Londres, março de 1842.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com tantas mudanças, surge a vontade de enfim dar sentido e finalmente conta...
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O grupo se manteve unido ao adentrar o salão de baile. O local já estava explodindo com tantas pessoas presentes. Nos aproximamos dos anfitriões e para cumprimenta-los. Primeiro o marquês de Brighton e sua esposa, o homem parece ser uma pessoa gentil, mas a marquesa me olhou com certo desdém. Nos aproximamos de um dos filhos do casal: Caroline Thompson, devo confessar que sua aparência foi puxada pela mãe. Seu irmão Michael estava ausente, pois estava desbravando algumas cidades da Arábia Saudita.
Observei que a mesma tentou parecer superior a mim, mas não senti verdade em seus trejeitos. Mas ignorei e segui com o casal de braços dados a minha frente. Nos aproximamos de um outro grupo.
-Papai, mamãe, irmãos... -ela sorri e abraça cada um com o máximo de proximidade que a barriga de nove meses permite. Todos estão aqui, exceto por Alexander que voltou para Nova York. Eles acenam para mim em cumprimento.
De fato não compreendo Alexander. Ele estava entusiasmado para fixar morada por Londres, mas a duas semanas, mudou de ideia. Optando por ficar um tempo em Nova York, alegando que os negócios estariam decaindo. Obviamente, ele teve algum problema por aqui e resolver se afastar. Mas quem o faria perder a cabeça?
-Como está sendo o retorno a Londres? -questiono os pais de Katherine, de fato estamos passando pela mesma situação, nos reencontrarmos.
-Querido, devo confessar que é difícil. -Helena diz com pesar. -Mesmo tendo passados por alguns meses na nossa casa de campo para aproveitarmos o nosso tempo em família. Creio que nada possa apagar o inferno que passamos, mas o importante é tentar superar.
-Concordo, milady. -Helena assente. -Se vocês me dão licença, darei uma volta pelo salão. -os ali presentes assentem, Ian me olha em advertência. Cometo uma pequena reverência aos presentes e sigo pela lateral do salão. Observando os convidados, desde os que estão dançando aos que estão nas laterais do salão.
Infelizmente, não noto ninguém que lembre de fato a dama misteriosa. A multidão se aglomera e eu começo a suar frio pela perspectiva de estar sozinho, em meio a tantos convidados que me olham com repulsa.
Meu olhar recai sobre a porta dupla, que vai para a sacada. Não penso duas vezes e sigo para lá. Me aproximo do corrimão da escada, olho para o céu estrelado. Admiro a luz nova em meio as estrelas, suspiro profundamente. A brisa gélida, batendo contra meu rosto quente, cerro os olhos e me concentro em qualquer coisa que não seja a quadrilha que está tocando dentro do salão.
Noto alguns cavalheiros vindo em direção ao lugar que me encontro. Alguns podem me chamar de covarde, mas eu que não aguardarei para que eles despejem indiretas e desaforos. Desço as escadas que vão em direção ao labirinto, no jardim.
Sinto minha respiração se acelerar pelo nervosismo, mas ao pouco me acalmo. Reparo em cada estatueta presente a minha volta, minha concentração é interrompida por vozes irritadiças.
