contra a minha ideia.
Aproveito que Christian foi ver Ian para escrever uma carta para o mesmo, descrevo meus sentimentos e a grade revelação. Vou ao meu armário e pego entre minhas mãos dois sapatinhos feitos a mão com delicadeza.
Esses sapatinhos possuem um enorme significado para mim, pois minha mãe os bordou e desejo repassar para cada um dos meus filhos esse objeto com grande valor sentimental.
Em uma pequena caixa de madeira deixo o par e logo em cima a carta, cerro a caixa com a tampa e a escondo embaixo da cama.
Me assustei quando Christian adentra ao cômodo, tanto que levo minhas mãos ao peito.
-O que está fazendo? -Christian indaga.
-Oras, não estava fazendo nada! -ele arqueia uma de suas sobrancelhas. -Por quê?
-É que seu rosto está com uma expressão de animosidade.
-Ah, isso. -sorrio, me movo para perto dele e acaricio seu rosto. -Não se preocupe, apenas estou feliz.
-Posso saber o porquê disso?
-Tenho você, isso basta para ter uma vida cheia de alegrias.
-É mesmo?
-É.
Christian me fita de maneira sonhadora, sua mão acaricia meus cabelos.
-Melissa, eu que estou feliz por te ter. Desde aquilo tenho sobrevivido somente por seu apoio e incentivo, tanto que me fez segui-la até a casa do médico, sei que foi intencional, mas por sua causa sai para ir ao ar livre depois de semanas. É irônico, a alguns meses eu tinha a certeza absoluta de que jamais encontraria um amor verdadeiro para mim e você chegou flechando meu pobre coração.
-Christian, eu o amo tanto e jamais cansarei de dizer isso.
-E eu jamais cansarei de ouvir você dizer.
Ele me puxa de modo romântico para perto do calor do seu corpo, penso que ele irá me beijar, mas ele somente me abraça.
A verdade é que apreciei seu ato, muitas vezes focamos em conclusões de declarações e pensamos que iremos fazer amor, mas talvez isso não seja necessário sempre.
